Economia e liberdade: o software livre une o útil ao agradável

Com os novos modelos de mercado e o avanço da Tecnologia da Informação (TI), há uma necessidade generalizada das organizações em minimizar seus problemas usando alternativas que atendam às suas expectativas, sendo fundamental que essas soluções sejam economicamente viáveis em tempos de crise.

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Por: José Cleydson Ferreira da Silva em 15/10/2009


O software livre une o útil ao agradável



Com os novos modelos de mercado e o avanço da Tecnologia da Informação (TI), há uma necessidade generalizada das organizações em minimizar seus problemas usando alternativas que atendam às suas expectativas, sendo fundamental que essas soluções sejam economicamente viáveis em tempos de crise. Grandes empresas utilizam os meios tecnológicos para combater as dificuldades do mercado desestabilizado no cenário mundial.

Grandes empresas e órgãos públicos encontraram nas soluções de Software Livre (free software) e de código aberto (open source) uma forma para racionalizar seus custos e despesas, pois quando adquiridas não há, na quase totalidade dos casos, a necessidade de pagar um valor para licenças de uso a uma determinada empresa. Estas alternativas podem ser usadas em estações de trabalho, aplicadas na rotina do escritório, como uma agência de publicidade utilizando-as na edição de imagens, por exemplo.

Já há algum tempo o Software Livre vem alcançando seus objetivos, firmando-se cada vez mais no mercado de softwares e sistemas operacionais. Sendo assim, as empresas e usuários o estão aceitando por causa do contexto econômico, principalmente, enxergando no mesmo um novo modelo de negócio. Pequenas e grandes empresas tendem a aderir a esse modelo de negócio, embora não seja a liberdade de uso do código fonte que favoreça essa aquisição. Estudar, copiar, modificar, distribuir e aperfeiçoar o software nem sempre são os conceitos que estimulam à aquisição de software livre e de código aberto nos diversos segmentos de mercado, mas a aquisição por economia, pois os investimentos em TI são altos e, devido a isso, deixam de apostar em determinada tecnologia para produzir bens e serviços.

Após o Governo Federal adotar o Software Livre em universidades e órgãos públicos em detrimento das soluções proprietárias e de origem não brasileira, uma grande economia foi alcançada em relação a esse contexto. Veja o que foi anunciado pelo site www.idbrasil.gov.br:

O Software Livre tem penetrado decisivamente nos ambientes doméstico, comercial e governamental ao redor do mundo. Suas características geram, para as instituições que o adotam, softwares melhores adaptados às suas condições, menor custo de manutenção e maior segurança.

No ambiente governamental, em especial, diversas ações de adoção de Software Livre estão em curso ao redor do mundo. No Brasil, as prefeituras de São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Belo Horizonte-MG, Campinas-SP e Recife-PE e os governos estaduais do Rio Grande do Sul e Paraná são exemplos desta tendência.

No âmbito do programa GESAC, além das vantagens inerentes ao Software Livre, há uma economia grande nos recursos despendidos pelo Governo Federal. O gasto calculado com software dentro do investimento do programa não ultrapassa 1,5%, referente a serviços de consultoria técnica, ao invés dos estimados 42% caso fossem utilizados softwares proprietários. Veja no quadro:
  • Sistema operacional para PC 32.000 x R$200 = R$ 6.400.000,00
  • Sistema operacional para Servidores 8 x R$2.700 = R$ 21.560,00
  • Aplicativos servidores = R$ 2.000.000,00
  • Aplicativos escritórios 32.000 x R$800 = R$ 25.600.000,00
  • Total em economia = R$ 33.421.560,00

Fonte: http://www.idbrasil.gov.br/software_livre/econ_sw

Outros órgãos do governo e empresas tendem a economizar ainda mais com a aquisição de software. O Banco do Brasil é um dos exemplos mais atuais, que estima economizar cerca de 110 milhões de reais, como relatado no site www.tiinside.com.br:

"Empresas públicas e outros órgãos do governo como Serpro, Caixa Econômica e Banco do Brasil integram um grande grupo para o qual investir e desenvolver software livre já é uma realidade. O vice-presidente de Tecnologia e Logística do Banco do Brasil, José Luiz Salinas, destacou que a independência tecnológica proporcionada pela substituição de programas proprietários por software de código aberto deverá proporcionar ao banco uma economia de cerca de R$ 110 milhões." (sexta-feira, 28 de agosto de 2009, 12h19)

O Portal do Software Livre do Paraná estimava até o ano de 2006 que o governo paranaense economizaria cerca de R$ 127 milhões, e mais da metade desse valor, R$ 78,5 milhões, é creditada ao uso de software livre no Programa Paraná Digital, da Secretaria de Estado da Educação, que está sendo implantado em todas as escolas estaduais (http://www.celepar.pr.gov.br).

Diante deste cenário podemos perceber que o software livre está estimulando a economia e possibilitando a criação e incentivo à Tecnologia Brasileira, motivando a apresentação de novas tendências para o mercado de software.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também iniciou, em 2008, sua primeira experiência com o Software Livre. De acordo com o site do Tribunal (http://www.tse.gov.br), 430 mil urnas eletrônicas tiveram os Sistemas Operacionais VirtuOS e Windows CE trocados por Linux. O motivo da migração dos sistemas operacionais, segundo a secretaria do TSE, é uma busca por independência tecnológica e maior transparência nos processos, pois se trata de um sistema open source disponível ao público. Além disso, seu desenvolvimento é coordenado pela própria equipe do órgão, não havendo dependência de fabricante ou fornecedor, nem pressões mercadológicas para atualização.

Muitas outras instituições governamentais estão em processo de migração e adaptação a uma nova forma de gerenciar informações.

Como podemos perceber, os órgãos públicos vislumbraram no software livre uma forma de economia. Optar por software livre decorre de diversos motivos, os quais, na década de 80, já haviam sido debatidos em muitos aspectos, conforme a lei 7.232 de 29 de outubro de 1984.

..........................................
Art. 2° A Política Nacional de Informática tem por objetivo a capacitação nacional nas atividades de informática, em proveito do desenvolvimento social, cultural, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira, atendidos os seguintes princípios:
IV - proibição à criação de situações monopolísticas, de direito ou de fato;
..........................................
VI - orientação de cunho político das atividades de informática, que leve em conta a necessidade de preservar e aprimorar a identidade cultural do País, a natureza estratégica da informática e a influência desta no esforço desenvolvido pela Nação, para alcançar melhores estágios de bem-estar social;
VII - direcionamento de todo o esforço nacional no setor, visando ao atendimento dos programas prioritários do desenvolvimento econômico e social e ao fortalecimento do Poder Nacional, em seus diversos campos de expressão;

Mais informações a respeito da Política Nacional de Informática podem ser encontradas no site:
   

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Comentários
[1] Comentário enviado por jlvidals em 15/10/2009 - 10:57h

Já li e achei muito interessante. Parabéns! Essa economia em dinheiro, seifa muitas torneiras viviadas em "esqueminhas". Acredito em um tempo no qual o software livre será um patrimônio da humanidade, pois torna-se indispensável o ser humano nos dias de hoje cogitar viver sem um byte de software sequer.

[2] Comentário enviado por rony_souza em 15/10/2009 - 11:35h

Muito bom artigo, é assim mesmo, Esses métodos são muito legais, estava pesquisando porque é importante o soft livre, especialmente em servicos publicos que dão curso de graça!

(muito bom)

[3] Comentário enviado por cleysinhonv em 16/10/2009 - 10:09h

Com certeza, o uso do software livre no governo tem sido intenso, no exercito, Fora Aérea Brasileira, Governo do Paraná, e acredito que poderia ter mais força no campo da educação, como as universidades por exemplo.

[4] Comentário enviado por Teixeira em 19/10/2009 - 23:22h

Há MUITOS anos atrás (não faço idéia de como esteja a coisa hoje em dia) a pirataria rondava os órgãos públicos (copiar software para "levar para casa" ou "distribuir entre amigos" mesmo a título de cortesia É PIRATARIA SIM!...);

Para conseguir vender quaisquer bens para órgãos governamentais era de praxe dar 10% de comissão para "alguém". Tinha até um desses órgãos em que o IPI (Incentivo à Participação de Intermediários) era de nada menos que 30% (10% para cada um, sendo que eram 3 "intermediários").
Para conseguir montar um preço onde caiba esse tipo de "gratificação" tem que haver superfaturamento. Qualquer um que saiba fazer contas chega facilmente a essa conclusão. Portanto, o que nossos impostos já pagaram com referência a itens superfaturados, é um número simplesmente inimaginável.

Se hipoteticamente NAQUELA ÉPOCA tentássemos substituir o software proprietário por software livre ou aberto, certamente não daria certo. Já sabem porque.
E hoje em dia continua difícil essa substituição, porque cabeças malpensantes enxergam somente o preço de prateleira.
Ou (loop infinito)...

Existem muitos lugares onde a migração tem sido perfeita.
Outros ainda onde há maiores dificuldades, de ordem bem específica.
Porém tem uma determinada empresa daqui do Rio de Janeiro (dá até vergonha mencionar) cujo sistema de gerenciamento é inexplicavelmente apoiado por uma planilha do Excel!...
(Para mim não interessa que planilha é; para mim isso não passa de um "bacalhau", de uma gambiarra. Traduzindo: Ou o tal sistema gerencial deixa MUITO a desejar, ou alguém de lá de dentro não entendeu bem o sistema.
O certo é que as discrepâncias de informações - sempre em prejuizo do contribuinte-consumidor - são demasiadamente numerosas e graves).

As demais empresas congêneres migraram para Linux, mas aquela continua "com uma certa relutância". Por que será?
Será que estão mantendo o Excel ali para poder "justificar" a necessidade de manter o software proprietário? Pode ser que não, mas é o que parece.
E a incompetência de alguns contagia aos demais, e mancha o nome da empresa.
Mas esses "alguns" não estão nem aí: O erro é sempre "do computador"...

Aí não mudam para open source porque senão "não dá certo", "é difícil", "tem de treinar o pessoal". Ora, tem alguma coisa dando certo AGORA? O que é fácil? E quem está treinado, afinal de contas?

É interessante observar que, enquanto a maioria une o útil a agradável, alguns insistem em ver e apresentar dificuldades e impecilhos.

Quem estará certo? (pergunta idiota)









[5] Comentário enviado por cleysinhonv em 20/10/2009 - 07:59h

Olá Sérgio (Teixeira)

Ainda vemos esses fatos acontecerem, acredito que a difusão ainda seja lenta e que o Software Livre domina ainda (+-) 1,5%, 1,8% do mercado de sistemas operacionais em DESKTOP em uso de aplicativos, por que grandes empresas ainda não estão aptas a uma inovação devido a alguns fatores que ainda não as favorece em migração. Uma delas é contar com aquele analista de sistemas que aprendeu a usar o computador na época em que "Amaravam o cachorro com linguiça" está a muito tempo amarando as informações e os processos da área de TI para si, o qual qualquer problema deve ser resolvido com ele, isso é comum, já passei por isso em alguns lugares em que fui colaborador, implantar o software livre em empresas hoje pode exigir treinamento, conhecer algo novo, porém aquele analista não se dispõe em apresentar alternativas para a organização.

Mas o software livre está criando UM NOVO MODELO DE MERCADO, que por sua vez irá modificar a forma em que as pessoas e organizações manipulem seus negócios.

[6] Comentário enviado por dailson em 21/10/2009 - 10:05h

Kuruma!!

Esse artigo além de ótimo é oportuno, pois Hoje a Micro$oft está lançando o Windows 7 encharcado de proteções contra pirataria, porém antes do lançamento oficial, está sendo vendido na 25 de março a preços módicos de R$ 10,00 a versão Ultimate.
Parbéns Brow!

[7] Comentário enviado por cleysinhonv em 21/10/2009 - 10:24h

Grande Dailson,

É de grande valia, poder falar do software livre de maneira diferente do que vemos na comunidade, o software livre como disse o Mad Dog, é questão economica, e falar do software livre de forma corporativa é uma iniciativa um pouco diferente, por que na verdade precisamos apresentar na comunidade não somente questões técnicas, mas soluções economicamente viáveis.

[8] Comentário enviado por razgriz em 11/11/2009 - 13:14h

Belo trabalho =]

[9] Comentário enviado por viniciusgnu em 09/12/2009 - 15:29h

Continuemos contribuindo para que esse cenário evolua cada vez mais!
Abraço


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