Divulgar a
filosofia Open Source e o
projeto GNU/Linux não é tarefa fácil ou grata. Tenho acompanhado há aproximados dois anos (desde que comecei a utilizá-lo) em fóruns pela net, já o tentei na prática e, confesso que admiro o esforço de quem se propõe a alçar tal objetivo.
Recentemente reli os livros 1984 de George Orwell e A Utopia de Thomas More, e teci paralelos teóricos acerca de peculiaridades político/filosófico/sociais com nossa realidade, acerca das proporções que assumiu a ciência informática nestes tempos modernos.
Vejo que os usuários do SO microsoftiano são por demais resistentes à sequer experimentarem um sabor de GNU/Linux, e de outro ângulo, vejo usuários de GNU/Linux tentando abrir-lhes a mente, explicar-lhes pacientemente os aspectos em que o SO derivado do Unix é superior ao infame software proprietário da Microsoft e, no entanto, não os vejo lograr sucesso, mas sim iniciar usuários no SO livre numa escala muito pequena.
Até alguns dias atrás eu tinha motivação interna para insistir no exposto do parágrafo acima. Mas, mudei de idéia radicalmente nos últimos dias. Me veio à mente num lampejo o questionamento; "-nós temos que pedir ou implorar para que as pessoas utilizem GNU/Linux, porque vai ser melhor pra elas?".
Atualmente sustento a firme convicção que, se um usuário de Windows afirma a bobagem que este SO tem alguma vantagem sobre qualquer distribuição GNU/Linux, só há três justificativas plausíveis;
- O indivíduo que afirma tal, assina seu atestado de ignorância ou/e desconhecimento do GNU/Linux;
- O indivíduo é desprovido de inteligência em quantia necessária para perceber a verdade, e;
- Mau gosto extremo.
À medida que estudo GNU/Linux aprofundando meus conhecimentos, o vejo como um sistema operacional bom demais, até perfeito na falta de adjetivos melhores, para que nós tenhamos que implorar aos usuários de Windows que o conheçam e conseqüentemente migrem para ele.
Li na net ainda há pouco, a notícia que finalmente reconheceram a ineficácia de softwares antivírus, e concluí, demorou para perceberem. Quando ainda utilizava Windows e o tal travava, aonde eu perdia dados, horas de trabalho, arquivos desapareciam em decorrência da ação de vírus, o SO falia e necessitava ser reinstalado, eu já imaginava que deveria existir uma alternativa de SO melhor.
Mas, se um SO gratuito, robusto, estável, imune à vírus, altamente personalizável, com comunidades enormes espalhadas pelo planeta perde em preferência para um que é o oposto de excelência e qualidade, e cujos usuários ou tem que pagar para tê-lo ou mantê-lo em versões piratas contrariando a legislação de propriedade intelectual e até tratados internacionais, sinceramente, não vejo o que fazer para ajudar essas pessoas, que se orgulham em sustentar a falácia que são conhecedores profundos de informática, de software e hardware, que são programadores em Visual Basic etc.
Nestes tempos de crise financeira, a administração pública, com seus bons e estáveis empregos selecionados através de concursos públicos, está migrando em massa ao software livre.
Instituições bancárias, multinacionais, companhias telefônicas, grandes e médias empresas também o têm feito.
Num futuro próximo, aliás, no presente emergente, conhecimento para operar GNU/Linux vai ser requisito imprescindível em qualquer currículo, vai ser quesito em entrevista para emprego, em estágios e períodos de experiência.
Ainda que seja incompatível com a filosofia do software livre, me resignei na conduta de continuar estudando GNU/Linux para meu conhecimento e conseqüentemente benefício próprio, pois ainda não consegui convencer ninguém (nem meu próprio irmão) a migrar ao software livre. Aliás, tenho um discípulo sim, e ele completa dois anos de idade em outubro próximo, já demonstra interesse, fica próximo de mim enquanto utilizo meu PC, e se fascina pelos efeitos 3d de desktop etc.
Aos usuários de Windows que se acham os portadores da verdade e arautos do conhecimento, boa sorte.