Ao final de 2005, me deparei com uma situação que considerei naquele instante um problema gigantesco. Tínhamos que migrar nosso atual sistema de automação, rápido e muito funcional em modo console para uma solução GUI toda bonitinha, porém extremamente "gorda", se compararmos ao maravilhoso mundo do terminal em modo texto. Com a interface GUI ganhamos também um banco de dados, saímos do Dataflex para Firebird.

Minha provedora da solução de automação apresentou-me o NX da NoMachine, solução de terminal GUI e que me custaria algumas centenas de euros. Em busca da minimização de custos, procurei pela net uma solução free que foste similar ao NX e para minha felicidade encontrei algo melhor do que esperava, o FreeNX, versão livre do servidor do NX e como o cliente do NX é free, tinha grande parte de meu problema resolvido.

Então fui a luta, meu desafio agora era fazer o FreeNX funcionar no Slackware, minha distribuição predileta e era a que tinha instalada em nosso parque de desktops. Procurei na net artigos, pacotes, dicas, ... e nada de FreeNX e NX para Slackware. Após muitas idas e vindas encontrei uns pacotes, aprendi um pouco sobre como funciona a tecnologia NX e pela falta de documentação sobre o mesmo resolvi escrever este artigo.

O NX utiliza-se de um "protocolo" mais inteligente que os ambientes remotos mais conhecidos, como VNC, rDesktop, XDMCP... A sua essência está baseada no método de funcionamento convencional da interface gráfica X, apoiada à um conjunto de recursos tecnológicos existentes.

No lugar e na hora certa, é como estão dispostas as ferramentas que compõem a base do "Protocolo NX". XDMCP, ssh, proxy e zlib fazem a diferença no NX, podendo abrir sessões remotas do X, transmitindo somente pequenas instruções e pixmaps, com compressão dos dados em zlib e sobre a segurança do SSH, sendo possível estabelecer conexões SSL.

O sistema base do X proporciona, por exemplo via ssh ("ssh -X ..."), uma interface X remota. Funciona bem sobre uma rede local, podendo ainda ser compactado com a opção "-C". No entanto em conexões discadas (banda baixa) não é nem um pouco confortável... tem uma dica aqui no VOL que mostra como ativar este serviço:

• Habilitando X11 via SSH no Slackware

Com o FreeNX a história é um pouco diferente, temos em cada ponta um sistema de proxy de arquivos, ai esta a grande sacada, o protocolo NX além de enviar somente as partes da tela que tiveram modificações, com o sistema de cache de arquivos que o proxy proporciona quanto mais se navega melhor fica a performance, ao contrário de outros sistemas de conexão remota que sempre enviam screenshots da tela toda. Veja a figura:

A tecnologia desenvolvida pela equipe da NoMachine foi mais longe e estendeu sua compatibilidade a sistemas gráficos remotos conhecidos, desenvolvendo uma interface para comunicação com o proxy da NX. Atualmente os protocolos compatíveis são o do WTS e o do VNC, disponibilizando aos usuários desses sistemas uma performance maior. Veja na figura abaixo como ficariam essas conexões:

OKA!!! Pessoal, agora vamos para parte legal...