Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 30/09/2008 - 17:24h
coiotemovel, vamos ver se dá para explicar melhor:
A tal barra de que fala o colega albfneto é o sinal "/", nosso velho conhecido
(no teclado dele falta essa tecla, e eu mesmo já peguei outro teclado onde o "?" simplesmente não existia).
Mas vamos ao que interessa:
No Windows você está acostumado com a contrabarra "\" para indicar os diretórios.
Na internet (por causa do Unix) o sinal usado para isso é a barra comum "/".
No Linux também, claro.
No windows é comum as pessoas dizerem que vão formatar O DRIVE C: e têm isso como sinônimo de "formatar o HD".
Isso é um erro. Não se formata o HD, mas o VOLUME C: quando este ocupa toda a extensão do HD, como até então era comum, pois o Windows é "ciumento" e gosta de ficar com o espaço todo só para ele...
Ainda falando de windows, podemos fazer várias partiçòes que assumirão sequencialmente as letras C:, D;, E:, F: e assim por diante, e que segundo a nomenclatura própria do windows, serão os VOLUMES C:, D;, E:, F:, etc.
Havendo por exemplo um drive de CD-ROM o Windows fará com que ele tenha a letra seguinte(normalmente seria D: ou E:, mas neste exemplo seria G:).
No Linux CD-ROM é outra categoria. Portanto, ele geralmente será hdb ou hdc (dependendo do canal IDE onde ele estiver ligado: hdb seria a posição "slave" da primeira IDE, enquanto hdc seria a posição "master" da segunda IDE).
Enquanto isso, os HDs IDE serão divididos em partições conhecidas como hda1, hda2, hda3, etc.
E se os discos forem SCSI ou SATA, serão sda1, sda2,
sdb1, sdb2, etc.
Devido a essas diferenças, Linux permite que nós coloquemos aquilo que desejarmos nas partições que criarmos. Por exemplo, podemos usar hda1 para swap, hda2 para o sistema (essa partição onde fica o sistema tem de ser marcada como "bootável"), hda3 para nossos arquivos pessoais, etc.
Ou ainda em qualquer outra ordem (O sistema aceita, mas temos de ter cuidado com o nosso sentimento de organização).
Existem duas swaps no Windows, embora somente uma delas tenha esse nome. Uma delas fica em uma área reservada do HD e onde o usuário não consegue ler ou gravar nada, pois ela somente é acessível pelo sistema.
No Windows 98 era possivel ver, através do Defrag, uma área imeeeeeeeeensa marcada por retângulos que contém um pontinho dentro.
A outra "swap" é na verdade um ramdisk, que é um "disco em memória", ou seja, uma simulação.
O que se chama de "volume" no windows, no Linux se chama simplesmente de "partição". Ou seja, é o que realmente é.
O diretório "raiz" (em inglês: "root") do windows (C:\) no Linux é "/".
A árvore de diretórios no Linux é um pouco mais dinâmica, permitindo um controle mais personalizado e possivelmente mais eficaz de seu conteúdo.
No Windows, a pasta "Meus documentos" estará SEMPRE em C:\windows\desktop\Meus documentos e não será achada de forma alguma se não seguir esse path (caminho).
No Linux podemos colocar nossos documentos e arquivos pessoais onde bem entendermos, sendo que a maioria dos usuários prefere colocá-los em /home.
Alguns colocam /home em uma outra partição diferente daquela que contém o sistema operacional em si.
Isso é bastante útil quando houver real necessidade de mexermos de alguma forma na partição do sistema, pois não precisaremos (como no windows) sobregravar todos os dados do HD ("formatar o HD").
Há uma pequena diferença entre Windows e Linux, e que é fundamental: No Linux existe a necessidade de MONTAR nossas partições e nossos dispositivos para que eles funcionem. Isso é um conceito totalmente novo para os iniciantes do Linux (e assunto para outras dorianas...)
A swap do Linux é única, embora Linux possa trabalhar concomitantemente com um ramdisk, ou rodar dentro de um loop (isso é conversa para mais outras dorianas...)
Porém essa "área de troca" deve ter um tamanho limitado, pois como seu próprio nome indica, serve especificamente para trocar dados entre a memória RAM (os bancos de memória instalados no micro) e a memória auxiliar, que é uma parte do HD (bem mais lenta).
Há algum tempo atrás, determinava-se esse tamanho como sendo o dobro da memória do micro, e pronto. Estava tudo resolvido.
Hoje em dia, porém, tem micros com 2GB ou 4GB e onde seria totalmente desnecessário termos uma swap de 8GB. Geralmente 512MB são suficientes para isso.
Pessoalmente considero como ideal, o dobro do que uma distro necessita para poder rodar a contento, e isso está em volta de 200MB (cujo dobro seria 400MB). Por essa razão 512MB estaria de bom tamanho.
Note-se que no Linux não há (nem deve haver) uma degradação notável quando se usa a swap de uma forma mediana. Isso porque Linux é um sistema operacional multitarefa MESMO.
(O USO MUITO INTENSIVO DA SWAP É UMA ANOMALIA, GERALMENTE PROVOCADA POR ERRO NAS CONFIGURAÇÕES).
No mais, vale aquilo que já foi dito pelos colegas.
Instale sempre o windows PRIMEIRO.
Ele vai tomar conta do MBR ("master boot record" ou registro-mestre de boot).
Se for instalar o Linux com um windows já instalado há algum tempo, lembre-se de desfragmentá-lo (windows cria um monte de fragmentos, especialmente no final do disco).
Uma vez no Linux, experimente (em modo console) dar o comando "d"
(claro, sem as aspas) e dê uma olhada na árvore de diretórios do Linux.
Espero que, com toda essa verbose, eu tenha conseguido ajudar, e não colocar mais dúvidas em sua cabeça.
Eu também sou "mais-ou-menos-novato" no Linux e ainda tenho minhas próprias dúvidas.
Boa sorte!