Antes de descrever a distribuição que passou a ocupar o primeiro lugar, acabando com o longo reinado do
Ubuntu, anoto que deixam de fazer parte deste artigo, o
Mandriva (antigo sexto colocado), lugar ora ocupado pelo
Arch Linux, e o
PCLinuxOS,
substituído na sétima posição pelo
CentOS.
Nesta nova versão, não destaco a minha 'opinião', que passa a fazer parte da descrição da distro.
Também não destaco prós e contras, tudo porque quero influenciar o menos possível a escolha.
Como eu sempre digo, a escolha passa pelo teste de várias distribuições, pois cada uma delas tem vantagens e desvantagens que devem ser
diretamente avaliadas pelos potenciais usuários.
1º lugar: Linux Mint
Quarta colocada no artigo de 2009, esta distribuição comunitária passou a distro da qual deriva, por oferecer mais facilidade ao usuário inciante (e,
segundo muitos, por não ter optado pelo
Unity, o desktop baseado em Compiz que se tornou padrão no Ubuntu 11.04).
Lançado em 2006, o Linux Mint era considerado uma das muitas customizações do Ubuntu, que trazia um desktop pronto para o uso diário, incluindo
software restrito (patenteado) por padrão.
Mas o Linux Mint sempre foi mais do que isso, já que desde seu lançamento, contava com ferramentas próprias de configuração e facilitação do uso.
Tais como:
- mintDesktop: Que configura o ambiente de trabalho;
- mintMenu: Melhora a navegação entre os aplicativos instalados;
- mintInstall: Prático instalador de software;
- mintUpdate: Um atualizador de software otimizado.
Agora, além de tudo isso, ele traz um ambiente gráfico diferenciado, uma versão bastante modificada do GNOME 3/GNOME Shell, trazendo também o
MATE, um fork do GNOME 2 baseado em GTK 3.
E o Cinnamon, um novo ambiente gráfico também baseado em GTK 3, e cujo objetivo é 'funcionar como o GNOME 2'. O Cinnamom, palavra inglesa
para 'canela' (o condimento), é uma aposta ousada do principal desenvolvedor do Linux Mint, Clement Lefebvre.
Notem que, o Linux Mint continua totalmente compatível com os repositórios, incluindo os 'pessoais' (PPAs) do Ubuntu (a compatibilidade ocorre entre
versões correspondentes). Sendo beneficiado também, pela vasta documentação produzida pelos usuários dessa última distro.
Por isso, é viável afirmar que ele traz o 'melhor de dois mundos' aos respectivos usuários:
- Por um lado, ele é comunitário, o que evita conhecidas restrições impostas às distros produzidas por empresas.
- Por outro, ele ainda tem uma sólida empresa por trás, já que é 100% compatível com o Ubuntu.
O Linux Mint percorreu um longo caminho desde o artigo de 2009, e desde seu lançamento, em 2006. E obteve sucesso, bastante sucesso, sendo hoje
a distro de escolha para a grande maioria dos inciantes e também para muitos iniciados.
Além dos já citados aplicativos próprios, o Linux Mint, como o Ubuntu, do qual deriva diretamente, e o próprio
Debian, do qual deriva
indiretamente, usa o APT (podendo usar também o aptitude e o Synaptic) para gerenciar com competência e facilidade pacotes (programas) em
formato DEB.
Anote-se, por último, que o Linux Mint possui também uma versão baseada no Debian de teste, conhecida como: Linux Mint Debian Edition (LMDE), e
cuja ambição é tornar-se uma 'rolling release distro', ou 'distribuição de atualização contínua'.
Instalada uma única vez, e a partir de então, continuamente atualizada.
2º Lugar: Ubuntu
A 'mãe' (ou 'pai') do Linux Mint, perdeu o reinado para ele, como já dito aqui, mas manteve a segunda colocação.
Revisitando a primeira versão deste artigo, relembro que o projeto Ubuntu foi criado e é financiado pelo programador e multimilionário sul-africano,
Mark Shuttleworth, mais conhecido por ter sido o segundo turista espacial.
Tal financiamento se dá através da empresa Canonical Ltd., fundada por Shuttleworth.
Após a criação de uma sólida estrutura Online, a primeira versão da distribuição, ou distro, foi lançada em 2004, tendo arregimentado um grande
grupo de desenvolvedores e de usuários quase instantaneamente, contribuindo muito para isso, o fato de as mídias de instalação serem gratuitamente
distribuídas para o mundo todo até bem pouco tempo.
E de 2004 até meados de 2011, o Ubuntu deu um verdadeiro 'passeio' nas demais distribuições
GNU/Linux, instituindo um paradigma de usabilidade
que acabou por beneficiar o GNU/Linux como um todo.
Embora baseado no ramo instável do Debian (Shuttleworth foi desenvolvedor do Debian), o Ubuntu mostrou-se razoavelmente estável ao longo dos
anos e, principalmente, de fácil uso através de um GNOME bem acertado, que desde a versão 11.04 passou a ser "vestido" pelo Unity, aposta de seus
desenvolvedores em termos de usabilidade, modernidade e integração entre vários dispositivos computacionais.
O Ubuntu tende a ser uma "distribuição de entrada", ou seja, aquela com a qual o novo usuário do GNU/Linux terá o primeiro contato, o que explica o
aparente fracasso do Unity.
Com efeito, a novidade não agradaria aos novatos, pois muda bastante a forma de interagir com o computador. Também não agradaria aos veteranos
pelo mesmo motivo, ou seja, o fato de preferirem o uso tradicional do desktop, ao menos até o presente momento mantido pelo Windows 7.
Assim, a rejeição ao Unity, pode ser capaz de 'derrubar' ainda mais o Ubuntu no longo prazo. Ou pode ser que ocorra exatamente o contrário, já que o
Windows deve mudar de comportamento na próxima versão
O GNOME 3/GNOME Shell também não agrada, e a dupla Mate e Cinnamon ainda tem muito a evoluir, tudo isso levando a uma possível retomada de
espaço pelo Ubuntu.
Como o Debian, do qual deriva diretamente, o Ubuntu usa o APT (podendo usar também o aptitude e o Synaptic) para gerenciar com competência e
facilidade pacotes (programas) em formato DEB.
O Ubuntu conta também com uma "Central de Programas", nos moldes instituídos pela 'App Store' da Apple, e imitado pelo antigo Market do Google
Android (agora, Google Play).
3° lugar: Fedora
Como lembrado na primeira versão deste artigo, o Fedora, nascido no final de 2003, é o substituto de uma das distribuições mais antigas, o
famoso Red Hat Linux, surgido em 1995 e então em sua versão 9, lançada em março daquele mesmo ano (2003).
A Red Hat, a empresa americana responsável, dentre outras coisas, pelo desenvolvimento dos pacotes RPM, optou também em 2003, pelo modelo de
desenvolvimento e uso abertos servindo a um sistema comercializado; sendo o Fedora o campo de provas e por ela vendido o RHEL, ou Red Hat
Enterprise Linux.
Por conta de sua prestigiosa ascendência, o Fedora é largamente utilizado, contando também com um grande número de desenvolvedores.
Como o Ubuntu, o Fedora lança versões a cada seis meses. E por ser inovador, trazendo sempre as tecnologias mais recentes, traz algumas
instabilidades, com as quais geralmente se pode conviver.
Exemplificando esta tendência à inovação, está a adoção pioneira do GNOME 3/GNOME Shell, que também não agradou a muitos usuários.
Apesar de não ser uma distribuição difícil, o Fedora não é tão fácil de utilizar quanto as distribuições que o antecederam neste artigo.
Mas há uma compensação que vem na forma da excelente contribuição comunitária denominada
EasyLife, uma ferramenta de instalação
de pacotes capaz de transformá-lo num desktop perfeito para o uso diário com uns poucos cliques.
O gerenciamento de software, realizado pelo poderoso YUM, em linha de comando, e pela interface gráfica PackageKit, também merece destaque;
sendo que desde a versão 11, lançada em 2009, o Fedora passou a fazer uso do Delta RPM, onde apenas o código alterado de cada pacote é baixado,
economizando muitos Megabytes de banda.
Encerrando, testar o Fedora, a distro que dizem ser usada pelo próprio Linus Torvalds, é quase uma obrigação para quem gosta de GNU/Linux.