Senhas são a parte mais fraca de qualquer sistema de segurança, pois pessoas que não conhecem os riscos causados por senhas fracas são responsáveis por criar tais senhas. Auditar as senhas que seus usuários utilizam para acessar os servidores é necessário para se garantir o mínimo de segurança nesse quesito. Com uma ferramenta como o John The Ripper, isso fica muito fácil.
O John suporta várias opções de linha de comando, geralmente usadas para ativar determinados modos de uso do software. Preste bastante atenção no case das opções, o JtR é case-sensitive! Uma característica muito legal dele é que é possível abreviar as opções da linha de comando desde que não haja ambiguidade (mais ou menos da maneira como ocorre no shell de roteadores Cisco, por exemplo).
Abaixo vou dar uma explicação básica das opções que o John suporta. Se você se esquecer de alguma opção quando estiver utilizando o JtR, é só digitar "john" no terminal e todas as opções serão impressas para você. As opções podem ser definidas utilizando -- ou - e seus parâmetros são definidos utilizando = ou :.
--single: Define o modo "single" para quebrar as senhas.
--wordlist=ARQUIVO: Define o modo "wordlist" para quebrar as senhas e define o arquivo ARQUIVO como sendo de onde as senhas serão lidas. Aqui você pode utilizar também a opção --stdin para dizer que as palavras virão da entrada padrão.
--incremental: Define que será utilizado o modo "incremental" para quebrar a senhas. Opcionalmente você pode definir que tipo de modo incremental será utilizado fazendo --incremental[=MODO].
--external=MODO: Define que será utilizado o modo external.
--rules: Habilita as regras para wordlist definidas em john.conf quando se utiliza o modo wordlist.
--stdout[=LENGTH]: Quando utilizado, faz com que o JtR imprima as possíveis senhas direto na saída padrão ao invés de tentá-las contra um hash. Se você definir o parâmetro LENGTH só serão impressas senhas com caracteres até a quantidade especificada em LENGTH.
--restore[=NOME]: Faz com que uma sessão que foi interrompida anteriormente continue de onde parou. Se você definir um nome diferente para a sessão, especifique o nome dela na linha de comando junto com esta opção. A sessão fica gravada na home do John, em um arquivo chamado john.rec.
--session=NOME: Define o nome da sessão que pode ser utilizado com a opção restore. A esse nome será automaticamente adicionado a extensão .rec.
--status[=NOME]: Mostra o status da última sessão ou, se definido o nome da sessão, da sessão especificada.
--make-charset=ARQ: Gera um arquivo charset para ser utilizado no modo "incremental".
--show: Mostra as senhas do arquivo que você especificou para o JtR que já foram quebradas. Esta opção é especialmente útil quando você tem outra instância do JtR rodando.
--test: Esta opção faz um benchmark de todos os algoritmos compilados no software e os testa para saber se estão funcionando corretamente. Esta opção já foi explicada anteriormente.
--users=[-]Nome do usuário ou UID: Com esta opção você pode especificar para o JtR quais usuário você quer tentar quebrar a senha. Você pode utilizar o nome de usuário ou o UID dele e pode separar vários usuários utilizando uma vírgula. Utilizando o "-" antes do nome do usuário, você faz com que o John ignore aquele usuário ou UID.
--groups=[-]GID: Faz com que o John tente quebrar apenas as senhas dos usuários participantes de um grupo especificado (ou ignorá-los, se você utilizar o "-").
--shells=[-]SHELL: Apenas tenta quebrar as senhas dos usuários cujas shells sejam iguais à que foi especificada por você na linha de comando. Utilizando o "-" você ignora as shells especificadas.
--salts=[-]NUMERO: Deixa você especificar o tamanho das senhas que serão (ou não) testadas. Aumenta um pouco a performance para quebrar algumas senhas, porém o tempo total utilizando esta opção acaba sendo o mesmo.
--format=FORMATO: Permite a você definir o algoritmo a ser usado para quebrar a senha, ignorando a detecção automática do software. Os formatos suportados atualmente são DES, BSDI, MD5, AFS e LM. Você também pode utilizar esta opção quando estiver utilizando o comando --test, como já foi explicado anteriormente neste texto.
--save-memory=1, 2 ou 3: Esta opção define alguns níveis para dizer ao John com qual nível de otimização ele irá utilizar a memória. Os níveis variam de 1 a 3, sendo 1 a mínima otimização. Esta opção faz com que o JtR não afete muito os outros programas utilizando muita memória.
[1] Comentário enviado por y2h4ck em 13/06/2007 - 08:36h
"Definir um tamanho mínimo de senhas de 8 ou 10 caracteres;" Isto é bem relativo, dependendo principalmente do algoritmo utilizado.
Existem métodos para se quebrar senhas de usuários windows no padrão NTLMv1, inclusive comerciais, que conseguem quebrar uma senha de até 15 caracteres em no máximo 10 minutos.
[5] Comentário enviado por acollucci em 13/06/2007 - 17:52h
Otimo artigo. Agora quanto ao comentario do y2h4ck, sim existem metodos para se quebrar senhas fortes, porem senhas fortes dificultam ataques do tipo wordlists, ou de engenharia social.
[13] Comentário enviado por elgio em 30/01/2009 - 10:50h
A leitura do teu artigo sobre VPN hoje me fez olhar os demais artigos que escreveste. Muito interessante, a gente meio que se interessa pelos mesmos assuntos ;-)
Sobre senhas, reforço o que meu amigo Anderson (y2h4ck: depois de alguns mal entendidos com ele, ambos concordamos em nos tratarmos como amigo! :-D hehehe Forte abraço): para senhas lmpasswd nenhuma senha (NENHUMA NENHUMA) é segura. De nada adianta colocar 14 cars de senha no lmpasswd (e é o máximo que ele aceita. Mais que isto é truncado), pois ele divide a tua senha em duas partes de 7, logo uma força bruta é sobre 7 cars. John the Ripper sempre conseguirá quebrar as senhas e creio que em questão de horas com os processadores domésticos de hoje.
Ntpasswd é melhor pois usa o MD4 e não tem os vícios do LM, mas a falta de salt numbers torna ele também não confiável pois perece ao ataque de Rainbow Tables (muito embora uma tabela de RB completa até 8 cars custe $499 e tem o tamanho de 52G - http://ophcrack.sourceforge.net/tables.php ). A princípio senhas maiores que 9 caracteres para o NTpasswd são seguros pois parece (PARECE) que ninguém ainda conseguiu compilar uma Rainbow tables para tantos cars.
No Linux porém, que usa MD5 com salt numbers, qualquer senha maior do que SEIS cars torna INVIÁVEl o força bruta (cuidado, estou falando de força bruta, não de outros ataques. Mesmo que tu use 15 cars de senha ela será estúpida se for apenas números, como este artigo explica).
A presença de salt numbers torna inviável a técnica de Rainbow tables.