Quando o usuário pensa em migrar para o sistema do pinguim, ele não espera decepções devido a comentários de pessoas que experimentaram o
Linux, dizendo que não presta, é difícil de "mexer", etc. De fato, o que ocorre é a falta de informações para saber qual a melhor opção para um iniciante que jamais teve contato com o
Linux, pois devemos lembrar um detalhe muito importante: o usuário iniciante não está preparado para lidar e/ou memorizar um monte de comandos para determinadas tarefas.
Digo isso pelas grandes quantidades de perguntas aqui no VOL, por mais "simples" que sejam, e o que recebem de resposta: "Abra um terminal, digite comando tal, descompacte com comando tal, logue como root, etc". Isso leva quem está começando agora a regressar de vez para o Windows, por encontrar no sistema do tio Bill facilidade de configurar com um simples clicar do mouse. Outros interrogam: "Mas o que é root?", "Onde ficam meus arquivos?", "Como faço para alterar o papel de parede?", "O que é terminal?". Fique perto de quem usa o micro para tarefas básicas e espere o que vai ouvir: "Que coisa difícil é essa?".
Por mais simples que sejam as interrogações, temos que instruí-los de uma forma gradual, começando pelo simples, o famoso modo gráfico, e com o tempo ele vai descobrindo o resto experimentando outras formas, inclusive vai pegando o jeito através de comandos, se for o caso, dependendo do usuário (uns querem só para tarefas básicas, outros querem aprender mais, etc). Lembrando que usuário iniciante não é apenas aquele que fuça o sistema, mas também pessoas que não são da área de informática e usam o micro para tarefas simples do dia-a-dia, comerciantes, donas-de-casa, motoristas, cabeleireiros, etc. Será que sua mãe não usa o micro? Será que seus irmãos não usam o micro? Será que seu tio não usa o micro?
Pensem nessas pessoas antes de ensinar comandos como resposta a uma dúvida simples. Do que adianta ensinar comandos se essas pessoas querem um desktop estável e pronto para trabalhar? Portanto, as instruções devem ir de acordo com o nível de cada usuário.
Um amigo falou-me que não gostou do Kurumin porque é difícil, não conseguiu fazer o DVD rodar, não sabe para onde foram seus arquivos, não conseguiu acessar o drive de DVD que acabou de comprar e possui o Gravador de CD como Master, etc. Eu tinha instalado o Kurumin no micro dele, mas ainda não tinha tempo o suficiente para esclarecer algo básico. Aos poucos fui sanando as dúvidas sempre optando pelo modo gráfico para que ele pudesse aprender como se faz e o resultado foi extremamente prazeroso e satisfatório.
Conheço um grande amigo de uma escola de informática, a S.O.S Computadores. O nome dele é Firmino, uma grande figura. Ele é instrutor e está ensinando os usuários a usarem Linux. Como ele sabe o nível de seus alunos, não optou em passar comandos, apenas o modo gráfico, pois o usuário vai perder o interesse pelo Linux por jamais ter tido contato.
Dependendo do tipo de informações que um usuário precisa para sanar um problema, devemos saber passar a resposta clara e compreensível. Experimente ensinar comandos ao papai, a mamãe ou a titia... Não dá. Minha esposa perguntou: "O que é Linux?", "Como eu faço para acessar a internet?". Tive que deixar habilitado na inicialização do boot a internet para que ela pudesse acessar apenas abrindo o navegador, ao invés de eu dizer: "Você abre um terminal aqui, digite sudo pon dsl-provider, etc".
A distribuição era Kurumin, que já habilita a internet na inicialização durante a configuração do acesso ADSL caso o usuário confirme "Sim". Expliquei também que se algo não funcionar, é só clicar aqui neste ícone "Conectar ADSL". Para navegar na internet, use este ícone (estava indicando o Firefox)... e lá estava ela navegando como se já soubesse.