Esta é a parte que se repete em todos os artigos sobre compilação de kernel. Se você se sente suficientemente cheio desse tipo de informação, pule para a página seguinte. Por questões didáticas, irei descrever também esta parte.
A sugestão é sempre baixar a última versão estável (que no momento de criação deste artigo é a linux-2.6.32.4), mas isso vai de acordo com sua necessidade e preferência (eu por exemplo escolhi a 2.6.28 por questões de compatibilidade com o driver de minha placa de vídeo). Visite o site
kernel.org e baixe a versão desejada em tar.bz2 ou tar.gz para o diretório /usr/src. O mais prático é usar o próprio terminal para isso:
wget http://www.kernel.org/pub/linux/kernel/v2.6/linux-2.6.versao_escolhida.tar.bz2
Depois logue-se como super usuário e descompacte tudo para o diretório citado:
# tar -jxvf linux-2.6.versão_escolhida.tar.bz2 -C /usr/src
Remova o link simbólico existente e crie outro conforme o diretório que você acabou de criar:
# rm -rf /usr/src/linux
# ln -sf /usr/src/linux-2.6.versao_escolhida /usr/src/linux
Entre no diretório /usr/src/linux:
# cd /usr/src/linux
Agora vem a compilação propriamente dita. Uma boa opção é copiar o arquivo .config do seu kernel atual para te dar mais segurança. Além de evitar um "kernel panic" na inicialização, isso vale até mesmo para te servir de parâmetro na escolha das opções de configuração adicionais que você fará pelo "make config". Geralmente esta configuração está em /boot, então faça o seguinte:
# cp /boot/config-`uname -r` ./.config
# make clean <-- Para possíveis resquícios de tentativas frustradas de compilação
# make menuconfig
Ou:
# make xconfig
Com o "xconfig" você fará a configuração do kernel através de uma interface gráfica. Para usá-lo, precisará de um pacote adicional chamado
libqt3-devel.
O meu modo preferido é o "menuconfig", pois com ele você configurará o kernel em modo texto, mas um modo texto bem amigável. Não precisa da biblioteca QT3.
Dentro da interface que surgirá, vá em Load an Alternate Configuration File:
Depois digite .config no campo correspondente:
Se quiser parar por aí com a configuração, já estará de bom tamanho. Afinal, as configurações padrões do kernel das distribuições já tendem a ser boas (apesar de genéricas demais). Caso queira se aventurar editando a config, e eu te recomendo que o faça, dê uma olhada
nesta dica e procure mais documentação através do
Oráculo.
Agora vem a parte mais legal! A hora de compilar um pacote RPM do kernel que você acabou de configurar. Rode o comando e vá dar uma volta, bater uma bolinha na rua, namorar, algo assim... porque vai demorar um pouco dependendo do seu hardware:
# make rpm
Obs.: uma boa dica se você tem um processador multicore, é adicionar o comando -j4 depois do "make" no comando anterior, ficando assim:
# make -j4 rpm
Após finalizada essa parte, é hora de instalar o kernel gerado.
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