Depois disso vamos finalmente gerar nosso dvd com o
dvdauthor. Para isso recorremos mais uma vez a um arquivo xml.
Abra um arquivo novo em seu editor preferido e insira o seguinte código:
<dvdauthor dest="dvd">
<vmgm>
</vmgm>
<titleset>
<menus>
<pgc entry="root">
<vob file="menu.mpg"/>
<button> jump title 1; </button>
<button> jump title 2; </button>
</pgc>
</menus>
<titles>
<pgc>
<vob file="Aniversário.mpg" chapters="0,00:30:00.00,1:00:00.00,1:30:00.00,2:00:00.00"/>
<post> jump title 2; </post>
</pgc>
<pgc>
<vob file="Praia.mpg" chapters="0,0:30:00.00,1:00:00.00,1:15:00.00"/>
<post> call menu; </post>
</pgc>
</titles>
</titleset>
</dvdauthor>
Explicando: Na primeira linha a opção dest="dvd" especifica o diretório onde os arquivos serão gerados. Lembre-se de criar o diretório se ele ainda não existir.
A próxima parte que nos interessa é onde começa o primeiro "<pgc>". Lá definimos onde estará o menu (no caso, na raiz do dvd (root)) e logo depois o arquivo do menu (no caso é o menu.mpg). A seguir especificamos a ação de cada botão, indicando que cada um deve ir para um título (lembre-se de associar um botão para cada título criado).
A seguir temos outras duas entradas <pgc>, onde inserimos as entradas dos nossos vídeos. Também podemos definir os capítulos de cada vídeo com a entrada "chapters" seguido do momento de cada capítulo separado por vírgulas e no formato HORA:MINUTO:SEGUNDO.CENTÉSIMO DE SEGUNDO, como em:
<vob file="Aniversário.mpg" chapters="0,00:30:00.00,1:00:00.00,1:30:00.00,2:00:00.00"/>
<post> jump title 2; </post>
É interessante a entrada <post> ao final de cada vídeo junto com um "jump" para que quando um vídeo termine de ser exibido, em seguida comece o próximo vídeo e, no último vídeo, ao invés de um "jump" colocamos um "call menu" para que ele volte ao menu principal.
Para quem quis um dvd sem menus e pulou para o 4° passo, segue um exemplo do arquivo para usar com o dvdauthor:
<dvdauthor dest="dvd">
<vmgm/>
<titleset>
<titles>
<pgc>
<vob file=”filme01.mpeg” chapters=”0:00:20.00,0:10:20.00,0:20:20.00″ />
<vob file=”filme02.mpeg” chapters=”0:00:20.00,0:10:20.00,0:20:20.00″ />
</pgc>
</titles>
</titleset>
</dvdauthor>
Terminado o arquivo, salve-o como "dvdauthor.xml" por exemplo e feche o editor.
De volta à linha de comando, vamos gerar o dvd. Antes certifique-se de que o arquivo que acabara de ser criado esteja no mesmo diretório dos vídeos e que o diretório especificado na primeira linha do arquivo (dest="dvd") esteja criado e também no mesmo diretório dos vídeos.
Agora finalmente um comando fácil :p
dvdauthor -x dvdauthor.xml
Demora um pouquinho e, após concluído, a estrutura do seu dvd deve estar devidamente criada dentro do diretório que especificamos.
Agora é só gravar usando o K3B ou o Brasero ou outro programa de sua preferência.
Na verdade não posso dizer que é extremamente fácil criar um dvd em linha de comando, mas também não é nada complexo. Depois de 3 dvds que criei, agora gasto cerca de 15 a 20 minutos apenas para converter meus vídeos, criar meu menu, juntar tudo e deixar pronto para a gravação. Nos meus tempos de Windows eu demorava até mais usando o Nero vision, com a vantagem de que agora não preciso me prender a layouts prontos. Basta usar a imaginação (e o Gimp, hehe)!
Vale ressaltar que a intenção não foi escrever um manual completo sobre como se autorar um DVD profissionalmente, ou esgotar todas as opções disponíveis. O intuito foi simplesmente de traçar um método o mais prático e explicativo possível, sem prolongar demais em detalhes, mas não os desprezando, sobre como é possível criar um DVD no
Linux praticamente apenas na linha de comando (com exceção do uso do Gimp), mostrando um pouco da poderosa capacidade que o Linux tem para realizar todo tipo de tarefas, levando também em conta de que praticamente não há material referente ao dvdautor em português, e como acredito que muitos brasileiros também gostam da linha de comando pro achá-la mais flexível e poderosa e não tem tanta familiaridade com o inglês.
Que este material também ajude a contribuir para acabar com o mito de que brasileiros tem medo da linha de comando.
Espero que seja de utilidade para muitos.
Espero também que me ajudem a melhorar esse texto com dicas, sugestões e indicando erros que porventura sejam encontrados.
Bibliografia