Neste artigo apresentarei as únicas distribuições Linux que até o momento estão de acordo com o ideal do projeto GNU. Ao todo são nove apenas. Também apresento os requisitos para essa seleção e o porque de algumas distros famosas não estarem na lista.
Porém, muitas vezes vamos contra o ideal do projeto GNU (sim, aquele esforço em romper com o modelo tradicional de expansão do conhecimento e que nos permitiu participar hoje de uma comunidade tão interessante e divertida), mesmo quando utilizamos uma distribuição Linux.
Por meio deste artigo veremos quais são as distribuições que honram o compromisso com a Free Software Foundation e também qual o motivo de algumas distribuições famosas estarem fora da lista de distribuições reconhecidas pelo projeto.
Requisitos de um sistema livre
Alguns requisitos para uma distribuição ser selecionada pela Free Software Foundation. Ou seja, o que faz uma distribuição ser considerada livre:
1. Todo o código fonte deve estar disponível para que se permita alterações.
2. Toda a informação sobre o código fonte deve ser fornecido sob pelo menos uma licença livre (veja a lista de licenças).
3. Um sistema livre não deve orientar, encorajar ou ajudar os usuários a obterem alguma informação não-livre. Não deve conter programas proprietários em seus repositórios e nem sugerir sua instalação. Isso inclui documentação, plugins etc.
4. Um sistema livre não pode ter sido construído com o uso de programa não-livre, nem pode incluir programas livres construídos com programas não-livres.
5. Os responsáveis pelo sistema livre devem se esforçar para não incluir códigos não-livres no sistema e, se por engano os incluir, devem se comprometer em removê-los assim que os mesmos forem encontrados.
6. Um sistema livre não deve possuir firmware não-livre (também conhecidos como "firmware blobs"). Eles devem ser removidos do sistema livre. Não podem ser fornecidos nem mesmo como arquivos separados.
7. Dados que tem uma finalidade estética, em vez de funcional, podem ser incluídos em um sistema de distribuição livre, desde que sua licença permita copiar e redistribuir o dado, tanto para fins comerciais e não comerciais.
8. A concessão do uso de marcas e logotipos registrados como maneira de forçar restrições em um sistema livre é inaceitável.
9. Toda documentação deve estar sob uma licença livre e esta não deve encorajar o uso de programas proprietários.
10. Os desenvolvedores devem se comprometer em corrigir rapidamente os erros que forem descobertos.
11. Os responsáveis pelo sistema livre devem relatar ao projeto GNU os seus problemas relacionados aos softwares não-livres e a data de sua resolução.
A seguir veremos as distribuições GNU/Linux que possuem um forte compromisso em manter-se livre. Essas distribuições rejeitam aplicações não-livres, ferramentas não-livres, drivers e firmwares não-livres.
[1] Comentário enviado por removido em 16/01/2010 - 15:13h
bom artigo
oq vc diria a respeido do Slackware?? uma distribuição conhecida por todos, muitas pessoas que nao conhecem linux ja me perguntaram oq eu sei do ubuntu e do slackware
eu gosto muito do BSD, algumas vezes eu prefiro ateh mais que o linux, ateh ja teve discução entre o richard stallman com o criador do FreeBSD, disem que parte do codigo do FreeBSD tem licença GLP, e que o FreeBSD estava violando algumas regras
nao sei muito bem sobre isso, so sei que o BSD estava com a razao e eles nao violaram nada, dessa vez o richard perdeu a razao
[5] Comentário enviado por removido em 17/01/2010 - 16:28h
Parabéns! Ótimo artigo.
Concordo quando você diz ser uma contradição os defensores do GNU/Linux usarem distribuições não reconhecidas como livres pelo Sistema GNU, porém, se refletirmos um pouco, veremos que essas distribuições não são apoiadas, têm conteúdo um tanto escasso na internet e nem todo software é empacotado para os gerenciadores dessas distros. Portanto, às vezes, só nos resta usar distribuições que tem mais "força" no mercado de Software Livre.
Mas com certeza, não depende APENAS de nós, eu, você e participantes do VOL, mas sim de todos os entusiastas do Software Livre.
Numa hora como estas, não aparece voluntários para ser Webmaster de alguma dessas distros, empacotadores, tradutores, etc.
Um abraço!
[6] Comentário enviado por yuricastilho em 17/01/2010 - 18:30h
Bom Artigo!
Mas, vamos ser francos mesmo que distribuidoras de softwares como Ubuntu, Debian, Slackware e outros não sejam o maior e perfeito exemplo de software livre, e mesmo que não sigam a risca os 11 mandamentos do projeto GNU. Já é bem mais livre, e bem menos mercenária do que Microsoft, Apple, Ahead e etc
[7] Comentário enviado por xerxeslins em 17/01/2010 - 22:01h
Pessoal, valeu pelos elogios.
Como podem ver, eu não uso essas distros "puras", pois elas não são muito divertidas para mim... deixam algo a desejar por serem bem restritas em algumas características. A intenção foi apenas fazer algumas pessoas refletirem antes de defenderem ou falarem de software livre e do GNU, pois muitos não sabem que não estão seguindo os "mandamentos" do GNU à risca.
@douglasfim: sobre o Slackware eu acho que é um excelente distribuição, só acho uma pena que tenha poucos pacotes pré-compilados em comparação com outras distros famosas. Sobre não estar na lista de distros de distros livres, isso não me incomoda.
@dlanger: no momento apenas essas são conhecidas. Apenas essas 9 seguem os requisitos.
@dbahiaz: verdade. Eu tbm não abandono as outras distros para seguir as regras do GNU. Eu sou mais do tipo que usufrui das vantagens conseguidas até agora, e embora não seja um fanático seguidor do GNU admiro todo o projeto.
@orlandoxavier: concordo com você. Essas distros reconhecidas são muito "exóticas"... servem mais para quem realmente faz questão de seguir os princípios GNU (que não é o meu caso).
[8] Comentário enviado por dbahiaz em 18/01/2010 - 01:25h
Eu entendo que no que diz respeito do ponto de vista da Free Software Foundation, isso não poderia ser diferente, até concordo com tudo que esta discriminado, porém, existe o outro lado (do simples usuário) e é nesse lado que eu , talvez você e muitos outros estão incluso, parabéns pelo artigo, muito esclarecedor mesmo. Abraço!
[11] Comentário enviado por fhespanhol em 18/01/2010 - 08:56h
Aí xerxeslins em que mundo você vive? É óbvio que precisamos de driveres proprietários. Como ouviremos música, assistiremos vídeo, instalaremos hardware sem eles? O proprio conceito de Software livre é ambiguo, ja que precisamos pagar pelo suporte tecnico. O Linux só se tornou viável quando passou a adotar codecs, plugins e driveres proprietários. Não vá pela onda do Stallman que isto colocará todo o esfoço de desenvolvimento do Software livre a perder.
[12] Comentário enviado por xerxeslins em 18/01/2010 - 09:48h
olá fhespanhol,
eu não defendo o uso das distros 100% livres. EU não uso distros 100% livres.
apenas mostrei que muitos fazem propaganda do software livre, mas na prática não usam apenas software livre, o que para mim é uma contradição.
devemos assumir que gostamos dos benefícios que o software livre trouxe, mas que ainda assim usamos também o proprietário. Sem hipocrisia.
e o conceito de software livre não é ambiguo, pois ele é livre em termos de permitir cópia e alteração, mas o preço pode ser cobrado sim e sem restrições, tanto para serviço como pelo programa.
[17] Comentário enviado por victorwpbastos em 19/01/2010 - 09:25h
Admiro esse cara. Comecei a olhar com outros olhos pro xfce através de screenshots e artigos dele sobre o zenwalk.
Ótimo artigo! Sempre pensei que algumas pessoas são hipócritas mesmo ao dizer que defendem software livre, quando na verdade usam drive proprietário e codecs. Só discordando um pouco do nosso amigo cruzeirense, nem sempre as pessoas deixam o windows para usar um sistema livre. Eu por exemplo e alguns amigos usamos Linux porque queremos fugir dos bugs mesmo, rsrsrs.
[19] Comentário enviado por ednilton_so em 20/01/2010 - 12:42h
Artigo legal. É bom saber essas coisas, ao mesmo tempo que nos sentimos não tão livres assim. Porém, infelizmente, a culpa não é do usuário. O Mundo é capitalista e, pensando bem, já uma vitória que haja software livre e sistemas operacionais grátis que sejam superiores aos não grátis. Há muito tempo estamos acostumados com a propriedade intelectual privada, principalmente quando se refere ao mundo do software. O projeto GNU vem ganhando forças e em muito, acredito, isso é graças às distribuições mais famosas que o próprio projeto desconsiderou.
[21] Comentário enviado por cytron em 28/04/2011 - 11:06h
É um grande dilema, pois liberdade não é só para software, eu, como ser humano, quero liberdade "de escolha", detestaria viver 100% só de coisas livres, grátis e opensource.
Não consigo comer somente o que plantar, mal consigo plantar;
Prefiro pagar pelo alimento e ter tempo disponível para outras coisas;
Prefiro comprar a mobilha do que dar uma de marceneiro;
Utilizo Linux a vários anos e alguns programas que utilizo para trabalho foram comprados (software proprietário mesmo).
Acho que dá pra estender o conceito "livre", onde tenho "liberdade" para inserir software proprietário no meu Linux porque estou "livre" para isso desde que seja dentro da lei (não piratear).
Se o Linux estiver restrito e for proibido uso de software proprietário... qual é a definição dessa liberdade?
Sei exatamente a ideia proposta pelo artigo, entendo perfeitamente, mas apenas estou apresentando de outra maneira para que pensemos se realmente estamos utilizando o conceito "livre" da melhor forma.
Tem gente que gosta de Ubuntu, outros gostam do Debian puro mesmo, alguns gostam do Arch, ...., Satux, ..., Slackware ... Mas a final ... qual é a correta?
TODAS ELAS !!!
Existem várias apenas para atender a gostos variados.
E dessa mesma forma, existem pessoas que preferem utilizar Adobre Premiere do que Cinelerra, ou até mesmo o contrário.
Eu prefiro XPDF / Okular do que utilizar Acrobat Reader. Mas conheço várias pessoas que preferem Acrobat e detestam XPDF.
A vida é assim, isso é liberdade, deixar que escolham grátis ou pago.
Comercialmente falando, uma distro que deseja permanecer, ganhar destaque, ser aceita e estar dentro dos padrões de compatibilidade, precisa aceitar software proprietário.
Imaginem se fosse totalmente proibido uso de software proprietário no Linux, agora imaginem que o windows desapareça do mercado... o que vai acontecer? As empresas desenvolvedoras terão que fechar, pois não poderão vender programas para rodar em Linux. Se tornar free? Nem todas as empresas pensam assim e não são obrigadas a isso.
Também sou defensor do free e opensource. Mas SEMPRE vou defender o direito de optarmos por vender / liberar o fonte, pois isso é a verdadeira liberdade.
É o tal da coisa, não gosto de satanistas, mas não vou sair matando ou pedindo pena de morte para eles. Apenas não vou me tornar um.
O ponto de vista GNU precisa mudar, ser mais livre. Deve apenas proibir que "livre" apóie ou incentive o uso de "proprietário". Deve também proibir o "bloqueio" do direito de escolha entre livre ou proprietário. Impedir também a distribuição de proprietários seja nas instalações ou repositóros. Se o "cliente" deseja usar software livre, então terá que procurar por ele ou utilizar-se de recursos para busca. Não quer dizer que deve estar disponível no próprio sistema. Mas também deve deixar "livre" a escolha de INSERIR repositórios proprietários a fim de facilitar instalações e atualizações.
Mais uma vez torno a dizer, não estou contra o autor ou seu artigo, apenas estou dizendo que GNU deve redefinir a liberdade, pois segundo o artigo, GNU está "isolando" a liberdade.
[22] Comentário enviado por iz@bel em 10/05/2011 - 22:58h
Gostei D+ do artigo, muito esclarecedor...
Se você é alguém que ama a tecnologia e quer um notebook com wireless, bluetooth, câmera, além de usar java, flash, adobe, entre outros... Não tem como ser um usuário livre... Então, infelizmente, vou " apenas flerta com a proposta de software livre"...
[23] Comentário enviado por marinho lana em 13/06/2012 - 11:44h
Olá, sou um leitor tardio deste post e provavelmente um dos que menos entende de software livre, a não ser como usuário final, conheci o linux como opção à pirataria com que convive quem normalmente usa windows, que me perdoem aqueles que não estão envolvidos nesta categoria. Após usar o Ubuntu com todas as suas qualidades e ofertas comecei a me interessar pela história do SL e descobri sobre o GNU e Stalman.
Vibro com toda essa discussão sobre a filosofia e as possibilidades do GNU/Linux e aos poucos tiro minhas conclusões que dirão respeito, obviamente, apenas as minhas opniões pessoais. Por hora percebo que às vezes se confunde muito o livre com o gratuito e que se procura o SL em busca do segundo, como eu fiz no início, já que tudo que eu utilizava no software proprietário era pirateado, exatamente por ser inviável a compra dos mesmos. A partir do momento que conheci o SL descobrir que havia uma nova forma de criar, distribuir e usufruir de software sem essa loucura capitalista de lucros absurdos.
Aí entra a filosofia e a importância, pra mim e acredito que para muitos outros, da luta do pessoal da FSL, manter o espírito de SL original. Não sou contra ninguém e como disse, sou usuário final, hoje busco minha maneira de contribuir com essa idéia e o que me pareceu mais óbvio foi experimentar Uma distribuição 100% livre. Atualmente uso Trisquel e "limpei" o "meu" Debian Squeeze (já que o Kernel do mesmo vem sem os blobs, segundo o próprio Debian) no que foi possível com meu parco conhecimento, busco converter vídeos e músicas e criar em formatos livres e ver o que isso pode trazer de bom e meu próximo pc será montado com base no meu software. 100% livre é utopia? Não tenho resposta mas estou a procura.
Quanto ao texto, meu caro xerxeslins, parabéns!
[26] Comentário enviado por richard626 em 02/02/2014 - 21:23h
Caro Xerxeslins,
Muito bacana o artigo. Ajuda a pensar sobre o assunto.
A discussão de Stallman em Madri rolou na direção deste artigo (segue o endereço para quem ainda não assistiu).
Para além das paradas de eficiência, utilidade ou tendências pessoais, a questão do software livre na real acaba apresentando-se enquanto uma perspectiva, uma maneira de ver a utilização dos softwares.
Acho que agora é tentar multiplicar artigos a respeito de cada distro facilitando a sua utilização e ampliando as comunidades e a troca de ideias.