Dúvidas iniciais para começar Open Hardware de mouse + GUI

Alguns artigos tentaram problematizar ou estimular o Open Hardware. É com espírito de desenvolvimento aberto que quero desenvolver um mouse conjuntamente com inovações em interface de usuário (GUI- Graphical User Interface). Porém tenho dúvidas iniciais sobre questões de diferenças hardware x software, viabilidade de desenvolvimento etc, para os quais espero comentários para iniciarmos um debate.

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Por: celio ishikawa em 16/06/2008


Outro lado (software): a camaradagem nos GUI



Terminando a seção 1 com indicativo de que pode ser necessário registrar patente, mas agora vamos ver pelo outro lado, o lado dos softwares. Pois como o nosso Open Hardware é um mouse, e o mouse surgiu na mesma época dos ícones e janelas, no desenvolvimento do nosso hardware, pretendemos desenvolver inovações na GUI (interface gráfica do usuário) dos sistemas operacionais e programas.

E aí a realidade parece ser diferente: as inovações de GUI não parecem lidar com o rigor das patentes: quando ícones surgiram, elas se disseminaram por todos os sistemas. Quando o Windows veio com o botão "Iniciar" e a barra de tarefas, surgiram similares tempos depois nos sistemas Unix (KDE, Gnome, WM95 etc).

Atualmente o mesmo pode-se dizer de itens do MacOsX. Nos programas, algum fabricante teve a idéia de criar uma barra de ferramentas (ícones de ferramentas) embaixo da barra de menus, e imediatamente isso foi copiado. A verdade é que softwares, tanto proprietários quanto livres, seriam inviabilizados se não fosse permitido copiar a disposição de janelas e ferramentas. Assim, o software livre teve de lidar com propriedade sobre processos aritméticos, mas não sobre as GUI.

Quando a Microsoft soltou aquela ameaça dizendo que Linux desrespeitou centenas de patentes da empresa de Bill Gates, se especulou que alguns talvez se referiam às GUI. Mas daí também surgiu boatos de que ela não entraria com processos pelas GUI, pois o próprio Windows se inspirou em vários GUI de outros fabricantes.

A partir daí fica a sensação de que seria muita pão-durice limitar a difusão de um novo GUI, lembrando que não estamos falando de difusão do tipo filosofia open ou free: quando se trata de GUI a impressão é que até os proprietários-fechados podem copiar.

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Páginas do artigo
   1. Que mudanças em hardware são patenteáveis?
   2. Outro lado (software): a camaradagem nos GUI
   3. O que devemos fazer? O que os concorrentes estão fazendo?
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Comentários
[1] Comentário enviado por jeroavf em 16/06/2008 - 11:04h

O Open Hardware existe há muito tempo , desde a divulgação dos circuitos eletronicos em revistas como Antena , Nova Eletronica, Saber Eletronica etc. O que é novo e está chamando atenção é a convergencia de programação de microcontroladores usando GCC , linux embarcado em placas construidas com a divulgação de seus equemas, pabx de baixo custo usando asterix, uClinux para populações carentes e softwares de CAD para placas de circuito impresso Open-Source ou freeware (gEda , Eagle). Esta convergencia permite a qualquer um criar dispositivos de acordo com a sua necessidade e complexidade maior ou menor de acordo com a sua habilidade com eletronica. Um bom exemplo disso é o Arduino (http://arduino.cc) que conseguiu criar um ecosistema de criação de hardware livre usando GCC,JAVA e microcontroladores de baixo custo que contabiliza mais de milhares de placas construidas para as mais diversas utilizações.
Eu sou um entusiasta do assunto e sempre que posso divulgo este conceito:
Jeronimo Avelar Filho
www.blogdoje.com.br
Avr , Arduino, Arm e Tecnologia em geral

[2] Comentário enviado por DanielGimenes em 16/06/2008 - 13:33h

Acredito que a Microsoft e a Apple já adotam um esquema mais aberto quanto às patentes, apesar da ridícula ameaça ao Linux citada. Eles devem manter as patentes fechadas para desincentivar empresas menores e ter alguma segurança.

Daniel

[3] Comentário enviado por Teixeira em 16/06/2008 - 15:00h

A idéia em si é muito boa e merecedora de aplausos e incentivo, porém de muitas considerações ainda - o que todavia não chega a ser um obstáculo.

As primeiras dificuldades a serem vencidas são exatamente de natureza legal, envolvendo patentes e forma de licenciamento, que devem ter apoio no Direito Internacional.

Acho que uma boa forma de licenciamento seria aquela em que todas as empresas do mundo pudessem fabricar dispositivos "open" desde que não pretendessem futuramente apoderar-se ("legalmente") de nenhuma das particularidades do projeto, e em caso contrário sofressem PESADAS sanções.

De vez que ainda não existe uma licença com tais características, teria portanto que ser MUITO bem redigida e ter abrangência mundial.

Em nosso país temos de considerar ainda a - pesadíssima - carga tributária sobre os assim-chamados "produtos industrializados", onde o simples ato de colocar uma embalagem mais apropriada a um produto constitui-se em "industrialização" e gera impostos cumulativos (embora o governo sempre jure de pezinhos juntos que não está praticando tributação múltipla sobre o mesmo produto).
Aprende-se na Faculdade de uma forma, mas governo após governo, vão negando tudo aquilo que aprendemos.

A grande indagação é: Quem fabricará o "nosso" mouse a partir do zero, em escala industrial, mas sem nenhum incentivo fiscal?

Devemos considerar que "nosso" mouse talvez não seja nenhum campeão de vendas e que os custos iniciais sejam altos (moldes, estamparia, etc.).
Com uma carga tributária de quase 50% (ou mais, considerando encargos sociais) a tendência é que o projeto seja inviabilizado no nascedouro.
Um mouse "standard" pode custar cerca de R$ 6,50 a R$ 20,00 (se importado da Ásia) porém custará muito mais do que isso se for fabricado - e não apenas montado - aqui.

Contudo, muitas coisas que eram impossíveis há alguns anos, atualmente são perfeitamente viáveis.

Cito como exemplo o telefone, inventado por Alexander Graham Bell, uma ferramenta de inegável utilidade nos lares e sobretudo nas empresas, podendo-se até ousar dizer que foi o que tornou viável a internet da forma como a conhecemos.

Pois bem, esse invento teria passado totalmente despercebido, se nosso querido D. Pedro II não se houvesse admirado de tal invenção (ao ponto de exclamar: "Meus Deus! Isto fala!") e literalmente "vestido a camisa" do Graham Bell, financiando-o durante um bom tempo.

O identificador de chamadas (Bina) foi inventado por um brasileiro e 8 anos após haver finalmente saído o seu registro de patente, foi lançado um produto similar, canadense, cujos sucessivos clones são o que hoje chamamos de "caller ids".
Infelizmente, D. Pedro II não estava mais entre nós e parece que depois da sua época os governantes pararam de ter aquela visão excelente.

Como já disse, pode até ser mais difícil. MUITO difícil.

Mas não impossível.

[4] Comentário enviado por celioishikawa em 17/06/2008 - 20:32h

Obrigado pelos comentários. Com certeza será útil.
Na verdade o projeto de Open Hardware Mouse ainda está em conceitos, ainda que uma idéia ou outra seja bem empolgante. De um projeto bem conceituado espero que surjam oportunidades para prosseguir. Eu também acho que não é impossível. Se as pessoas desistissem quando parecesse impossível, nem teria nascido o software livre.

[5] Comentário enviado por GilsonDeElt em 18/06/2008 - 12:41h

celioishikawa, d+ seu artigo, cara
realmente, é um bom ponto para se debater
mas há todo o já citado problema da 'legalidade' dos projetos, e as leis para tal

bem, depois eu volto aqui,
Gilson



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