Chegou a hora de instalar o sistema no servidor. Coloque o CD do Debian no servidor, entre no BIOs da máquina e configure-o para que o CD ROM seja a primeira mídia de boot e o HD a segunda. Feito isso, é hora de começar a instalação.
Nota: alguns computadores oferecem a opção de escolher a opção de boot durante a iniciação do BIOs sem a necessidade de termos de entrar na configuração do BIOs. Em geral, quando esta opção está disponível, a mensagem aparece na tela, dizendo que você deve pressionar uma determinada tecla para utilizá-la.
O Debian permite que façamos uma instalação em modo texto ou em modo gráfico. Como não é possível prever o nível de conhecimento que você possui, irei propor o modo de instalação gráfico, que é muito mais amigável. Mas se você já possui um nível maior de conhecimento, poderá realizar a configuração como bem preferir.
Nota: se você é iniciante, para evitar que o sistema busque rede automaticamente e proporcione resultados diferentes dos aqui apresentados, recomendo a remoção do cabo de rede ou qualquer outra conexão que a máquina possa ter com alguma rede.
Isso evitará a configuração automática da rede caso exista algum servidor DHCP ativo.
Na primeira tela do sistema, selecione a opção "Graphical install". Isso fará com que o programa de instalação utilize uma interface mais amigável para você executar o processo de instalação do sistema.
Imagem 5.04 - Tela de início do instalador do Debian
Nota: para navegar entre as opções durante o processo de instalação, você pode utilizar-se das setas para cima, para baixo, esquerda, direita e Tab do teclado. Para seleção, utilize a tecla "Enter". Na opção de instalação gráfica também é possível utilizar o mouse.
Na próxima tela, selecione o idioma do sistema com as setas do teclado (para cima ou para baixo) ou utilizando o mouse.
Em nosso caso, instalaremos o ambiente em Português do Brasil. Isto traz alguns benefícios, quando já disponíveis, como manuais do sistema em português. Após selecionar a linguagem, clique no botão "Continue" ou navegue até o mesmo com a tecla "Tab" de seu teclado, clicando em seguida no "Enter".
Imagem 5.05 - Tela de seleção de idioma para o sistema
Em seguida, abrirá a tela para a seleção de sua localidade.
Imagem 5.06 - Tela de seleção de localidade
Selecione a opção Brasil ou a que melhor lhe convir e clique em "Continuar".
A próxima tela é onde você configura o "layout" do teclado que será utilizado. Se você estiver no Brasil com um teclado padrão brasileiro, basta selecionar a opção "Português Brasileiro" caso contrário, selecione o "layout" mais indicado ao seu hardware.
Embora isso não seja abordado neste livro, ressalto que é possível alterar essa configuração posteriormente sem qualquer problema.
Imagem 5.07 - Tela de seleção de layout de teclado
Feito isso, o sistema começará a detectar seus componentes de hardware e configurações de rede automaticamente.
O sistema tentará buscar um servidor DHCP na rede para que seja realizada a configuração automática da interface de rede. Como nós estamos com as conexões desligadas, ele reportará um erro para você.
Imagem 5.08 - Detecção da rede
Quando a tela de erro aparecer, clique em "Continuar".
Imagem 5.09 - Tela de erro de detecção da rede
Em seguida, o sistema perguntará se você deseja configurar a rede manualmente ou deixar para depois. Selecione a opção "Configurar a rede manualmente" e clique em "Continuar".
Imagem 5.10 - Opções de configuração da rede
Infelizmente, este é o único passo que não posso prever para o seu ambiente. A configuração de endereçamento IP de uma rede muda de ambiente para ambiente. Se você está em um ambiente doméstico, os endereços mais comuns de rede encontrados nos roteadores das operadoras de internet são:
192.168.0.0/24 e
192.168.1.0/24. Mas isso também não é uma regra e pode variar.
Se você não possui experiência alguma em rede e não faz ideia de como funciona o endereçamento de rede, sugiro que você consulte algum amigo que saiba te orientar ou o administrador de sua rede, solicitando um endereço IP para este servidor. Vale ainda consultar o manual do roteador de internet que você utiliza. Neste manual deve ter alguma informação que o auxilie nesta atividade.
Para o ambiente proposto no livro, estou afirmando que a rede utilizada é a 192.168.0.0 e máscara de 24 bits, isso é igual à máscara 255.255.255.0. Estou definindo ainda que o servidor GLPI ficará com o endereço IP igual a 192.168.0.1, sendo este o primeiro endereço IP da rede. Logo, se o ambiente de sua rede for igual a este e você tiver certeza de que o IP 192.168.0.1 está livre em sua rede, insira a seguinte informação no campo "Endereço IP" da tela: 192.168.0.1/24.
Nota: lembre-se de alterar o endereço de acordo com suas necessidades e compatibilidade de sua rede. Caso contrário, não conseguiremos evoluir com a configuração do sistema.
Imagem 5.11 - Inserção da configuração do endereço IP
Agora, o instalador lhe questionará quanto ao endereço de um Gateway. O Gateway de uma rede é um equipamento que encaminha todos os equipamentos da rede para a internet ou outra rede. Neste exemplo, estou definindo que o Gateway da minha rede é o endereço
192.168.0.2.
Imagem 5.12 - Inserção do endereço IP do Gateway
Agora o instalador solicita que você forneça um endereço de um ou mais servidores DNS. Servidores DNS são os responsáveis por traduzir os endereços de internet que utilizamos, como
www.qualquercoisa.com.br, em endereços IPs para que possamos chegar ao site desejado.
No exemplo abaixo, considero que o endereço do servidor DNS de minha rede é o
192.168.0.10, mas isso varia de rede para rede. Caso você apenas esteja montando um servidor para testes e este não necessitará consultar pelos nomes de sua rede interna, você pode utilizar o endereço do servidor DNS público do Google. Para tal, utilize o seguinte endereço:
8.8.8.8.
A utilização do servidor DNS do Google, embora não lhe permita realizar pesquisas nas suas estações internas, resolverá os nomes dos servidores da internet, que é o que necessitaremos para executar os demais passos do livro.
Imagem 5.13 - Inserção do endereço IP do servidor DNS
Ao fim deste processo, o programa de instalação do Debian solicitará um nome para o servidor - hostname. Em nosso teste, será utilizado o nome "glpiserver". Mas esta é uma configuração que também pode ser alterada posteriormente, embora também não apresentado neste livro.
Nota: é importante salientar que cada computador em uma rede deve ter um nome de host único, ou seja, caso esteja montando um servidor em um ambiente de produção e escolha outro nome para ele, tenha certeza de que este seja único na rede e se existir alguma política prescrita para nomenclatura de servidores, é de bom grado segui-la.
Após a inserção do hostname do servidor, clique no botão "Continuar" para prosseguirmos com a instalação.
Imagem 5.14 - Tela de seleção de hostname
Agora, será solicitado o nome do domínio da rede. Nesta instalação está sendo informado o nome de domínio "grupolocal".
Imagem 5.15 - Tela de seleção de nome de domínio
Nota: é importante que você coloque o mesmo nome, caso esteja instalando em um ambiente de produção, de domínio que utiliza em sua rede. Caso contrário, o nome sugerido não representará problema algum.
Em seguida, será solicitada a senha para o usuário root do servidor.
Em sistemas baseados nos padrões POSIX, o usuário com maior privilégio possui o nome de root. Uma pequena analogia é afirmar que este é o usuário administrador da máquina, como existem nos sistemas Microsoft Windows.
Nota: é aconselhável que se tome muito cuidado com a utilização desta conta de usuário, pois a mesma pode realmente fazer qualquer coisa dentro do sistema. Um simples comando digitado errado pode deixar todo o sistema inoperante.
Imagem 5.16 - Tela de inserção de senha do usuário root
Como estamos apenas propondo um ambiente de instalação para estudos, vamos colocar a senha deste usuário como
123456 (de 1 a 6).
Nota: se você estiver montando um ambiente de produção, por segurança, escolha uma senha mais complexa.
Insira a senha no primeiro campo, repita a mesma no segundo e em seguida clique em "Continuar".
Será solicitada a configuração de um novo usuário para o sistema. Este usuário possuirá privilégios não administrativos no sistema.
Informe o nome completo deste usuário. No exemplo foi colocado o nome do usuário: "Halexsandro de Freitas Sales". Você pode colocar o seu nome ou um nome qualquer. Embora seja parte da instalação do sistema, podemos remover este usuário ou criar outros posteriormente, de acordo com a nossa necessidade.
Imagem 5.17 - Tela de cadastro de novo usuário
Na próxima tela, será solicitado um nome de login para este novo usuário. Este nome será baseado no nome do usuário inserido anteriormente, mas você pode colocar o nome que desejar. Caso seja um ambiente de produção, é uma boa prática manter os padrões existentes. Neste exemplo, o nome ficou apenas como halexsandro.
Nota: é importante salientar que para os sistemas
GNU/Linux, as letras maiúsculas e minúsculas são totalmente diferentes. Logo, o login Halexsandro é totalmente diferente de halexsandro ou hAlexsandro. Isso também vale para a utilização de senhas.
Caso sua senha seja
123@abc, ela é totalmente diferente de
123@abC. Se você não for um usuário já habituado com isso, tome muito cuidado ao escolher logins e senhas para sistemas GNU/Linux, caso contrário, você poderá perder o acesso ao mesmo.
Imagem 5.18 - Tela de criação de novo usuário
Será agora solicitada a senha para este novo usuário. Como o ambiente proposto é apenas para aprendizado, utilizaremos a senha "123456". Logo, insira a senha no primeiro campo, repetindo-a no segundo.
Imagem 5.19 - Tela de inserção de senha do novo usuário
O próximo passo será configurar o fuso horário utilizado pelo seu servidor. Como hoje estou morando em Pernambuco, este será o meu fuso horário, mas é importante que selecione o correto para evitar problemas com horário do servidor no futuro. E pode ter certeza, isso impacta e muito uma central de serviços. Falaremos mais tarde sobre isso.
Imagem 5.20 - Tela de seleção de fuso horário
Agora, o sistema de instalação iniciará o programa de partição de discos. Para quem nunca teve a oportunidade de trabalhar com sistemas baseados em Unix, lhe parecerá um tanto confuso a primeira vista, mas ao adaptar-se e entender o funcionamento do gerenciamento de dispositivos nestes sistemas, você certamente reconhecerá que é muito mais eficiente e preciso que os demais padrões no mercado.
O particionamento de um ou mais discos com o GNU/Linux parecerá, a princípio, um tanto quanto complexo, mas isso não é verdade. Não abordarei técnicas de dimensionamento de discos, estruturas de diretórios e arquivo do sistema aqui, o propósito é uma instalação utilizável para fins de estudos.
Caso o leitor deseje aprender um pouco mais sobre o assunto, recomendo fortemente a leitura do Guia Foca Linux, de Gleydson Mazioli da Silva. Trata-se de um guia completo para estudantes de GNU/Linux, indo do básico ao avançado com uma didática incrível. O mesmo é licenciado pela GPL e pode ser obtido gratuitamente no site do projeto:
Para esta instalação, utilizaremos a opção "Assistido - usar o disco inteiro". Se sua máquina cumpriu os requisitos básicos, você não terá problema algum com isso. Se você já possui qualquer experiência e está certo do que está fazendo, fique à vontade para configurar as partições e discos da forma que preferir. No entanto, para seguir o processo do livro, basta selecionar a opção referida e pressionar "Enter" ou clicar no botão "Continuar".
Imagem 5.21 - Tela de método de particionamento de disco
Agora, serão exibidos os discos rígidos (HD) presentes/detectados na máquina. Neste exemplo, possuímos apenas um disco. Selecione o disco e pressione "Enter" ou clique no botão "Continuar" para prosseguir.
Imagem 5.22 - Tela de notificação de risco de perda de arquivos
Nota: tenha certeza do que está fazendo. Isso apagará todos os dados presentes no HD da máquina. Não recomendo a utilização de um HD com dados. Caso você esteja utilizando de uma máquina que possui HDs com dados de qualquer tipo, é por sua própria conta e risco.
O instalador do Debian ainda nos proporciona uma opção de segregar as pastas mais importantes do sistema automaticamente para nós ou colocar todas na mesma partição, ou ainda separar apenas o diretório "home" - diretório onde ficam os arquivos dos usuários, para nós.
De forma a manter a simplicidade proposta neste livro, selecionaremos a opção "todos os arquivos em uma partição (para iniciantes)". Não se preocupe com isso no momento. O objetivo por hora é colocar o ambiente do GLPI em produção e não garantir a melhor performance do servidor onde este rodará. Por hora, apenas nos interessa habilitar a função central de serviços. Por tanto, ao selecionar a opção indicada anteriormente, clique em "Continuar".
Imagem 5.23 - Tela de método de particionamento de disco
O instalador lhe apresentará como ficará seu disco. Note que estes dados mudarão de acordo com a capacidade de seu hardware. Repare ainda que fora criada uma partição cujo tipo recebe o nome de swap. Esta partição é, na verdade, uma extensão da memória RAM de seu computador.
Isso evitará que o sistema trave ou reinicie caso algum programa se comporte mal e tente consumir mais memória do que o hardware possui. Embora não seja uma coisa muito comum de acontecer em servidores bem dimensionados, este recurso garante sua operabilidade mesmo com níveis críticos de operação.
Se o seu hardware atendeu aos requisitos mínimos, posso te garantir que não será necessária a utilização desta memória. Mas não se incomode com ela. Por segurança, a mesma deve sempre existir e sua dimensão variará de acordo com o hardware e serviço a ser utilizado sob o mesmo. As configurações propostas pelo instalador do Debian nos atenderão sem sombras de dúvida.
Imagem 5.24 - Tela de método de particionamento de disco
Selecione então "Finalizar o particionamento e escrever as mudanças no disco". Isso fará com que a nova tabela de partição seja criada e todo o conteúdo do HD seja definitivamente apagado.
Por segurança, o instalador questiona se você tem certeza do que deseja fazer. Caso esteja certo de sua atitude em formatar seu HD, marque a opção "Sim" e em seguida clique no botão "Continuar".
Imagem 5.25 - Tela de confirmação
O instalador realizará então as mudanças no disco e, em seguida, começará a copiar os arquivos para os discos.
Imagem 5.26 - Seleção do país onde o servidor se encontra
Agora, selecione um dos repositórios oficiais presentes na lista.
Imagem 5.27 - Seleção de um repositório oficial presente no país selecionado
Nota: existem vários repositórios espalhados pelo mundo e, de forma a evitar um congestionamento de link em algum servidor, é recomendável que selecione um espelho próximo a você. Devido à abordagem que estamos dando aqui, isto não é um item a se preocupar no momento.
A próxima tela identifica se a conexão passa por um proxy. Tomo como base que não exista proxy entre o servidor e a internet, portanto, deixe em branco e pressione "Continuar".
Imagem 5.28 - Configuração de um servidor proxy
Nota: as atualizações não abrangem apenas o sistema em si, mas sim todo e qualquer software que tenha vindo do repositório oficial do Debian. Se descobrirem uma brecha de segurança, por exemplo, no servidor HTTP que utilizaremos -
Apache, assim que a equipe do Debian o recompilar com a devida correção, este estará disponível para atualizarmos com a maior facilidade possível.
Como estamos com a estação desconectada da rede, este processo acusará um erro, dizendo que não foi possível encontrar os repositórios do Debian.
Imagem 5.29 - Informação de erro ao buscar o repositório
Neste ponto, clique em "Voltar" para cancelarmos a configuração automática do repositório e, na tela seguinte, marque a opção "SIM" e clique em "Continuar" para darmos seguimento sem repositório.
Imagem 5.30 - Confirmação de que devemos continuar sem um espelho
O sistema básico é justamente o nosso objetivo nesta instalação, portanto, não se preocupe com esta informação do sistema.
Imagem 5.31 - Tela de atualização de pacotes
O Projeto Debian mantém um programa de pontuação dos pacotes que proporciona a seus desenvolvedores indicadores dos pacotes mais utilizados. Isso norteia a equipe de desenvolvimento a escolher quais os pacotes que devem vir nos primeiros CDs, ou quais softwares têm de receber maior quantidade de recursos a fim de facilitar a utilização do sistema.
Nota: não confunda esta técnica com qualquer tipo de espionagem ou recolhimento de informação não autorizada. Na verdade, trata-se de um mecanismo colaborativo de eleição de pacotes e seu foco final é o benefício direto dos seus próprios usuários.
Eu recomendo fortemente a aceitação de uso deste recurso, mas isso é questão de opinião para cada um. Para o meu caso, selecionei "Sim" e cliquei em "Continuar".
Você é livre até para esta escolha. Repare que a ferramenta vem por padrão na opção "Não" de forma a não forçar o recolhimento de informações dos usuários menos avisados que costumam clicar sem ler. Selecione a sua opção e clique em "Continuar".
Imagem 5.32 - Tela de participação em programa de eleição de pacotes
Imagem 5.33 - Tela de seleção de perfil de instalação do Debian
Apenas clique em "Continuar" nas etapas acima para prosseguirmos com o processo de instalação. Feito isso, o sistema instalará os pacotes básicos de utilitários para que possamos executar o sistema.
Bom, aqui já é uma pergunta da qual não teremos tantas escolhas assim. É questionado se desejamos instalar o gerenciador de boot GRUB. Responderemos "Sim", pois sem isso não será possível iniciarmos o nosso servidor.
Imagem 5.34 - Tela de instalação do GRUB
Nos despedimos finalmente do instalador do Debian. Na próxima tela, basta clicarmos em "Continuar" para reiniciarmos o servidor, encerrando o instalador.
Imagem 5.35 - Tela de finalização do instalador
Não se preocupe, o sistema reiniciará e começará a levantar normalmente.
Nota: caso o sistema retorne ao programa de instalação, reinicie sua máquina manualmente, remova o CD do Debian da bandeja, entre no BIOS e altere o parâmetro de boot para iniciar primeiramente pelo HD.