É inquestionável: todo mundo já foi iniciante em algo em alguma parte da vida. Quando uma pessoa nasceu, ela não veio à vida sabendo realizar cálculos matemáticos nem ler ou escrever, e com
Linux essa ideia não seria diferente. A fim de ajudar pessoas que estão tendo seus primeiros contatos com o Linux, este artigo tem o propósito de comentar brevemente alguns tópicos que são essenciais para o início no sistema do pinguim. Além da leitura desse conteúdo, recomenda-se que o usuário se aprofunde um pouco e busque mais informação em outros locais.
Sem mais delongas, tem-se o Linux. Muitas pessoas acreditam ser ele um sistema operacional alternativo ao Windows ou ao Mac OS X. Mas Linux não é um sistema operacional, é um kernel. Kernel é o núcleo do sistema, responsável pelo seu funcionamento básico. Por exemplo, quando um software é executado, e ele ordena que seja alocada memória, é o kernel quem está por trás dessa tarefa. Somado o kernel aos programas, tem-se o sistema operativo propriamente dito.
O Kernel Linux foi escrito pelo então estudante finlandês
Linus Torvalds no início da década de 90, e lançado em 17 de setembro de 1991. Programado em C e baseado no núcleo do Minix, um sistema operacional projetado para ser um "mini" Unix, daí seu nome, o Linux é gratuito e está licenciado sob a GNU GPLv2, o que o classifica como software livre.
Software livre é um conceito muito recorrente em discussões sobre Linux, por isso é importante saber do que se trata. Software livre é um programa de código aberto que dá ao usuário quatro liberdades:
- A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0).
- A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade (liberdade nº 1).
- A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
- A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade (liberdade nº 3).
Vale destacar que software livre é diferente software gratuito. Há softwares que são gratuitos, porém não livres, e pagos que são livres.
Os diversos sistemas operacionais que usam o Linux como kernel são conhecidos como distribuições, ou no informal, distros. Há dezenas de milhares de distribuições diferentes destinadas aos mais distintos públicos, abrangendo os que almejam principalmente estabilidade e segurança, aos que priorizam um sistema mais prático e moderno. Há distribuições, embora sejam minoria, que são pagas, mas mesmo assim, possuem o kernel Linux e são software livre.
Quanto a programas, cita-se o GNU e o ambiente gráfico
O
GNU (GNU's Not Unix) é um gigantesco projeto de software livre que tem tido como meta criar um sistema operacional totalmente livre. Como para um sistema operacional ser feito precisa-se da junção e um kernel e programas, vários utilitários do GNU foram desenvolvidos ao longo dos anos, como o bash (shell), emacs (editor de texto) e o gcc (compilador), mas o núcleo do sistema ainda estava muito longe de estar concluído. Foi aí que o kernel do Linus Torvalds desenvolveu-se tanto que o projeto GNU "fundiu-se" com o Linux e deu origem ao
GNU/Linux, um sistema com softwares do GNU e kernel Linux. Por isso que muitas pessoas costumam usar a designação GNU/Linux.
Ambiente gráfico é a área onde o usuário poderá interagir com o computador através de cliques com o mouse, janelas, painéis, botões etc. Os sistemas Linux dispõem de muitas opções de ambientes, a maioria deles altamente customizáveis. Se o kernel pode ser definido como quem dá forma ao sistema operacional, pode-se definir quem dá forma ao ambiente gráfico o gerenciador de janela, o qual é quem administra o comportamento das janelas que surgem na área de trabalho e as aplica aparência.
Além de tudo isso, no Linux a administração do sistema separa-se com o uso propriamente dito dele, ou seja, a utilização de ferramentas para entretenimento ou trabalho. Há um superusuário, conhecido como root, que tem o controle total do sistema, como instalar/remover programas e editar arquivos de configuração. Para se tornar root, o acesso requer uma senha previamente cadastrada, que quase sempre é definida na hora da instalação da distribuição. Essa separação faz com que os sistemas GNU/Linux tornem-se mais seguro quando comparados com outros, mas não pode ser considerado o principal recurso de segurança do kernel.
Distribuições que recomendo a iniciantes:
- Linux Mint
- Manjaro
- Fedora
- openSUSE
OBSERVAÇÕES: pode causar um certo impacto caso sua distro favorita não esteja listada. Mas, são somente minhas indicações! Não quer dizer que você tenha que usar um desses sistemas. Os recomendei com base em aspectos como facilidade de uso, ferramentas automatizadas dentro do sistema, documentação e confiabilidade.
Ambientes gráficos que recomendo a iniciantes:
- Xfce
- MATE
- KDE
- GNOME
- Cinnamon
OBSERVAÇÕES: se sua máquina for antiga ou fraca, use somente Xfce ou MATE.
Nas próximas páginas, será comentado sobre particionamento, gerenciadores de pacotes e estrutura de diretórios.