Masterização de VCD's com menu interativo

Este artigo descreve passo-a-passo o processo direto de como fazer (termo correto: "masterizar") um VCD numa forma que será possível substituir as antigas fitas VHS por vídeos digitais até para o mais leigo Linuxer. E isso fazendo uso de um recurso simples, mas visualmente muito atraente, que são os menus interativos.

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Por: Gustavo Vasconcelos em 03/10/2005


Software necessários



Ao masterizar um VCD é necessário ter em mente que o processo não é algo único, mas sim a composição de várias pequenas tarefas, a saber:
  • Conversão dos vídeos para o formato de VCD
  • Criação das imagens dos menus;
  • Conversão da trilha de áudio do menu;
  • Multiplexação do áudio e vídeo do menu;
  • Criação do arquivo XML de "authoring";
  • Geração da imagem do VCD;
  • Gravação da imagem num CD-R/RW.

Dito isso, deve ficar claro que esta lista não é nem de longe definitiva. Qualquer um está livre para adaptá-la (e aos métodos) para um processo que ache mais fácil ou esteja mais familiarizado.

Os softwares:
A suíte tovid mencionada acima é um conjunto de scripts que por si só podem gerar um VCD em menos e mais simples passos. Porém, em minha experiência com a mesma, descobri que alguns scripts estão quebrados e a geração de menus não gera uma saída que a maioria dos DVD player de mesa possam reproduzir. Ainda assim ele é útil pelo seu makexml, que poupa uma boa quantidade de trabalho (e grande parte do que aprendi aqui foi destrinchando os scripts do tovid).

Para instalar o tovid (através do configure/make install) é necessário ter alguns programas pré-instalados, como o transcode, lsdvd, normalize, etc. Você pode resolver estas dependências e instalar como deseja, ou simplesmente usar o makexml do mesmo jeito que ele se encontra. Assumiremos aqui que o tovid está instalado ou que pelo menos o makexml foi copiado para um diretório no PATH (como /usr/bin).

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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Informações sobre o VCD
   3. Software necessários
   4. Editando os vídeos
   5. Criação dos menus
   6. O arquivo de “authoring” XML
   7. Estrutura do XML
   8. Gerando a imagem e queimando o CD
   9. Considerações finais
   10. Alguns agradecimentos especiais
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Comentários
[1] Comentário enviado por fabio em 03/10/2005 - 02:07h

Fala Tango,

Em primeiro lugar, meus parabéns pelo artigo, sem dúvida um dos melhores que já foram publicados aqui no VOL. Antes de perdermos os 3 meses de banco, seu artigo estava na fila de espera e masterização de VCDs era algo que eu já queria pesquisar fazia tempo, pois estava louco pra queimar uns VCDs de vídeos pessoais.

Por incrível que pareça, seu artigo foi o primeiro que me veio em mente quando pensei: "putz, perdi 3 meses de artigos". Fique danado por não tê-lo lido enquanto estava na fila de espera :), ainda bem que tinhas backup em casa.

[]'s,
Fábio

[2] Comentário enviado por komodo em 03/10/2005 - 13:16h

Tango,

muito bom o artigo, estava mesmo pesquisando algo sobre isso.

[]'s

Silésio Gabriel

[3] Comentário enviado por cesarcardoso em 03/10/2005 - 17:31h

Tango, parabéns! Artigo completo e bem explicado. :)

[4] Comentário enviado por ETerNal em 03/10/2005 - 20:40h

Fantastico, muito bom mesmo, parabens!

p.s. linda sim sua sobrinha... :P

Att.

Germano Zang

[5] Comentário enviado por lordello em 03/10/2005 - 21:05h

Cara, seu artigo ficou show e sua sobrinha é linda mesmo :-)
Eu trabalho com vídeo e adoro assuntos sobre multimídia.
Crio DVD com auxílio de programas fechados, infelizmente, por falta de opções realmente eficazes e rápidas na criação de DVDs complexos :-/

Tem umas coisas que gostaria de dizer:
- A resolução 352x288 citada é para imagens em PAL, sistema europeu. Aqui no Brasil usamos o sistema ntsc para criar DVDs e VCDs, portanto a resolução correta seria 352x240.
- Audacity: é melhor editar e converter as músicas usando ele, assim pode adicionar fades e alterar o volume da música como achar melhor. É bom que a música de fundo de menu seja baixa, para não incomodar na hora de assistir.
- Margens: as margens de segurança são de 10% nas bordas da imagem e não 30 pixeis como você disse. Ou seja, se a imagem vai ter 352x240 a margem fica em torno de 35x24. Isso vale para qualquer imagem que seja reproduzida em televisores normais, telas LCD, plasma etc.. não seguem esse cálculo.
- A opção --speed do cdrdao é dispensável, se nada for especificado ele irá gravar na velocidade máxima do gravador. O dispositivo pode ser especificado como um dispositivo comum para quem já usa o Linux 2.6, o comando ficaria assim:
$ cdrdao write --device /dev/hda videocd.cue

É isso aí cara, parabéns :-)

[6] Comentário enviado por Tango em 04/10/2005 - 12:54h

Valeu pelos adenos, Lordello. A dica do Audacity fop muito boa mesmo, evita um bocado de passos.

A questão do PAL e NTSC me deixou meio perdido. Todo o sistema de televisão brasileiro segue o padrão PAL (-M para ser mais específico). Por que o formato de VCD's e DVD's deveria ser diferente?

A opção --speed estava aí com o objetivo de ser auto-explicativa. Nem todas as distros gravam em velocidade máximo por padrão, alguras gravam a 2x ou 4x quando não especificado. E se você especificar o dispositivo como /dev/hdX o cdrdao usará a interface ATAPI para comunicação. É mais aconselhável usar a ATA, que é mais rápida e requer menos processamento.

Abraços e Obrigado

[7] Comentário enviado por lordello em 04/10/2005 - 17:49h

Na verdade o sistema aqui do Brasil é uma mistureba feita usando o NTSC e PAL, criando um sistema completamente diferente dos dois.
Resumindo, técnicamente PAL-M é NTSC+PAL piorado, sacou?

A transmissão de TV fica assim:
NTSC 330x525 30 quadros/seg
PAL 330x625 30 quadros/seg
PAL-M 330x625 30 quadros/seg

No caso de DVD/VCD/SVCD não existe PAL-M, só NTSC e PAL. Existe uma variação do NTSC que possui 24 quadros/seg, mas é o mesmo NTSC com menos quadros, usado em filmes somente. Não sei se você sabe, mas os filmes que vemos no cinema têm 24 quadros/seg.

DVD/VCD/SVCD
NTSC 720x480/352x240/480x480 30 quadros/seg
PAL 720x576/352x288/480x576 30 quadros/seg

Dizem as más linguas que PAL é muito melhor do que o NTSC, mas como nunca vi uma TV PAL.


Quanto ao "--speed", acho que você deve ter se engado, já usei quase todas as distribuições e nenhuma delas limita (nas configurações) a velocidade de gravação. Mas tudo bem, é sempre bom lembrar ao pessoal da existência dessa função.

Falou ae.

[8] Comentário enviado por Tango em 04/10/2005 - 19:00h

Obrigado pelas informações técnicas lordello. Esclareceu muita coisa!

[]'s
TNG

[9] Comentário enviado por Tango em 07/10/2005 - 08:37h

Atualização quanto a opção "--speed", sendo mais específico: Fedora Core 4, se a velocidade não for especificada ele gravará numa velocidade máxima de 8x, mesmo que sua gravadora suporte mais que isso.

[10] Comentário enviado por lindbergluiz em 09/10/2005 - 17:37h

cara... sem comentários... vc mandou bem mesmo no assunto. òtimo. Sem palavras.... Mais um artigo de qualidade no VOL.

parabens

[11] Comentário enviado por zereis em 10/10/2005 - 08:54h

Caro colega Tango,

Excelente artigo... Me embaralhei numa situação: como fazer menus com o Gimp? Não tenho habilidades com a ferramenta e imaginei: como o cada item desenvolvido pelo menu será identificado? Se tiver algum artigo que explique isto no Gimp, me envie, por favor, pois fiquei no meio da estrada...

Zé Reis

[12] Comentário enviado por Tango em 10/10/2005 - 20:33h

Olá Zé,

O menu do GIMP não é nada além de uma imagem e ponto final. Quem define como o menu se comporta é o XML. A finalidade do mesmo é somente de informar ao usuário quais teclas do controle remoto estão disponíveis e a função de cada uma.

Nada impede que você faça um menu completamente branco, só vai ser mais complicado para quem estiver assistindo de descobrir o que apertar para ver o vídeo. ;-)

Você pode utilizar a ferramenta que bem entender, o GIMP foi somente a mais acessível e prática. A única exigência é que a mesma salve figuras no formato PPM RAW.

[13] Comentário enviado por andersonmo7 em 11/12/2005 - 16:24h

Primeiramente parabéns pelo excelente artigo.
Eu capturei um VHS pela placa de captura. Foi gerado um avi (audio: 8bit mono, 44100, com 12 frames/sec, e resolucao de 384x288)
Quando eu abro ele no avidemux, ele corta parte do começo do video.
Além disso quando tento selecionar o "VCD res" ele informa: cannot find PAL/NTSC type". Entretanto se eu tento com um arquivo mpeg, ele funciona certinho, conforme seu artigo.

[14] Comentário enviado por Tango em 31/12/2005 - 21:18h

Anderson,

O problema que você está tendo se deve ao fato de que o seu vídeo possui um framerate bem peculiar (12fps). O Avidemux não sabe que tipo de formato dar ao vídeo, se PAL ou NTSC. Já enfrentei este problema antes com um vídeo Quicktime e na época não havia solução disponível.

Agora porém existe uma maneira bem simples (para Avidemux >= 2.0.40): Siga todos os passos descritos acima até chegar em V Filter. Neste momento, antes de selecionar "VCD res" clique em "Adicionar" e escolha "Resample FPS". Mude para 25 ou 30 quadros por segundo e todo o procedimento pode ser seguido normalmente.

Por favor, me dê um retorno se isso foi suficiente para resolver seu problema, reamostragem de quadros ainda é algo que não experimentei extensivamente e apesar de estar bem certo de que irá funcionar, não posso dar garantias.

Abraços.
E Feliz 0x7D6 para todos. ;)

[15] Comentário enviado por lanux em 25/12/2006 - 12:32h

Muito bom, parabéns.

Só queria lembrar o excelente tovid. Vale a pena conferir:
http://tovid.wikia.com/wiki/Main_Page
http://www.linux.com/article.pl?sid=05/08/01/1734201

Abraços!

[16] Comentário enviado por kazzttor em 07/07/2007 - 19:03h

Vamos lá, meu povo!

Umas observações legais para serem feitas:

1. Audacity - Façam uso dele caso desejem uma trilha sonora para o menu mais incrementada, depois salve como wav. Uma dica: Execute o efeito "Compressor" no áudio, caso acho que o som contenha clippings, e em seguida, o "Normalize", para ajustar o som a um volume mais agradável.

2. Padrão de Cor - Essa é a grande questão. Se você grava programas da televisão, não recomendo você salvar o arquivo em PAL e sim em NTSC. Eu explico: O sistema de cor daqui do Brasil é PAL-M, que é o vídeo em formato PAL, mas com a taxa de 29,97 frames por segundo, a mesma do NTSC. Ao salvar um vídeo em PAL com a gravação de TV daqui, o vídeo perde qualidade, pois o video PAL roda a 25 quadros por segundo e por isso o programa tem que jogar fora quase 5 frames a cada segundo e o vídeo, evidentemente perde qualidade. Só utilize o formato Pal, se você, evidentemente gravou o vídeo de uma câmera que opere em modo PAL (e não PAL-M) também.

3. Queimando etapas com o K3b - Como sabemos, o K3b é um aplicativo do gerenciador de janelas kde para gravação de CD's. O K3b, na verdade é um frontend de vários aplicativos úteis em gravação e autoria de CD's e DVD's, inclusive da maioria dos citados nesse tutorial. Se você puder utilizá-lo, você criará facil e rapidamente uma ferramenta poderosa para criação de seus VCD's.

4. Margens do menu - A questão da margem é importante, mas pode ser descartada, visto que grande parte dos televisores modernos não cortam a imagem.

5. Juntando audio e vídeo no menu - Esse ponto é importantíssimo. pois pode causar um efeito indesejado ao menu. Duas coisas podem ocorrer com o menu: ou o som acaba e o vídeo continua, ou o vídeo acaba antes da música e corta o som de repente. Qual a dica? Calcular quantos frames serão necessários para que áudio e vídeo terminem juntos. O cálculo é simples: Mutiplique o tempo da música em segundos pela taxa de frames por segundo utilizada pelo vídeo.

6. Gravação de boa qualidade - A premissa de que a pressa é inimiga da perfeição é válida para a gravação de CD's. Não utilize a velocidade máxima para gravar o CD, e sim uma velocidade menor, pois assim a qualidade dos dados gravados será superior. Uma gravação boa utiliza uma velocidade de 12x ou menos. Eu costumo usar 8x.

Esse tutorial é estupendo, sobretudo na criação de menus. Um abraço.


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