Tão logo se definiu que a migração seria realmente realizada, começou-se um estudo para levantar qual seria a distribuição
Linux a ser utilizada, uma que melhor atendesse as necessidades da instituição, no caso com uma suíte de escritório compatível com as extensões da suíte anterior, um browser para navegar na internet compatível com os sistemas online utilizados pela instituição, que tivesse uma interface semelhante ao Sistema Operacional anterior, e que fosse estável e de fácil configuração e manutenção.
Optou-se então pela distribuição
openSUSE, com pacote de escritório
OpenOffice e o navegador Mozilla
Firefox.
O próximo passo foi passar aos usuários o que estava acontecendo e o porquê da migração. Enfatizando também o motivo de se utilizar o Software Livre. Nessa etapa procurou-se mostrar quais as vantagens que o software Livre tem em relação ao Software Proprietário, tais como segurança, desempenho, falou-se um pouco sobre as licenças que regem tanto o Software Livre quanto o Software Proprietário, passando valores de multas e licenças, e então dando alguns exemplos, para que nesse primeiro contato se pudesse ganhar alguns simpatizantes, pois isso poderia ajudar mais tarde, durante a migração.
Agora partindo para a parte de utilização dos softwares, foram reunidos grupos não muito grandes para explicar a utilização dos softwares mais comuns, como por exemplo, o editor de textos e planilhas, é interessante que cada usuário tenha uma máquina para acompanhar os itens passo a passo. As dúvidas foram tiradas na hora para não caírem no esquecimento ou ficarem sem sentido num momento mais a frente. As dúvidas que surgiam eram expostas aos demais, pois essa poderia ser a dúvida de um outro usuário mais adiante.
A substituição dos sistemas da instituição ocorreu de forma gradual e direta. De que forma? A instituição é subdividida em várias seções, cada seção com efetivos de 5 a 8 pessoas, dentro de cada seção foram sendo substituídos os sistemas, máquina por máquina, de forma direta, ou seja, pegava-se a máquina, fazia-se o backup dos dados do usuário, formatava-se e instalava o novo sistema. Foi cogitado, mas não se achou interessante, manter a máquina em dual-boot, tendo em vista que o usuário não teria interesse em usar o novo Sistema Operacional, ou assim que surgisse qualquer dificuldade já seria motivo para reiniciar a máquina e usar o outro sistema. O objetivo era que assim que surgisse alguma dúvida fosse procurado o suporte para sanar a dúvida, o que chamamos de suporte assistido.
De uma em uma as máquinas foram tendo seu Sistema Operacional substituídos, assim como as dúvidas que surgiam eram tiradas. O que foi interessante perceber é que em pouco tempo usuários com mais experiência, ou que já tinham passado pelo problema, estavam ajudando os outros que tinham dificuldade.
Um impasse que houve era com relação as máquinas com um hardware com uma configuração fraca, como
Pentium 133 e k6-500 por exemplo, algo em torno de 20 máquinas. O
openSUSE é uma distribuição estável, mas precisa de uma configuração mínima para rodar.
Como não havia verba para substituir as máquinas mais fracas e a ideia era usar uma única distribuição nos desktops, optou-se por comprar uma máquina mais robusta e configurá-la como servidor de terminais, essa máquina foi configurada usando openSUSE 10.2, com Linux
Terminal Server Project (
LTSP) e hoje tem em torno de 20 (vinte) terminais ligados a ela.
Outro impasse que aconteceu foi com relação a alguns programas feitos para plataforma anterior, que não foi possível fazê-los funcionar no Linux, nem com ajuda de emuladores, como por exemplo, o
Wine. Neste caso a máquina continuou com o sistema que estava até que fosse criada uma solução, que no caso foi a migração do software para plataforma web, tão logo ocorreu a migração do software, ocorreu também a migração do sistema operacional.