A Interface Gráfica, sem dúvidas, é o meio mais intuitivo para dar permissão de execução a um determinado arquivo, mas não necessariamente é o meio mais prático.
Possui a desvantagem de que nem todas as situações é possível contar com a sua presença e, também, possui a desvantagem de que para cada arquivo que se quer dar permissão de execução é necessário repetir todo o procedimento - enquanto que por via do Terminal é possível fazer atribuições em lote.
Para dar permissão de execução a um arquivo se valendo da mediação da Interface Gráfica, em geral, se faz da seguinte maneira:
1. Acessando as propriedades do arquivo alvo... (que geralmente se consegue por uma das três maneiras):
- Clicando com o botão direito do mouse em cima do arquivo e depois, no menu suspenso que surge, clicando em "Propriedades";
- Ou então, selecionando o arquivo e depois, no menu, clicando em "Editar", em seguida clicando em "Propriedades";
- Ou ainda, selecionando o arquivo e depois, pressionando a combinação de teclas Alt+Enter.
2. Depois, na janela que se abre, indo na guia "Permissões"
3. E, então, atribuir a permissão de "Execução" para o escopo de permissão que se julgue mais adequado. O layout da guia de "Permissões", em geral, se divide em dois tipos:
- Aquelas que organizam os atributos e os escopos de permissões a partir da centralidade nos atributos: como, por exemplo, o LXDE. Nestes casos, há listas de seleção em cada atributo de permissão para selecionar o escopo de permissão a ser dado ao atributo em questão. Assim, uma lista de seleção para o atributo de "Leitura", outra para o atributo de "Escrita" e outra para o atributo de "Execução". Em cada lista de seleção, geralmente, há mais ou menos os seguintes escopos: "Ninguém"; "Somente o proprietário"; "Somente o proprietário e o grupo"; "Outros usuários e grupos"; "Qualquer um".
- Aquelas que organizam os atributos e os escopos de permissões a partir da centralidade nos escopos de permissões: como é o caso da grande maioria das Interfaces mais populares (por exemplo, Gnome, KDE, Unity, Cinnamon, MATE, XFCE, Pantheon, Deepin).
Nestes casos, há listas de seleção em cada escopo de permissão para selecionar o atributo de permissão ou o conjunto de atributos de permissão a ser dado ao escopo em questão. Assim, em geral, uma lista de seleção para o escopo do "Usuário dono", outra para o escopo do "Grupo", as vezes uma lista de seleção para o escopo dos "Outros" usuários e outra para o escopo de "Todos" os usuários. Em cada lista de seleção, geralmente, há mais ou menos os seguintes atributos: "Apenas leitura"; "Apenas escrita"; "Leitura e escrita".
A permissão de execução costuma ser viabilizada por meio de uma caixa de seleção exclusivamente para este propósito (com um texto semelhante à "permitir execução do arquivo como um programa").
É interessante observar que, no layout da guia de "Permissões" centrado nos escopos de permissões (o último tópico que expomos), a caixa de seleção utilizada para dar permissão de execução, quando ativada, pode proceder internamente de maneira diferente para cada Interface Gráfica.
Por exemplo, quando essa caixa é marcada nas Interfaces Gráficas do Gnome, Unity, Cinnamon, MATE e Deepin, o resultado acaba sendo a atribuição da permissão de execução para "todos" os usuários.
O curioso dessa forma de operacionalização, é que apenas é configurado o atributo de execução e não o atributo de execução conjugado com o atributo de leitura. Assim, pode acontecer de se ter "todos" os usuários com o atributo de execução definido permissivamente, porém, com o atributo de leitura definido com restrições. O resultado, coerente com o que destacamos a respeito da pressuposição que a permissão de execução tem em relação à permissão de leitura, é que ninguém neste caso teria realmente a permissão de execução. A caixa de seleção estaria marcada como um arquivo com permissão de execução; mas, o arquivo não seria de execução.
Já o KDE, apenas dá permissão ao atributo de execução quando o atributo de leitura já está configurado permissivamente. Desta forma, se todos os usuários tiverem permissão de leitura, então, todos os usuários terão configurados o atributo de execução de maneira permissiva. Por outro lado, se nenhum usuário estiver com a permissão de leitura, então, a configuração do atributo de execução também não será definido para usuário algum. No KDE, quando a caixa de seleção para a atribuição da permissão de execução está marcada é Porque, de fato, o arquivo tem permissão de execução.
Outras duas observações curiosas merecem ser mencionadas nessa categoria de layout centrado nos escopos de permissões:
- Primeiro, que o XFCE apenas exibe a caixa de seleção da permissão de execução caso identifique que o arquivo alvo se trata mesmo de um script. O problema é que nem sempre a identificação se dá de maneira correta: o usuário, algumas vezes, acaba por ficar sem ter como dar permissão de execução por meio da Interface Gráfica do XFCE;
- Segundo, de todas as Interfaces Gráficas mencionadas a do Pantheon (forjada no Elementary OS) é a mais original. Nela, ao invés da lista de seleção é utilizado botões para definir os atributos de permissão. Além disso, é exibido na guia a visualização das permissões em sua forma Textual e em seu Modo Octal. No caso da visualização do Modo Octal ainda é possível utilizar a caixa de texto para a alteração das permissões. Portanto, no Pantheon, a guia de "Permissões" nos oferece três disposições visuais das permissões e duas possibilidades diferentes de métodos para a alteração das permissões.
Por fim, segue uma imagem que contém três layouts diferentes de organização dos atributos e dos escopos: