Planejando a migração de aplicações comerciais para o Linux/GNU

Muitas empresas estão apostando no Linux e nos softwares Open Source no planejamento de redução de custos com servidores e desktops. Uma migração mal planejada pode servir como uma armadilha ao gerente de projeto, pois ao invés de reduzir os custos, irá reduzir também a produtividade da empresa. Saiba quais os cuidados ao planejar a migração.



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Por: Eduardo Kanashiro em 01/04/2004


Ambiente de servidores



Em muitas empresas, o ambiente dos servidores serão os mais aptos a migrarem para softwares Open Source. Os principais serviços de rede estão disponíveis para a plataforma Linux/FreeBSD, com exceção de algumas aplicações específicas proprietárias como ERPs, banco de dados, CAD e gerenciadores de grupo de trabalho.

Os profissionais que trabalham em datacenters estão acostumados às novas implementações de sistemas e regras aplicadas à política de segurança de dados da empresa. A adaptação dos administradores de redes e servidores não seria uma etapa problemática.

A segurança e disponibilidade da aplicação baseada em software livre depende diretamente do profissional que planeja, instala e configura o servidor. Sabemos que os softwares livres prezam pela estabilidade e segurança, porém um profissional desqualificado poderá comprometer a migração.

Caberá ao gerente de projeto analisar quais as aplicações baseadas em servidores que poderiam ser migradas com segurança. Quais serão os possíveis impactos aos usuários e como o uso de software livre proporcionará retorno em economia.

Segue abaixo alguns exemplos de servidores que poderiam ser migrados para o ambiente Linux:
  • Servidores de arquivos: a referência principal para servidores de arquivos em Linux é o Samba. Os servidores Samba oferecem performance, segurança e estabilidade em ambientes que requerem somente bons servidores de arquivos e impressão para grupos de trabalhos distintos.

    Deve-se avaliar se a empresa implementa regras rígidas de segurança com políticas restritivas implementadas em Servidores Windows 2000 em Active Directory com hierarquia estendida às filiais de outras localidades. Isto poderia ser um empecilho na implementação de servidores Samba, pois o suporte ao Active Directory não é plenamente funcional na versão 3.

  • Servidores de correio eletrônico: o perfil de empresa mais apto a migrar para um servidor de correio baseado em software livre, é o usuário de correio eletrônico básico, baseado em SMTP como o SendMail e PostFix. É óbvio que em muitas empresas de médio e grande porte, será comum o uso de sistemas de correio eletrônico baseados em Lotus Notes ou M$ Exchange. Novamente, o gerente de projeto deve analisar se a empresa requer a segurança implementada pelo sistema de correio corporativo proprietário, ou se um sistema de correio baseado em SMTP e POP3 atende aos usuários. A importação do conteúdo de mailboxes baseados em sistemas proprietários poderá ser um problema, pois além da necessidade de elaborar um processo de migração complexo dos mailboxes e contas, em muitos casos, os usuários possuem o mau hábito de utilizar o correio eletrônico como servidor de arquivos particulares.

  • Servidores de DNS: o servidor de DNS talvez seja o serviço mais fácil de se migrar para o Linux. Basta transferir as tabelas de zonas criadas no Microsoft DNS em texto plano para os servidores Linux bind. Em muitos casos estas tabelas não requerem adaptações.

  • Servidores firewall: Em grandes empresas, o uso de firewalls comerciais como o CheckPoint, Nokia, Symantec ou M$ ISA ainda são bastante difundidas, pois geralmente estes fabricantes oferecem um bom suporte ao produto.

    O firewall implementado pelo Linux iptables não fica devendo em segurança com relação aos produtos comerciais. A grande desvantagem é que o iptables é difícil de configurar e dependendo da complexidade das regras implementadas, poderiam haver falhas devido ao tamanho das tabelas e a dificuldade de compreensão das mesmas. Uma dica interessante é utilizar o Firewall Builder (http://www.fwbuilder.org), que implementa regras de IPTABLES com uma interface muito parecida com o CheckPoint.

  • Servidores proxy: o proxy Squid é um outro exemplo clássico de eficiência e estabilidade. As novas versões do Squid possuem um cache tão eficiente quanto os populares Border Manager (Novell) e M$ ISA. Existem documentações explicando a possível integração da autenticação do Squid com servidores LDAP ou Samba.

  • Servidores de internet / intranet / extranet: o servidor de web Apache é o líder da internet e não há como negar a sua eficiência e estabilidade. Este ambiente é conhecido popularmente pelos programadores por L.A.M.P. (Linux/Apache/MySQL/PHP).

    A dificuldade das aplicações web em Linux está na migração de aplicações já existentes em ambientes baseados em softwares proprietários. Existem casos onde que é possível encontrar ferramentas para auxiliar a conversão de códigos (principalmente ASP/PHP), porém em muitos casos são necessários reprogramações da aplicação na nova plataforma. As empresas que disponibilizam aplicações web através de ferramentas proprietárias como o IIS(M$), iPlanet(Sun) e WebSphere(IBM) efetuam uma análise prévia do movimento do portal e dos recursos disponíveis sendo que estes geralmente possuem suporte de um banco de dados comercial robusto como SQL 2000, DB2 ou Oracle. A migração de portais baseados nestas plataformas podem se tornar financeiramente inviáveis devido ao alto valor investido.

  • Servidores de banco de dados: os bancos de dados mais populares do Linux são o MySQL e o PostGreSQL, ambos reconhecidamente estáveis e performáticos. São bastante utilizados em aplicações web devido a boa integração com o PHP e Apache (como citei acima no ambiente L.A.M.P.).

    Reconheço que sou relativamente leigo em banco de dados, portanto não pesquisei a fundo os possíveis processos de migração de bancos de dados proprietários (ficarei devendo um comentário sobre este termo, sorry!).

  • Servidores de antivírus / gateway: se você trabalha com uma rede baseada em desktops Linux/UNIX não há porque temer pela ação de vírus. Afinal quase não existem vírus para Linux e são poucos os usuários (desinformados) utilizam o root para trabalhar.

    Se você trabalha com uma rede baseado em desktops Windows, é necessário o uso de um antivírus não somente nas estações como também nos servidores.

    Devo admitir que os softwares proprietários para antivírus são mais eficientes e oferecem melhor suporte que as soluções open source (que são poucas). Eu recomendo o uso as soluções oferecidas Trend ou Symantec. Caso você queira testar um antivírus open source, experimente o ClamAv (http://www.clamav.net)

  • Gerenciadores de projeto / grupo de trabalhos: As soluções oferecidas pela M$ como o Project 2000 e o Share Point são o que há de mais completo no mercado. Na minha opinião, vejo que em muitos o uso destas ferramentas (mesmo em grandes empresas) são como matar uma mosca com um canhão dado a quantidade de recursos destes aplicativos. Existem aplicações desenvolvidas em PHP para estas finalidades que se adequam perfeitamente às necessidades de muitas empresas, no qual incluem recursos como agenda compartilhada, chat, tabelas de informações corporativas, gerenciador de arquivos do grupo de trabalho, gerenciador de atividades e projetos e e fóruns.

    Os melhores softwares desta categoria em open source são o PHProjekt (http://www.phprojekt.org), o PHPGroupware (http://www,phpgroupware.org) e o TUTOS (http://www.tutos.org).

    Em alguns casos, estes softwares poderiam ser adaptados para trabalharem como um ERP da empresa, caso não haja a necessidade de sofwares mais complexos como o SAP.


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Páginas do artigo
   1. O perfil do ambiente de trabalho
   2. Ambiente de servidores
   3. Ambiente desktop / estações de trabalho
   4. Conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por wconserta em 02/04/2004 - 13:48h

Parabens pelo artigo, Eduardo eu passei por situação parecida aqui onde trabalho onde o planejamento na migração foi muito importante , seu arquigo é bom para que adminitradores não vão pelo que gosta mais sim planeje , tipo ja vi muito colegas querendo implanta linux numa empresa inteira doa o que doer, ai ja viu o resultado usuario reclamando enfim seu artigo é bom para da uma boa orientação a essa pessoa , o caso que você falou do office foi um bom exemplo.

[2] Comentário enviado por wconserta em 02/04/2004 - 13:51h

Parabens pelo artigo, Eduardo eu passei por situação parecida aqui onde trabalho onde o planejamento na migração foi muito importante , seu arquigo é bom para que adminitradores não vão pelo que gosta mais sim planeje , tipo ja vi muito colegas querendo implanta linux numa empresa inteira doa o que doer, ai ja viu o resultado usuario reclamando enfim seu artigo é bom para da uma boa orientação a essa pessoa , o caso que você falou do office foi um bom exemplo.

[3] Comentário enviado por cvs em 05/04/2004 - 10:21h

somente um comentario sem noção.. mas não seria GNU/Linux ?
não adianta falar que é a mesma coisa. :-x

[4] Comentário enviado por crayon em 28/02/2005 - 11:10h

Parabens pelo artigo! Se todos os administradores tivessem estas idéias em mente, diminuiria em muito os problemas, principalmente com o ussário final. Acrescento ainda um treinamento de qualidade e sempre manter todos os usuários informados. Isso é muito importante porque toda mudança que é informada e é feita com planejamento, transmite tranquilidade e confiança aos usuários!

é isso ...

[5] Comentário enviado por SergioYuma em 06/07/2006 - 08:48h

Parabéns...

Estou passando pelo processo inicial de estudos para realização de uma migração Microsoft/linux. O artigo esclareceu muitas dúvidas.

[6] Comentário enviado por hsilva em 14/12/2006 - 20:55h

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