Tabela de Partição GUID - Uma Pequena Introdução

Em um futuro próximo, o BIOS (Basic Input/Output System) será substituído paulatinamente pelo UEFI (Unified
Extensible Firmware Interface). Este pequeno artigo visa, de maneira resumida, apresentar os primeiros
'impactos' aos usuários de GNU/Linux.

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Por: Roger em 15/03/2012 | Blog: https://bit.ly/2tJIgP7


Últimas Informações



Suporte do Kernel

A opção do kernel: CONFIG_EFI_PARTITION, deve ser definido para 'y', para ativar o suporte à partição EFI (o kernel de algum tempo para cá, já traz esta opção habilitada por padrão, mas achei por bem destacá-la aqui, para alertar os usuários de kernels customizados), se necessária for.

A ativação deve ser feita pelo método Built-in, pelo método de módulo carregável <M> não surtirá efeito. Você pode checar se a opção está ativada em seu kernel através do comando:

# zgrep CONFIG_EFI_PARTITION /proc/config.gz

Se o sistema retornar:
CONFIG_EFI_PARTITION=y

. . .Tudo estará OK.

Esta opção é necessária mesmo se discos, que forem formatados em GPT, sejam usados apenas para armazenamento de dados e não para iniciar o sistema.

Suporte do carregador de Boot:

1. GRUB Legacy ou o GRUB tradicional não oferecem suporte a GPT.

2. O jurássico LILO então, nem seria necessário mencionar, o faço por puro sarcasmo.

3. O GRUB2 tem a capacidade de iniciar discos GPT, tanto em Hardwares com BIOS, como em sistemas baseados em UEFI. Todos comandos referentes a partições permanecem relativamente os mesmos exemplo: (hd0, 8)). Apenas siga a documentação de sua distribuição. Como essa configuração está fora do escopo do artigo não entrarei em detalhes sobre a mesma.

4. A dupla Syslinux / Extlinux, támbem oferecem suporte a GPT. Mesmo caso acima consulte na documentação de sua distribuição.

Utilitários de Particionamento

- GPT fdisk

GPT fdisk é um conjunto de utilitários, em modo texto, para editar discos GPT de edição.

Consiste em 'gdisk', 'sgdisk' e 'cgdisk', que são equivalentes às ferramentas fdisk (usadas para discos MBR). Consulte em sua distribuição. No Arch Linux (como não poderia deixar de ser) por exemplo, o nome do pacote é: gptfdisk (não deve ser muito diferente nas outras).

Nota importantíssima: Os utilitários de particionamento 'fdisk' (ou seja: 'fdisk', 'cfdisk' e 'sfdisk') não suportam GPT.

- Converter de MBR para GPT

Uma das melhores características do 'gdisk', é sua capacidade de converter MBR e "disklabels" BSD para GPT, sem perda de dados. Após a conversão, todas as partições MBR primárias e as partições lógicas, se tornam partições GPT com os GUIDs de partição corretos e GUIDs (UUIDS), criadas para cada partição.

Para tanto, basta abrir o disco MBR usando 'gdisk'. * Cuidado para qualquer erro. Corrija os mesmos de gravar qualquer alteração no disco, porque você poderá perder dados.

Consulte o 'man gdisk' para entender o funcionamento da ferramenta, ela em si é muito similar ao 'fdisk', com sutis alterações nos comandos, seja ATENTO.

Sair com 'w' para gravar alterações de volta para o disco (semelhante ao 'fdisk') para converter o disco MBR para GPT

* FAÇA POR SUA CONTA E RISCO, SE ASSIM DESEJAR, SUGIRO UMA NOVA INSTALAÇÃO.

Após a conversão, será necessária a reinstalação do carregador de Boot e configurá-lo para iniciar a partir de um disco GPT.

Nota importante: Lembre-se que o disco GPT armazena uma tabela secundária no final do disco. Você deve ter certeza, de que os últimos 33 setores (do disco) não estejam sendo utilizados por qualquer partição.

Aqui, uma imagem do terminal, mostrando o particionamento de um dos meus HDs migrados para GPT, através do 'gdisk':

Conclusões

Este esboço teve a intenção, apenas, de apontar uma direção, a ser seguida.

Não me vejo sem usar GNU/Linux, em hipótese alguma. Então, me fiz a seguinte pergunta:

- O que me garante que meu próximo Hardware não será um sistema baseado em UEFI?

Então, tenho de estar preparado para saber como lidar com isso quando essa hora chegar, e acreditem colegas, ela está chegando.

Os dias da velha BIOS estão chegando ao fim e viva a evolução, e principalmente, Viva o Linux.

Claro que posso ter cometido inadvertidamente alguns equívocos, durante a elaboração deste.

Peço desculpas antecipadas.
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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Tabelas de Particionamento
   3. Últimas Informações
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Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 15/03/2012 - 18:11h

Excelente introdução brother!

EU vejo muita coisa falando sobre isso no fórum internacional do Arch Linux, mas até hoje não me interessei em saber o que significava, por isso gostei bastante de seu artigo, parabéns!

* falando do fórum, aqueles que se interessarem em acompanhar os posts de lá, adicionem endereço abaixo em seu leitor de notícias:

https://bbs.archlinux.org/extern.php?action=feed&type=atom

+favoritos.

[2] Comentário enviado por removido em 15/03/2012 - 18:21h

Também já li sobre isso tempo atrás.
O artigo veio esclarecer muitas dúvidas.
Quem não leu, não diga que o assunto não foi abordado.

Aqui no VOL foi e de forma didática, até!

Bem explicado, detalhado e desenhado! Quer mais o quê?


Parabéns, Roger!

Grande contribuição.

[3] Comentário enviado por elgio em 15/03/2012 - 19:23h

"O jurássico LILO então, nem seria necessário mencionar, o faço por puro sarcasmo."

Muito boa esta tua frase!
hehehe

[4] Comentário enviado por levi linux em 15/03/2012 - 20:01h

Excelente artigo, bastante didático e bem escrito.

Também gostei do "O jurássico LILO então, nem seria necessário mencionar, o faço por puro sarcasmo".
Risos!

[5] Comentário enviado por julio_hoffimann em 15/03/2012 - 20:55h

Parabéns Roger, ótimo artigo!

Abraço!

[6] Comentário enviado por nicolo em 16/03/2012 - 12:17h

Bom artigo, tocou no assunto "on the fly".
Sugiro aos apressadinhos ler primeiro antes de fazer alterações.
O default de particionamento no Linux é tipo DOS e não BSD, logo
cuidado antes de usar o GTPfdisk..

[7] Comentário enviado por rootgerr em 17/03/2012 - 15:30h

@brother EDPS Valeu
@mano Izaias grato (ficou meio capão redondo isso aqui) kkkk aí mano certo?
@elgio obrigado
@levi valeu
@julio thanks
@bakunin realmente eles precisam ficar atentos, por isso, indiquei uma nova instalação

[8] Comentário enviado por ricardoolonca em 22/03/2012 - 17:33h

Quando fui configurar um storage com 24Tb foi necessário usar GPT.

Outra coisa que tive que fazer foi usar Btrfs, pois o Ext4 só suporta 16Tb.

[9] Comentário enviado por renato_pacheco em 22/03/2012 - 18:08h

Curti bagarai o artigo. Bem explicado! Já havia lido várias vezes sobre, mas não com tanta clareza.

[10] Comentário enviado por rootgerr em 24/03/2012 - 18:42h

@maionesebr até tentei um Btrfs aqui mas o sistema corrompeu rapidamente, embora tenha gostado.

@renato obrigado

[11] Comentário enviado por WhiteHawk em 25/03/2012 - 09:42h

Parabéns rootger!

Artigo abrangente, simples e didático. As referências e citações me foram muito úteis.

Abraço.

[12] Comentário enviado por rootgerr em 02/04/2012 - 22:24h

Grato

[13] Comentário enviado por removido em 17/05/2012 - 12:33h

rootgerr , um ótimo artigo. Muito esclarecedor, didático e de fácil entendimento.
E quanto ao lilo e ao grub legacy já bem sabia que não davam suporte a GPT. Portanto, nenhuma novidade relacionada a ambos quanto a isso.
Com o GPT, pelo menos algumas dores de cabeça de partição estendida são extintas.
Futuramente todos terão que usarem GPT mesmo, e com certeza muito antes que imaginemos.
Atenciosamente, Henrique1977.

[14] Comentário enviado por rootgerr em 17/05/2012 - 20:03h

Grato @Henrique

[15] Comentário enviado por Valt3r em 05/09/2012 - 00:12h

Quebrei muito a cabeça com um disco maior que 2tb formatado em GPT com sistema de arquivos NTFS, tentei acessá-lo com ubuntu x64 sem sucesso, após ler esse artigo descobri que o kernel não estava com o modulo "CONFIG_EFI_PARTITION" habilitado, enfim.... aprendi muito hoje, muito obrigado e espero que continue ajudando o pessoal, informação nunca é demais quando precisamos ^^.
Abraços.


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