Estava eu, dia 24/12/08, matando o tempo na internet até dar 17h00 (faltavam menos de 10 minutos). Nesse mesmo dia, tinha salvado um arquivo importantíssimo no meu notebook, o qual estava ligado na tomada e sem bateria. Então ocorreu o inesperado...
Faltou energia, logo no final da tarde. Ato contínuo, peguei a bateria, encaixei-a e liguei o computador novamente, mas então... a checagem do HD na inicialização não estava sendo concluída, parava ao chegar em 90% da varredura, quando então o
Linux carregou um shell de recuperação. Meu diretório /home fica numa outra partição (/dev/sda3), como recomendação de um amigo em caso - remotíssimo - de alguma falha corromper o sistema. O problema era que a falha era detectada justamente no sda3 - tanto o sda1 (swap) quanto o sda2 (sistema) completavam a varredura sem problemas.
Amaldiçoando a mim mesmo por não ter feito logo um backup no pendrive de um arquivo tão importante (coisa que não ia me tomar mais de 3 minutos) e também por ter apagado o e-mail no qual veio anexado, resolvi passar um fsck na partição problemática. Enquanto o fsck fazia o seu trabalho, me lembrei dos tempos no Windows, onde tinha o hábito de criar uma partição rotulada de DADOS, onde costumava guardar os meus arquivos, em decorrência de traumas por perder arquivos no Windows por mais de 1 vez. Não vou mentir: após quase 2 anos como usuário Linux, abandonei esse hábito em função da extrema estabilidade e segurança do sistema, mas se ainda o praticasse (no caso do Linux teria criado uma partição sda4), certamente teria salvo o arquivo na partição DADOS.
Então, veio-me a revolta: "porcaria de Linux, se eu desconfiasse de você como do Windows, teria me precavido melhor. Juro que se não conseguir recuperar esse arquivo, volto para o Windows - pelo menos nele, sei o que pode acontecer."
Nesse ínterim, o fsck me fez um monte de perguntas, cujas respostas seriam Y (yes) ou qualquer outra coisa. Y para todas. Erros corrigidos. Sistema reinicia normalmente. Consigo acessar TODOS os arquivos em sda3. Copio rapidamente o arquivo no meu pendrive. Quando chegar em casa com o notebook, também farei rapidamente um backup em CD.
Estou digitando este artigo no dia 26/12, pela manhã, e nem parece que o susto aconteceu. Já gravei o CD, e a lição que ficou foi esta: o Linux realmente é pau pra toda obra, seu sistema de arquivos é robusto e altamente eficiente. Linux, S.O. dos sonhos.
P.S.: alguns podem se perguntar - não era mais fácil ele pedir pra mandarem o e-mail com o arquivo de novo? Eis a resposta: entre tratar com certas pessoas e nadar num rio infestado de piranhas, é preferível nadar com as piranhas. ;-)
Abraços a todos, e um Feliz 2009!!!