Esta dica (ou levantamento de lebre) é decorrente da leitura de um texto escrito pelo próprio
Steven Darnold, o desenvolvedor do Basic
Linux.
Ali ele dizia que se depara constantemente com uma grande quantidade de computadores de diversas arquiteturas proprietárias, como Compaq, Packard Bell, HP e AT&T, com arranjos de placas-filha (subplacas) onde ficavam realmente os slots para periféricos - além, é claro, dos computadores chamados "normais".
(Nesse ponto acho que a Sindi Keesan (Estados Unidos) ganha dele disparado. Aparece cada tralha como "doação"... Acho que nesse caso o termo apropriado não seria "making a donation" mas "getting rid of", se é que me entendem.)
A maioria dos americanos está começando somente agora (2007-2008) a realmente jogar fora seus 386 e isso é um dado surpreendente e muito interessante, pois nós tupiniquins já o fizemos há bastante tempo!
(A título de exemplo, por aqui já é um tanto raro encontrarmos alguém que realmente utilize um Pentium 100 no seu dia-a-dia)
Segundo o Steven, um laptop 386, mesmo que tenha algum defeito (seja no teclado, ou na tela, por exemplo) pode ser perfeitamente usado com periféricos externos e dessa forma, pode-se conseguir um espaço ainda menor em cima da mesa, que se usarmos o imenso gabinete de um verdadeiro desktop.
Um uso sugerido para 386 com 4mb ram é de executar programas DOS, inclusive internet browsers como o antigo Netscape.
Podem ser usados editores como Wordperfect ou Wordstar para DOS e Win 3.1, e existe até mesmo um programa de CAD para DOS que roda até em VGA mono.
Para textos mais simples, sempre se pode contar com o Edit, do próprio DOS.
Pode-se conseguir na própria internet muitos bons joguinhos antigos para DOS e tirar nosso pobre 386 do "corredor da morte", transformando-o em uma "game machine" com um poder considerável.
Um 386 é bastante rápido, rodando em DOS.
Aqui no bairro onde moro tem um comerciante que usa um valente 386 dx-40 com uma impressora matricial LX-810 e um programa que ele mesmo desenvolveu em dBase para gerenciar sua loja/oficina de bicicletas.
Como um 386 não é muito exigente no quesito "refrigeração", é uma forma bastante inteligente de aproveitar esse tipo de máquina.
Quanto ao programa, não tem muitos detalhes de sofisticação, nada de telas bonitas ou de mensagens oportunas, mas dá conta do recado.
Contudo, para usar o Linux deve-se ter a sensatez de não desejar andar com o carro adiante dos bois.
As limitações do hardware (no tocante às tecnologias atuais) são muitas, portanto somente será viável trabalharmos em modo texto.
A esmagadora maioria das motherboards para 386 encontradas no Brasil permite a instalação de até 4MB RAM, se bem que é "possível" instalar 16MB, embora isso não seja exatamente "viável".
Um 386 com 16MB RAM - e rodando DOS - é um verdadeiro avião supersônico. Eu já vi uma rede (baseada em Novell) onde o servidor era um bichinho desses.
Porém, com alguma arte e a devida consulta às fontes mais acertadas (o VOL, por exemplo), pode-se usá-los como firewall, ou centrais de email, bem como compartilhar conexões dial-up.
A imaginação é o limite.
Quem sabe se os colegas do VOL não têm suas sugestões ou podem relatar seus próprios experimentos já concretizados?
Afinal, de McGuyver e de Professor Pardal (Gyro Gearloose) todos temos um pouco...
Por outro lado, confunde-se o termo "FulanoLinux roda em i386" (designação de uma arquitetura) com "FulanoLinux roda em um 386" (referindo-se especificamente ao processador Intel 80386).
Por causa dessa confusão, usuários novatos (e até mesmo alguns mais experientes) sentem-se desapontados com a maioria das distros que prometem atendê-los no quesito "HARDWARE LIMITADO", "VELHOS PCS" ou "MICROS ANTIGOS".
O pulo do gato:
Para funcionar corretamente em um "386 ancião", o kernel deverá ser da época das versões 2.2.x ou no máximo 2.4.x e devido à memoria RAM que é muito pequena, nem tente usar uma interface gráfica!
Por sua vez, os kernels mais atuais (2.6.x) funcionam muito bem com o tal i386 mas não com o processador 386 (formalmente "Intel 80386").
Até a próxima!