Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 31/01/2013 - 00:04h
A rigor não existe software para "recuperar" HD defeituoso.
O muito que eles fazem é tentar recuperar os dados gravados, e até mesmo possibilitar que seja feito algum backup dos mesmos.
Nesse caso, eles marcam alguns blocos como defeituosos (os famosos "bad blocks") e os isolam em uma tabela, em virtude do que passam a não ser mais "enxergados", dando a impressão de que o HD foi saneado.
Isso porém é um ledo engano.
O HD continua defeituoso, e a tendência será sempre aumentar o número desses bad blocks.
Uma coisa é recuperar dados em um HD com a parte mecânica em bom estado (com a placa queimada, por exemplo), outra é tentar consertar um HD quando realmente defeituoso.
Se prestarmos atenção, veremos que o espaço disponível em um HD "recuperado" vai-se tornando cada vez menor.
O Windows é bastante tolerante a bad blocks em grande quantidade, porém o Linux é bem mais exigente nesse aspecto.
Em compensação, trata bem melhor os dados "duvidosos" e procura atualizar a tabela de forma bastante discreta, porém mostra que está fazendo uma verificação logo ao entrar no sistema.
E quando o HD chega a não ser reconhecido, é porque a parte defeituosa é exatamente aquela inicial, das primeiras trilhas e setores, onde o BIOS vai procurar informações.
Para consertar isso, somente seria possível se existisse um utilitário que modificasse o BIOS, de forma a que o endereço dos setores e trilhas inicias fosse alterado.
Isso infelizmente não existe.
No tempo dos HDs "Winchester" (de pequena capacidade) eu já andei experimentalmente abrindo, trocando discos e regulando as cabeças para iniciar "mais adiante".
Foram gambiarras que deram certo, porém experimentalmente, e baseadas mais em sorte do que em técnica.
Evidentemente não se deve abrir um HD nem tentar fazer isso nem em casa nem no laboratório.
Entendo por defeituoso aquele HD que apresenta problemas mecânicos ou magnéticos (quando a mídia magnética apresenta falhas).
Se a cabeça de leitura/gravação por algum motivo arriar sobre a mídia, podemos dizer adeus ao HD.
Se prestarmos atenção, o que chamamos de mídia magnética é tão somente uma espécie de verniz finíssimo, quase invisível, de propriedades fracamente magnéticas e instáveis, depositado sobre um disco de alumínio.
É tão fino que visualmente parece que foi dado polimento e não aplicado verniz.
Quando esse verniz chega a apresentar qualquer defeito, até mesmo por simplesmente perder suas propriedades magnéticas, torna-se absolutamente irrecuperável.
Uma das maneiras mais fáceis de danificar o verniz magnético é permitir que o HD entre em campos magnéticos fortes, fique exposto ao calor, à luz solar ou a radiação ultravioleta.
Um exemplo de campo magnético forte é o que encontramos em uma sala de máquinas de elevadores, por exemplo.
Nem imagino o que uma pessoa possa fazer em tal lugar portando um HD, porém isso me parece um bom exemplo, já que os antigos relógios de pulso movidos a corda eram sumariamente danificados dessa forma.
E nem pense em entrar num lugar desses, se você usa um marcapassos.
Outra maneira de estragar um HD é colocá-lo - mesmo desligado - perto de um radio PX "botinado" (com antena amplificada) e ficar chaveando para lá e para cá.
Como sempre, estragar é muito mais fácil que consertar.
A propósito, e antes que alguém estranhe,
a BIOS é o chipset que guarda e controla o Basic Input/Output System, enquanto
o BIOS é o aplicativo (software) que gerencia suas configurações.