Instalar o Gentoo em placa mãe UEFI

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 11:10h

Olá, bom dia! Encontrei esse tutorial https://www.vivaolinux.com.br/artigo/Instalando-o-Gentoo-2018 do amigo eu20noel e fiquei com vontade de instalar o Gentoo no meu PC. No site da distribuição, no handbook em inglês, ele informa que desde o dia 23 de Agosto de 2018, o método de instalação mínima suporta o Boot em UEFI. Porém, depois de gravar a imagem em um Pendrive, tanto pelo DD, quanto pelo Rufus eu inicio o PC, e ele não da o boot e pula direto pro menu do Grub pra inicialização do Arch Linux que está instalado na minha máquina. Então, baixei o live DVD do Gentoo e gravei no mesmo Pendrive e iniciou normalmente. Minha duvida é: Eu posso seguir o tutorial iniciando por uma distribuição que tenha live usb (tipo o Xubuntu/Ubuntu) e instalar o Gentoo por ele? Pesquisei alguns métodos pra tornar a .iso de instalação mínima do Gentoo Bootável mas não adiantaram muito. Utilizo o Arch Linux há uns bons anos, e estou afim de conhecer mais o Gentoo que tem uma proposta parecida (KISS) e aprender mais sobre ele, especialmente o Portage.

Obrigado a quem puder me ajudar!

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pylm
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 11:13h

Pode.

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 11:39h

E o processo é o mesmo? Abro o terminal no live usb, e sigo pelo Handbook? Ou tem alguma coisa diferente pra fazer quando se escolhe esse método de instalação? Estava pensando até em fazer isso pelo próprio Arch Linux, mas quero usar só o Gentoo na máquina.

Obrigado pela sua ajuda!

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pylm
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 11:58h

Algumas distros (de cabeça só lembro do Ubuntu) usam um link simbólico de /dev/shm pra /run/shm e isso pode quebrar alguma funcionalidade do portage. Pra corrigir é só fazer um bind mount no chroot

mount --rbind /run/shm /mnt/Gentoo/dev/shm
 

Faça na parte em que o handbook monta e entra no chroot.

De resto é exatamente a mesma coisa.

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 12:19h

Farei o teste quando chegar em casa hoje. Muito obrigado pela sua ajuda!


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jcbezerra
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 14:13h

Guitto, para bootar pelo pendrive via UEFI basta pressionar a tecla (geralmente F11 ou F12) que abre o BBS POPUP (quadro com as opções de boot disponíveis), indicada pela placa mãe durante a inicialização, antes do carregamento do Grub. Caso não apareça, desligue a inicialização rápida nas configurações do SETUP (BIOS), e reinicie. Daí você escolhe a opção referente ao pendrive que deseja inicializar. Mamão com açúcar ;-)

Gosto muito do Gentoo, principalmente como fonte de aprendizado. Nenhuma outra distro consegue te motivar a compilar um kernel (querer mesmo!), por exemplo, já que 'extrair o máximo de performance de um pc' é quase o slogan do Gentoo. E o resultado final é sempre satisfatório (se finalizado kkk). Só não mantenho ela como principal porque sou meio kamikaze... sempre quero aprender na marra e acabo quebrando o sistema. Como quando instalei um sistema todo na base testing; ou quando comecei a brincar com o make.conf tentando fazer meu pc voar! Pra quem gosta de desafios é uma festa! kkk

Só deixo aqui uma dica que, pelo menos pra mim, facilitou e muito a instalação: instale via live-cd, ou, se tiver outra distro linux em dual boot, pode ser por ela mesmo. Quase todo o procedimento é idêntico ao minimal-install (install-amd64-minimal), com a vantagem que vc vai ter disponível um navegador que te possibilita copiar e colar vários comandos. Já instalei várias vezes com o auxílio do Links, navegador em texto. Mas recentemente tive um problema que não consegui resolver nem com muita pesquisa: não consegui alterar a resolução da tela durante a instalação com o minimal-install. Até minimizei o problema alterando o tamanho da fonte, mas perdi muito tempo e paciência.

Na verdade eu fui obrigado a "reinstalar" o sistema pelo Linux Mint, distro que tenho em dual boot com Windows 10 (agora com o Gentoo virou um ménage kkk). Eu quis testar o sistema de arquivos Btrfs numa única partição raiz -- é... sem boot separado -- e me deparei com uma dificuldade imensa em fazer com que o Grub reconheça uma partição com esse sistema. Achei muitos tutoriais em inglês, mas direcionados a outra distros, e eu não consegui adaptar os procedimentos ao Gentoo. Ainda tenho que "comer muito arroz e feijão" pra ter esse conhecimento... Mas enfim, ao reinstalar numa partição ext4, fiz pelo Mint e me surpreendi!

Ps.: Me desculpem se escrevi demais (rs), mas geralmente só consumo o conhecimento aqui do VOL... é a primeira vez que retribuo!

Abraço a todos!

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 14:42h

Cara, muito obrigado pela sua resposta! Eu fiz exatamente isso (no meu PC é o F11) e selecionei o pendrive, mas não deu certo: Ele pula pro Boot do Arch. Mesma coisa alterando a ordem de inicialização. Mas o Live DVD do Gentoo funciona normalmente, e aliás, curti muito a distro no que usei dela. Estou louco pra aprender e mergulhar mesmo, tanto que vou sair do Arch Linux, que é uma distro que eu amo muito.

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pylm
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 20:32h

Eu uso Gentoo com btrfs num notebook legacy e não tive problemas com o grub, basta deixar os drivers btrfs compilados dentro do kernel (e não como módulos) e o sistema deve carregar sem problemas.
Agora, num sistema UEFI (que também uso btrfs) aí é necessário o uso de uma partição /boot/efi em fat32 pois é a única coisa que o UEFI consegue ler.

jcbezerra
(usa Gentoo)

Enviado em 04/09/2018 - 22:34h

Então... Eu fiz esta instalação em um PC que já continha Linux Mint e Windows 10 em UEFI. A partição EFI foi criada pelo Windows, e o Mint a utiliza quase que automaticamente. Mas eu me 'embananei' todo ao tentar fazer o mesmo com o Gentoo :-(
Eu instalei todo o sistema, exceto o Grub, que quando fui instalar deu erro. Ele não encontrava a partição EFI. Daí eu pensei: "essa partição deveria estar montada para que o Grub a enxergue" (lembrando que, segundo o handbook Gentoo, "no ext4" basta instalar o pacote grub para efi que tudo ocorre naturalmente... Mas não há nada com respeito ao btrfs. É garimpo na veia!), montei a partição e adicionei ao fstab. O grub instalou redondo e eu enxerguei a pasta /gentoo na partição EFI. Pense numa alegria!
Infelizmente, ao reiniciar o sistema não iniciou no Gentoo.
Aí começa o sofrimento de tentar fazer o grub já instalado reconhecer uma partição btrfs, cujo fstab eu tinha dúvidas a se estava correto.
E agora que vc falou... Lembro de ter setado todos os drivers btrfs, mas não se foi como modulos.
Mas fazer o quê né... Outro dia, com mais paciência, eu brigo com esse tal de btrfs de novo ;-)
Afinal, o Gentoo já tá rodando liso no ext4 mesmo!

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 06/09/2018 - 08:50h

Bom, comecei ontem o processo. Achei a compilação nele bem mais rápida que no Sabayon, e essa era minha principal duvida, já que quando usei esse sistema, as atualizações e compilações demoravam muito. Não sei se tem a ver com o fato de ter utilizado o meu make.conf ajudou nisso (nele eu setei os 8 cores +1 como recomendou nosso amigo aqui do VOL). Tive um erro apenas: o genkernel. Mas achei a solução pesquisando aqui mesmo no fórum.

Como estava meio tarde pra concluir, deixei o resto pra hoje. Estou gostando bastante da experiência de instalar um sistema operacional através de outro, e apesar de ja ter instalado o Arch Linux diversas vezes, o Gentoo é um animal completamente diferente!
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pylm
(usa Gentoo)

Enviado em 06/09/2018 - 23:08h

Recomendo manter a opção buildpkg no make.conf pra eventuais necessidades. Como ela não é padrão eu recomendaria primeiro fazer um binário de todos os pacotes do sistema:

# quickpkg "*/*"
 

Depois adicionar a opção no make.conf

# echo "FEATURES="buildpkg"" >> /etc/portage/make.conf 
 

É bacana caso você precise reinstalar algo ou queira instalar em outro computador, onde você poderia acessar esses pacotes através de um binhost via ssh, algo assim:

PORTAGE_BINHOST="ssh://root@192.168.1.83/usr/portage/packages"
 

Bastando ter autenticação sem senha entre ambas máquinas.

Also, o make.conf também tem uma seção bem bacana pra setar opções default pro portage, eu deixo assim:

EMERGE_DEFAULT_OPTS="--quiet-build=y --with-bdeps=y --keep-going=y"
 

Deixa a compilação "quieta", isso é, não vai aparecer aquele monte de log do GCC trabalhando mas somente "emerging package e installing package". Algo assim:

>>> Emerging (26 of 34) xfce-base/xfce4-session-4.12.1-r1::gentoo
>>> Installing (26 of 34) xfce-base/xfce4-session-4.12.1-r1::gentoo
>>> Emerging (27 of 34) gnome-base/gvfs-1.32.2::gentoo
>>> Jobs: 26 of 34 complete, 1 running              Load avg: 3.65, 4.16, 3.97
 

--with-bdeps=y Instala dependências de compilação, sempre útil ter em mãos e o keep-going=y mantém o portage rodando mesmo que algum pacote falhe na compilação, você vai ser avisado que o pacote falhou ao final da lista de instalações junto de quaisquer outras mensagens.

Guitto
(usa Gentoo)

Enviado em 07/09/2018 - 09:25h

Cara, muito obrigado pelas dicas! Fiz tudo isso ai e ainda estou instalando o sistema! HAHAHAHA! O Portage me impressionou muito! Ferramenta incrivel, acho que nao volto mais pro Arch hahahaha, embora curta muito essa distro tambem.
Errei alguns passos durante o caminho, fiz algumas merdas, mas a graca e justamente a jornada. Acho que ao menos a base do sistema eu termino hoje. So nao consegui rodar o genkernel, entao fiz tudo na mao mesmo
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