hrcerq
(usa Outra)
Enviado em 03/08/2017 - 14:34h
Caro @danchmelo,
Gosto desse tipo de pensamento: se é necessário aprender, vamos aprender. Então vamos às suas perguntas:
1) Por que eu devo usar Linux? E pq esta diretamente associado ao assunto de segurança da informação?
O sistema GNU/Linux é auditável. A licença do Linux (o Kernel) e dos programas do GNU permite que o código-fonte dos programas seja inspecionado por quem quer que seja, e isso ajuda a reduzir drasticamente as falhas de segurança. São muitas pessoas olhando para o código, e como ele não é construído como uma caixa preta, é muito mais difícil colocar uma falha de propósito nele para usar contra seus usuários. Não é impossível, mas é questão de pouco tempo até alguém achar.
Então, nesse sentido, é um sistema bastante adequado para tratar sobre segurança da informação. Se você deve usar Linux? Isso já é uma decisão muito particular, mas acho que como profissional de segurança você vai se interessar bastante por ele.
2) Pra um bom aprendizado o ideal seria eu deixar como o SO principal da minha máquina? Ou com VM eu consigo tirar todo proveito desse SO?
Ideal? Certamente que sim. Obrigatório? Acho que não. Você pode aprender usando VMs, LiveCD/DVD/USB ou dual boot também. Quando decidi migrar pra Linux, comecei montando VMs pra me familiarizar. Isso ajuda a evitar um passo maior do que a perna.
3) Eu posso continuar meus estudos em segurança de rede paralelo ao estudo de Linux? Ou preciso antes ter uma base consolidada no assunto?
Difícil dizer. Eu focaria primeiro em Linux, pelo menos o básico. E depois começaria a paralelizar o estudo. Mas é difícil dizer qual a melhor trilha a seguir nesse aprendizado.
4) Tenho 23 anos, tá tarde pra começar a aprender?
Não. Nunca é tarde. Basta ter boa vontade.
5) No livro diz que eu preciso ter um "laboratório". Como posso fazê-lo? Basta um numero de máquinas maior que 2 conectados na rede?
Não sei o que o livro quis dizer com "laboratório". Isso pode significar muitas coisas. Mas, como já foi mencionado por aqui, use a virtualização, se necessário.
6) Vocês recomendam que eu compre algum PC ou notebook usado pra usar exclusivamente o Linux e manter o Windows no meu PC principal?
Não creio que seja necessário. A opção do dual boot, também já mencionada, resolveria essa questão tranquilamente, sem necessidade de mexer no bolso.
7) Se eu decidir trocar meu sistema principal no meu PC, é possível continuar utilizando 100% da minha placa de vídeo para jogos? (Os que são compatíveis).
Isso depende da placa que você está usando. Se há suporte do fabricante, então sim.
8) Ubuntu é ideal pra começar? Tem opções melhores?
Isso é relativo. Muita gente começa pelo Ubuntu porque é uma distribuição bastante conhecida. Mas eu aconselho que você faça uma pesquisa sobre alguns distribuições, como Debian, CentOS, Fedora, Mint, Gentoo, Slackware e Arch (só para citar algumas) e veja as características de cada uma delas, pra tomar uma decisão mais embasada. Você pode consultar informações sobre essas e outras no Distro Watch (www.distrowatch.com). Só aconselho que não leve muito a sério o ranking desse site, que é baseado em acessos às páginas de cada distro e portanto não é muito realista.
9) Pro tema de segurança da informação, o que eu preciso FOCAR no meu aprendizado do Linux? (Após o básico).
Essa eu confesso que não sei responder. Especialistas de segurança são mais indicados pra te dizer isso.
10) Devo comprar algum livro pra aprender? Vale a pena?
Apesar do vasto material disponível gratuitamente na Web, livros são sempre bons, porque costumam oferecer uma visão completa e linear sobre um tema em particular. Fica a seu critério se vai recorrer a eles ou não. Na minha opinião, livros são bastante construtivos, mas são mais adequados para temas que mudam com menos frequência e que você vai poder reaproveitar mais vezes no futuro. Assuntos muito voláteis são melhor tratados em Wikis, que foram feitas para serem dinâmicas.
Mesmo assim, pra começar com Linux, acredito que o Guia Foca continua sendo uma excelente fonte de aprendizado.
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Atenciosamente,
Hugo Cerqueira