juliaojunior
(usa Debian)
Enviado em 01/02/2009 - 13:26h
Eu ainda acredito na força da comunidade Linux. Essa frase pode parecer estranha neste contexto, mas vou explicar.
O Linux está no processo natural de tudo no Universo: surgimento, amadurecimento, vida adulta e declínio. Embora muito grosseiro, o processo citado descreve a vasta maioria de tudo que existe, desde bactérias aos seres humanos, desde o botequim da esquina aos mega sistemas bancários mundiais.
Acredito que o Linux está no segundo estágio, o de amadurecimento. Para os experientes ou os iniciantes com sede de aprendizado, o Linux já não traz problema em coisa nenhuma. Tudo (ou quase) já é possível ser feito com estrema simplicidade. No entanto, a fase da maturidade possivelmente possui uma sub-fase: a ''conquista'' dos desktops caseiros. E isso é outra história.
Sem uma empresa sólida, fica difícil conquistar espaço em local tão dominado por Windows e companhia. As empresas fazem hardware preocupados só com o Windows, embora claro que nem todas. Mas na maioria, a própria comunidade precisa ir atrás. E nesse ponto está o problema: o usuário dito comum não quer ficar preocupado com driver, compatibilidade e o escambau. É claro que os fanáticos podem sempre dizer que no Windows também há esses problemas. É claro que há, mas por vício ou por qualquer outro motivo, na maioria das vezes parece (e frizo muitíssimo o 'parece') que no Windows as coisas são mais fáceis.Por isso uma distro com a proposta do Kurumin foi tão fantástica. Fácil de usar.
O Ubuntu está forte por ter como brigar com os grandes, pois há uma empresa por trás dele. E que ótimo!!! Pois sem isso, possivelmente não haveria tanto progresso em tão pouco tempo. Embora os mais fanáticos vejam o Ubuntu e torçam o nariz, é preciso reconhecer seu papel no avanço do uso em desktops caseiros.
Porém, eu ainda acredito (olha a explicação da frase agora) que a força do Linux está em sua comunidade. Vejam o caso do Debian. Há um estatuto, ele 'existe' legalmente. Mas a comunidade está aí, ativa e levando o projeto avante há anos. Talvez o problema com o Kurumin tenha sido esse: sem uma empresa por trás, um único nome, uma única pessoa provavelmente não terá força para tornar bem sucedido uma distro, seja ela da qualidade que for. Mas uma comunidade forte, tanto de usuários como de desenvolvedores, possivelmente conseguirá ter sucesso.
Há uma pergunta natural: e no meio desse feroz mundo capitalista, ainda há espaço para iniciativas como essa, uma comunidade desenvolvedora para uma distro 'amigável'? Reafirmo: eu ainda acredito que sim!!!
Embora esse seja apenas um simples fórum, deixo aqui minha proposta: vamos debater sobre tal projeto, visando a construção de uma distribuição nacional 'amigável', porém sem os vícios já cometidos por outros projetos que levaram ao seu fim. Se houver uma comunidade disposta a isso, acredito fortemente em seu sucesso.
E parabéns ao Morimoto. Sua contribuição foi certamente importante para o crescimento do Linux no Brasil.