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(usa Nenhuma)
Enviado em 28/01/2017 - 19:36h
Na TV em 1966, os seriados filmados tinham como objetivo de marketing divertir as famílias e os pré-adolescentes, fazendo com que os estúdios americanos produzissem mais e mais comédias. Era um bom momento para ressucitar o homem-morcego dos gibis. O produtor William Dozier não queria, entretanto, rechear as telinhas com um herói amargurado. A solução foi transformar Batman em comédia, colocando um liquidificador à linguagem das histórias em quadrinhos, os clichês dos antigos cine-seriados da década de 40, e a estética psicodélica daqueles tempos. Tudo com muito exagero é claro! Da linguagem dos antigos seriados aproveitou-se a fórmula ” será que ele irá escapar? “. A história era sempre dividida em dois episódios, que eram exibidos semanalmente nos Estados Unidos e, dependendo da emissora, diariamente no Brasil.
Sempre no final do primeiro episódio, Batman e Robin eram envolvidos em alguma terrível armadilha de algum de seus arqui-vilões, de forma aparentemente fatal. Enquanto eles tentavam escapar, os letreiros (e, no Brasil, o narrador) alardeavam com espanto: ” Será que desta vez chegou mesmo o fim de nossos heróis? E o Coringa, conseguirá dominar o mundo? Não percam, na próxima semana, mais um bat-episódio nesta mesma bat-hora, neste mesmo bat-canal “. Marcar um encontro para a mesma bat-hora no mesmo bat-canal transformou-se em praticamente uma gíria dos adolescentes da época.
Obviamente, o início do segundo episódio (que encerrava a história) mostrava sempre um interessante truque do homem-morcego que desmontava o ardil do vilão. A tônica de todo este processo era o exagero: os vilões, mesmo que tivessem Batman e Robin sob seu domínio, jamais se deixavam seduzir por alguma maneira fácil de matá-los. Um tiro? Uma facada? Nunca! Terríveis e doentios, os arqui-inimigos de Batman gabavam-se em armar as mais incríveis e improváveis geringonças que pudessem matar seus rivais de forma lenta e dolorosa. Esticar, esfolar, amarrar, cortar, sufocar, dependurar, ferver, deformar, tudo isso era válido.
Era engraçado notar ainda como o vilão nunca gostava de ficar por perto, para ver Batman ” morrer “. Ele sempre se retirava do local do crime, deixava a geringonça funcionando, e acabava abrindo espaço para que a dupla dinâmica pudesse sacar de algum brinquedinho do cinto de utilidades que pudesse soltá-los. Havia também as pistas, é claro. Os vilões não se contentavam apenas em praticar seus crimes. Eles queriam que Batman soubesse de tudo, para que a contravenção fosse ainda mais gostosa de ser feita. Todos eles enviavam pistas ao Comissário Gordon e ao Chefe O’Hara, que se encarregavam rapidamente de passá-las a Batman. Era hilário: o criminoso sempre avisava a polícia do que ele pretendia fazer, só para dar mais ânimo à competição. Como o covil de Batman (a chamada bat-caverna) era de localização extremamente secreta, a polícia mantinha com Batman uma linha exclusiva denominada telefone vermelho, numa sátira escrachada ao telefone vermelho que teoricamente ligava Moscou a Washington, naqueles difíceis anos de guerra fria. Para dar mais solenidade a esta linha exclusiva, tanto Batman como o Comissário Gordon mantinham seus aparelhos telefônicos sob uma desconfortável redoma de vidro, mais parecida com um porta queijos.
O bat-sinal, um enorme holofote que projetava o sinal do morcego nos céus de Gotham City com a finalidade de escalar Batman para alguma missão, aparecia poucas vezes no seriado. O instrumento era original dos gibis, mas na tecnológica década de 60 o telefone era bem mais prático. O espectador, porém, sabia que a bat-caverna se localizava nos porões da mansão de Bruce Wayne, a outra identidade do homem-morcego. O que ninguém sabia (provavelmente) era como Bruce wayne e seu pupilo Dick Grayson conseguiam entrar pela passagem secreta localizada na biblioteca da mansão, escorregar por um cano igual aqueles usados pelos bombeiros norte-americanos em caso de emergência, e sair na bat-caverna já vestidos de Batman e Robin. Haveria um bat-trocador de roupas instantâneo localizado no meio do caminho?
Das histórias em quadrinhos, o seriado aproveitou os ruídos onomatopéicos de socos, pancadas e chutes. Cada briga entre a dupla dinâmica e os vilões era recheada por letreiros e splash iguais ao gibis, que pontuavam a ação. Pow, crash, uufff, boing, zap e outros sons eram literalmente escritos na tela da tv, que por rápidos segundos se transformava num quadrinho de revista.
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