Heresia ou histeria?

RLFontan
(usa elementary OS)

Enviado em 25/01/2016 - 21:18h

E ai pessoal tudo beleza?

Seguinte galera, todos nós sabemos que no Slackware alguns comportamentos são considerados heresias, o mais polêmico de todos é : usar resolvedor de dependências.

E ai, o que vocês pensam sobre essas paradas? Heresia ou histeria?

Essa é minha previsão do futuro para este tópico:

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/0c/19/8c/0c198c55ac3c50ffb234a29e56a3a95a.jpg

Pronto Freud Tux, criei a treta!

biohazard1
(usa Outra)

Enviado em 25/01/2016 - 22:18h

resolver dependências no linux é uma forma mais prática de lidar com aplicativos ou arquivos corrompidos ou bugados é um tratamento que todo programador ou desenvolvedor deve saber e quem usa o linux também.

bielinux
(usa Ubuntu)

Enviado em 25/01/2016 - 22:29h

As pessoas dizem que resolver dependências no Slackware sem ser na mão, por exemplo, usando aquele clone do apt, o slapt, é uma heresia porque isto é contra e agride com total violência a filosofia e a história da distribuição de Patrick Volkerding.

Vamos para uma situação real:
O Arch tem como filosofia ser o sistema mais UNIX-like possível, trazer elegância e minimalismo. Tem como comportamentos o fato de rolling release, isto é, ter uma versão única que sempre será atualizada, sem precisar ficar fazendo instalação limpa toda vez que sai uma release nova e o seu tão amado e querido, sistema bleeding edge. Sem querer entrar em detalhes, você confere tudo aqui -> https://wiki.archlinux.org/index.php/arch_compared_to_other_distributions.

Voltando, o Arch arrebentou na cara dura dos usuários e na filosofia quando implantou em sua distribuição o systemd, arrasando o /etc/rc.conf, o seu UNIX-like, elegância e minimalismo, dando lugar a uma tralha destruidora de ecosistemas que é bom-bril de camelô 1,99, com 1001 utilidades. Isto é heresia!

Resumindo,
Heresia seria uma manobra contra os "bons costumes"
Avise isso a todos os que pretendem usar PPA no Debian =)

removido
(usa Nenhuma)

Enviado em 25/01/2016 - 22:43h

Sistema de dependências ajuda muito e economiza tempo.
Mas sabem, né? É assim que começa...
Deixam uma coisinha aqui, amanhã outra coisinha ali...

Depois já era.

O ideal é deixar flexível de modo que qualquer um faça o que bem entender.
No momento o uso do slapt felizmente permite isto.
Pode ser heresia? Pode.

Systemd não permite isto.
GNOME3 obriga systemd, portanto também não permite.
Blasfêmia querer usar estas coisas.

Heresia maior é sacrificar o direito de se fazer m&rd@ com o sistema.
Para bem ou para mal.

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http://24.media.tumblr.com/tumblr_m62bwpSi291qdlh1io1_250.gif

IceStorms
(usa openSUSE)

Enviado em 25/01/2016 - 23:26h

Esse pensamento, o que me parece ser compartilhado por boa parte da comunidade Linux, querendo ou não, fere o princípio de liberdade do usuário de utilizar e adaptar o software as suas necessidades.

As ferramentas são feitas para serem utilizadas, entretanto, o usuário precisa saber que existe, adquiri-la e saber usá-la. O exemplo das PPA's no Debian, a ferramenta existia, mas não era possível adquiri-la, todavia por necessidade dos programadores, a ferramenta foi implementada e futuramente terá seus próprios pacotes PPA. A ferramenta está ai, agora cabe ao usuário saber agregar a sua necessidade específica ou não.

Outro exemplo, o Fedora. Já li alguns comentários de um usuário aqui do VOL defendendo sua distro favorita ao passo que citava o problema do Fedora, pois em ser uma distribuição de teste do Red Hat tinha muitas atualizações todos os dias e isso fazia do Fedora uma distro instável por conta dessas atualizações. Não conheço nenhuma distribuição Linux que "obrigue" o usuário a fazer atualizações, com o Fedora não é diferente, a opção está lá, mas você usa se quiser. Liberdade de fato é isso, eu tenho a minha disposição tudo, mas faço o uso ou não de acordo com minhas necessidades, se será o para ou o bem ou para o mal já dependerá do nível de consciência e conhecimento do indivíduo.

Na minha opinião são apenas paradigmas que precisam ser quebrados e libertar a comunidade de dogmas dispensáveis.

madrugada
(usa Gentoo)

Enviado em 26/01/2016 - 00:29h

O slapt-get, assim como o sbopkg são ferramentas facilitadoras. A Salix é fantástico e tem os pacotes totalmente compatíveis com o do Slackware. A diferença é que o gerenciador de pacotes oficial é o slapt-get ao invés do pkgtools. Com isto, o Salix se tornou mais minimalista que o próprio Slackware, além de mais fácil.

RLFontan
(usa elementary OS)

Enviado em 26/01/2016 - 01:34h

Rapaz, acho outra coisa importante de entender também é que essas decisões de encaixar certo pensamento ou não na filosofia da distribuição é na verdade uma forma de construir um certo tipo de comunidade, eu outro dia li em algum lugar que o Slackware não tinha resolvedor de dependências porque aparentemente as questão das dependências permitem diferentes soluções, e as vezes uma solução automatizada podia dar problema ou coisa do tipo.

Se você for para pra ver, a comunidade do Slackware tem um background de conhecimento manual e valorização do cohecimento bem forte, e provavelmente essas coisas vem justamente da filosofia da distro. Mas também o preço a se pagar com isso é caro, porque pra correria do dia-dia coisas como source-based ou ideologias manuais acabam trazendo dor de cabeça, no final das contas o usuário ou instala um automatizador ou não vai ter tempo e desejo de instalar nada manualmente, até porque fazer tudo manualmente e estudando cada detalhe ao estilo Slack é no mínimo super puxado, ainda mais para o iniciante. Eu to ligado que a um tempo atrás (algum slacker das antigas por favor fale sobre isso, e porque antigamente se fazia isso) o Slackware nem fazia atualizações automáticamente, o usuário tinha que ver o logs e fazer tudo manualmente.

O Debian tem uma filosofia mais aberta, automatizada e polivalente, o problema do Debian mesmo são os metapacotes, mas uma vez que eu já domei minimamente os danados aqui, o Debian ta me servindo como uma excelente máquina para o dia-dia.

PS : Eu tinha que citar o Debian, porque como gosto do Debian e Slackware costumo comparar os 2 hheehehehe.

RLFontan
(usa elementary OS)

Enviado em 26/01/2016 - 01:36h

Mas que eu saiba o Arch também tem nas suas linhas de filosofia o apreço pela modernização das tecnologias e o pragmatismo em sobreposição a ideologias, será que a adoção do systemd não tem a ver com esse outro lado da filosofia?

Buckminster
(usa Debian)

Enviado em 26/01/2016 - 07:58h

RESOLVEDOR DE DEPENDÊNCIAS???

HERÉTICOS, HISTÉRICOS, BLASFEMADORES, PECADORES...

QUEIMARÃO NO FOGO DO INFERNO ENTRE BITS INCANDESCENTES COM TIO BILL LHES ESPETANDO A BUNDA ETERNAMENTE COM UM MOUSE EM FORMA DE TRIDENTE!

madrugada
(usa Gentoo)

Enviado em 26/01/2016 - 08:13h

A inquisição nos achou!!!

bielinux
(usa Ubuntu)

Enviado em 26/01/2016 - 08:27h

Exato, isto está na filosofia. Mas, é o efeito dominó:
quando você derruba uma das peças, no caso, uma das características e/ou comportamentos da distribuição, já era sua muralha, pois você "agrediu" uma das partes do tabuleiro.

Eu sugeria a adoção do OpenRC ao SysVInit, ele é tão moderno quanto o systemd, é menos rápido, mas tem uma velocidade maior que o SysVinit, pelo menos em meus testes, é muito mais estável, muito menos bugado, etc.

chilenu
(usa Slackware)

Enviado em 26/01/2016 - 08:41h

Gerenciador de dependencia é pratico e útil, mas também tem os seus problemas... Será que vocês nunca tiveram problema com isso? De remover algum pacote e um outro que você utiliza, vai de brinde?

A filosofia presente no Slackware é a KISS, logo está ao nosso alcance o rápido acesso a localização e modificação dos arquivos de configuração. Basta ir no /etc/rc.d que todos os scripts de inicialialização estão por lá.

Em relação ao SystemD, não vou escrever um livro..... SystemD é contra a filosofia UNIX.

Graças a deus o Slackware chutou o pau da barraca de vez saindo do "udev" e utilizando o fork "eudev" enterrando de vez a possibilidade da adoção do SystemD.


Slackware, because it works.