Mesmo com o pouquíssimo tempo para a organização, o evento foi realizado com sucesso. Cerca de 1400 pessoas oriundas de 18 estados e um número considerável de visitantes estrangeiros, marcaram sua presença no evento.
O local escolhido - o Centro de Convenções do Expo Center Norte - não poderia ter sido melhor, a comissão organizadora merece os parabéns pela escolha. Após um delicioso café da manhã tivemos a abertura dos trabalhos às 10:30 horas.
A abertura deste 1º Fórum contou com a presença de vários deputados, representantes de Ministérios e da agência reguladora de telecomunicações, a Anatel. A primeira palestra tratou dos primórdios da Internet no Brasil. A palestra foi bastante interessante pois foi apresentado um resumo da história da Internet e de como surgiu o Comitê Gestor da Internet no Brasil (cgi.br).
Um debate bem oportuno foi aquele que tratou das dificuldades para a implementação da internet banda larga com qualidade. O tema evoluiu, naturalmente, para inclusão digital, leis sobre acesso, liberdade de utilização, novos projetos e neutralidade da grande rede.
O Fórum foi organizado por trilhas. Houveram seis trilhas:
- Universalidade e Inclusão Digital;
- Liberdade, privacidade e direitos humanos;
- Governança democrática e colaborativa;
- Diversidade e conteúdo;
- Padronização, interoperabilidade, neutralidade e inovação;
- Ambiente legal, regulatório, segurança e inimputabilidade da rede.
Nestas trilhas a sociedade civil, o terceiro setor, instituições governamentais, empresas e afins, puderam debater de maneira livre e aberta. Os participantes cobraram posição do Governo a respeito dos impostos que oneram as conexões.
Uma trilha bem interessante foi a que tratava de "Universalidade e Inclusão Digital". Nesta trilha foram discutidos temas relativos a treinamentos, cursos em escolas públicas que muitas vezes não dispõem de recursos tecnológicos suficientes, e como essa realidade está mudando com a adoção do
Linux e uma gama enorme de softwares educacionais livres.
Na trilha "Padronização, Interoperabilidade, Neutralidade e Inovação" foram discutidos os vários paradigmas da usabilidade da banda larga no país. Pessoas anônimas, outras ligadas ao terceiro setor, empresários, de diversos municípios do Brasil debateram com representantes do Governo e da Anatel como melhorar o acesso à internet.
Existem locais pelo país com conexão de 56 Kbps e outros em que não há nenhum tipo de conexão com a Internet. Abordaram também a liberdade na rede, vigilância da banda larga e neutralidade da rede.
No interior do Brasil existem pequenos Provedores de Serviços de Internet (ISP), que atuam num nicho de mercado que não é interessante para os grandes provedores. Esses pequenos provedores possuem equipamentos próprios - antenas, transmissores e servidores - que foram adquiridos com recursos próprios. A Anatel, enquanto agência reguladora, deveria exigir que os grandes provedores dispensassem mais atenção e recursos para os pequenos centros urbanos, dessa forma a inclusão digital ficaria facilitada.
Iniciativas como este primeiro Fórum da Internet no Brasil deveria ser regionalizado, mantendo o nacional. A organização do primeiro Fórum merece os parabéns pela organização.
Merece destaque o sociólogo Sérgio Amadeu por suas atividades em prol de uma banda larga melhor e para todos, bem como sua incansável luta pela neutralidade da rede.
Muitos foram os políticos presentes no Fórum, esperava-se deles bons resultados. O mesmo pode-se falar da Anatel.
Resta só dizer que o "Movimento Mega Não" pela liberdade na grande rede, a luta pela democracia e a disseminação do conhecimento merece o apoio de toda a sociedade.
Link com relatório de cada trilha:
Previamente publicado em:
Abraços.