Desvendando os filesystems

Aqui vou tentar tirar a dúvida de muitos sobre qual filesystem utilizar, explicando passo a passo como um filesystem trata os arquivos e quais as principais características de cada um dos mais populares usados no Linux.

[ Hits: 52.117 ]

Por: Fabio Maran em 30/10/2007 | Blog: http://movimentolivre.zip.net


Blocos



Quando formatamos um disco, na verdade estamos estabelecendo um filesystem. Nas áreas de dados, blocos são gerados para receber tais dados.

Vou dar em exemplo de um processo que ocorre em uma partição de um HD. Imediatamente depois da formatação de uma partição de HD (criação do filesystem) teremos diversos blocos vazios.

Bom, para melhor entendimento dessa estrutura fiz uma representação para o melhor entendimento de todos, espero que gostem, é simples mas bem objetiva:



Chegam dados para serem armazenados na partição, é um arquivo.

Vamos considerar que o conteúdo desse arquivo seja armazenado no primeiro bloco vazio. No entanto o tamanho do arquivo é maior que o tamanho de um bloco, então serão necessários vários blocos:



Note que o terceiro bloco não foi totalmente preenchido, no entanto concordam que este bloco não poderá receber um arquivo diferente, pois se isso ocorrer teremos uma mistura de arquivos, o que não é muito bom.

É assim que a maioria dos filesystems tratam os arquivos, há uma tendência a não misturar arquivos.

Um novo arquivo chega ao HD, novamente o primeiro bloco disponível irá receber o arquivo, desta vez por ser um arquivo pequeno será necessário apenas um bloco:



Novamente um outro arquivo chega para ser armazenado no HD.

O modo de funcionamento do filesystem preconiza que sempre o primeiro bloco vazio receberá o arquivo. Esse arquivo irá requerer cinco blocos:



Cinco blocos ficaram vazios e dois ficaram pela metade.

Como arquivos diferentes não se misturam em um mesmo bloco, não se pode considerar que há cinco blocos e meio disponíveis. Somente os blocos totalmente vazios poderão receber novos arquivos. Assim teremos cinco blocos disponíveis.

Agora uma consideração importante: a menor quantidade de informações que o sistema operacional consegue acessar em um HD é um bloco. Assim, estão equivocados as pessoas que dizem que existem programas que copiam dados de um HD para outro, por exemplo, byte a byte ou bit a bit.

Página anterior     Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. O que são filesystems
   3. Blocos
   4. Fragmentação de arquivos e espaços
   5. Filesystems "Jornal" ou "Jornaling"
   6. Fileseystems mais comuns / diferença entre Ext3 e o ReiserFS
Outros artigos deste autor

Instalando o KDE 4 no Debian

DansGuardian: Filtrando o acesso a Web

Debian/APT- Alguns cuidados com os repósitorios

Shell script: *, [], {}, ????, como utilizá-los?

Desktop Debian/Ubuntu

Leitura recomendada

Criando um servidor CVS

Clonando HDs via rede com G4U (Ghost for UNIX)

Inserindo o recurso de lixeira no Samba

Implementando quotas de disco no Red Hat

Usando Sistema de Arquivos BTRFS - Subvolumes, Snapshots e Compactação

  
Comentários
[1] Comentário enviado por rafastv em 30/10/2007 - 13:48h

"Assim, estão equivocados as pessoas que dizem que existem programas que copiam dados de um HD para outro, por exemplo, byte a byte ou bit a bit."

Hum, que eu saiba existem diversos programas que realizam este tipo de operação(dd, cmp, etc)...mesmo que enquanto que para os dispositivos de bloco tenhamos um tamanho mínimo de setor a ser acessado, uma vez que o arquivo esteja carregado na memória RAM, o computador não irá copiar bytes ou bits vazios de um setor para o outro disco rígido ou dispositivo de memória, logo a denominação cópia byte a byte ou mesmo bit a bit está correta sob minha perspectiva. Dependendo é claro do programa que estamos utilizando, pois existem programas de espelhamento do disco rígido, mas mesmo assim acredito que estes não copiem os bits ou bytes vazios, apenas o conteúdo dos setores individualmente.

Cordialmente,

[2] Comentário enviado por rafastv em 30/10/2007 - 14:22h

Um artigo interessante que achei sobre desfragmentação no Linux,

http://www.whylinuxisbetter.net/items/defragment/index_br.php

Se você já sabe o que é fragmentação, e tem o costume de desfragmentar o seu disco regularmente, aqui está a versão curta: o Linux não precisa de desfragmentação.

Agora imagine que o seu disco rígido é um armário enorme, com milhões de gavetas (obrigado a Roberto Di Cosmo por essa comparação). Cada gaveta pode guardar uma quantidade fixa de dados. Assim, os arquivos que são maiores do que essas gavetas podem suportar, precisam ser divididos. Alguns arquivos são tão grandes que eles precisam de milhares de gavetas. E claro, acessar esses arquivos é muito mais fácil quando as gavetas que ocupam estão próximas uma das outras no armário.

Agora imagine que você seja o dono desse armário, mas você não tem tempo de cuidar dele, e você quer contratar alguém para tomar conta dele para você. Duas pessoas vêm para o emprego, uma mulher e um homem.

* O homem tem a seguinte estratégia: apenas esvazia as gavetas quando um arquivo é removido, divide qualquer novo arquivo em partes menores, do tamanho de uma gaveta, e aleatoriamente guarda cada parte na primeira gaveta vazia disponível. Quando você menciona que isso torna difícil encontrar todas as partes de um determinado arquivo, a resposta é que uma dúzia de garotos devem ser contratados todo fim de semana para reorganizar as coisas.
* A mulher tem uma técnica diferente: tem anotado, num pedaço de papel, as gavetas vazias contíguas. Quando um novo arquivo chega, ela procura em sua lista por uma sequência suficientemente longa de gavetas vazias, e é onde o arquivo é colocado. Deste modo, contanto que haja atividade suficiente, o armário estará sempre arrumado.

Sem dúvida nenhuma, você deve contratar a mulher (vocês sabem disso, as mulheres são muito mais organizadas :)). Bem, o Windows usa o primeiro método; o Linux usa o segundo. Quanto mais você usa o Windows, mais lento fica o acesso a arquivos; quanto mais você usa o Linux, mais rápido ele fica. A escolha é toda sua!

[3] Comentário enviado por rafastv em 30/10/2007 - 14:24h

Ótimo artigo, só gostaria que houvessem alguns comandos e não fosse apenas teórico :)

[4] Comentário enviado por pop_lamen em 30/10/2007 - 14:36h

Muito BOM! Técnico, objetivo e completo.
Parabéns,

So faltou cobrir um pouco as estruturas de referências, inodes, ponteiros etc...

Mas muito bom!
Abraços!

[5] Comentário enviado por maran em 30/10/2007 - 17:04h

valeu ...

bom é mesmo esqueci essa parte de referências e inodes...

bom sobre não ter comando...
o artigo que montei é para você entender a estrutura como age e qual escolher...não adianta eu por um monte de comandos sendo que o publico alvo do artigo é quem nunca teve contato ocm um fylesystem...
bom uma parte masi pratica viria depois de etender como ele funciona...

Te Mais e valeu a todos pelos comentarios, pois assim estarei sempre melhorando...

[6] Comentário enviado por ederaldo7 em 31/10/2007 - 04:24h

Muito Bom artigo muito objetivo e claro

Parabens
Abraços!!!!

[7] Comentário enviado por brunaocomanda em 31/10/2007 - 08:30h

Bom artigo...
Queria complementar citando uma diferença muito importante entre EXT3 e ReiserFS: O EXT3 faz um jornaling completo, ou seja, ele "loga" além dos metadados do arquivo, o arquivo em si. Assim, em caso de pane, ele é capaz de recuperar todos os dados gravados até o ultimo momento naquele arquivo. Isso o torna mais lento também. Já o ReiseFS, gera informações somente dos metadados do arquivo (localização, tamanho de bloco e etc), não sendo capaz de recuperar o conteúdo do arquivo!

[8] Comentário enviado por calaff2 em 31/10/2007 - 10:08h

muito bom esse artigo :) Parabens !!

[9] Comentário enviado por tenchi em 31/10/2007 - 13:07h

Legal o artigo. Bom mesmo.
Mas só achei estranho você sempre falar filesystem.
Não é querendo ser patriota, mas esta palavra tem uma boa tradução pata pt_BR: sistema de arquivos, ora bolas! hauahua

Já mandei para favoritos.

[10] Comentário enviado por maran em 31/10/2007 - 21:09h

verdade ne poderia ter sido mais patriota kkkkkkk

valeu te mais

[11] Comentário enviado por adrianoturbo em 01/11/2007 - 08:28h

Muito legal o artigo sobre sistemas de arquivos,só quero acrescentar que agora a Distribuição Linux Ubuntu pode ser instalada no sistema de arquivos NTFS que já um grande avanço .
No mais parabéns pelo artigo técnico.

[12] Comentário enviado por maran em 01/11/2007 - 14:27h

avanço acho isso a decadencia, sistemas de arquivos NTFS FAT , sao piores que Ext2...


[13] Comentário enviado por vodooo em 26/06/2008 - 10:44h

Ae rafastv, adorei essa sua comparação cara! rsrsrs

Simplesmente perfeita, assim como as mulheres, ops, o Linux! rsrs

Abração

[14] Comentário enviado por xerlok homer em 01/03/2009 - 16:09h

Gostei do armário, realmente as mulheres são mais organizadas
falo isso por experiência própria, se vcs olharem meu guarda roupas vão perceber isso

tópico muito bom, simples e direto, não seria mais direto nem se cuspissem ma minha cara =)


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts