Aqui vou tentar tirar a dúvida de muitos sobre qual filesystem utilizar, explicando passo a passo como um filesystem trata os arquivos e quais as principais características de cada um dos mais populares usados no Linux.
Vou falar primeiro sobre o Ext2, JFS, XFS e darei ênfase para Ext3 e o ReiserFS, que são os filesystems mais utilizados atualmente.
Ext2: Foi desenvolvido por Rémy Card, atualmente não há mais vantagens em usá-lo. Não é jornalado.
XFS e JFS: O XFS e o JFS são filesystems desenvolvidos a partir de produtos proprietários. Não são tão difundidos no mundo GNU/Linux quanto o Ext3 e o ReiserFS. O GRUB por exemplo não funcionará caso esteja em uma partição do tipo XFS.
Diferenças entre Ext3 e o ReiserFS
Na atualidade são os dois filesystems mais utilizados sem dúvida. A primeira grande diferença entre eles é a velocidade. O ReiserFS é mais rápido na maioria das operações.
O Ext3 utiliza blocos de 1024, 2048 ou 4096 bytes cada, dependendo de como foi a criação do filesystem.
Já o ReiserFS utiliza blocos de 512 a 8192 bytes, sendo que o default e 4096. Ele também possui um recurso chamado tail packing, esse recurso atua dentro da árvore de controle os arquivos menores do que o tamanho de um bloco e os bytes finais de arquivos que não conseguiram preencher o último bloco por completo. Isso gera ganho de espaço em disco. Mas como nada é perfeito, com isso teremos perda de performance e fragmentação de arquivos.
OBS: A opção notail dentro do arquivo /etc/fstab impede que o ReiserFS utilize o tail packing. ^^
Bom, o ReiserFS é melhor com arquivos menores e o Ext3 com arquivos maiores.
[1] Comentário enviado por rafastv em 30/10/2007 - 13:48h
"Assim, estão equivocados as pessoas que dizem que existem programas que copiam dados de um HD para outro, por exemplo, byte a byte ou bit a bit."
Hum, que eu saiba existem diversos programas que realizam este tipo de operação(dd, cmp, etc)...mesmo que enquanto que para os dispositivos de bloco tenhamos um tamanho mínimo de setor a ser acessado, uma vez que o arquivo esteja carregado na memória RAM, o computador não irá copiar bytes ou bits vazios de um setor para o outro disco rígido ou dispositivo de memória, logo a denominação cópia byte a byte ou mesmo bit a bit está correta sob minha perspectiva. Dependendo é claro do programa que estamos utilizando, pois existem programas de espelhamento do disco rígido, mas mesmo assim acredito que estes não copiem os bits ou bytes vazios, apenas o conteúdo dos setores individualmente.
Se você já sabe o que é fragmentação, e tem o costume de desfragmentar o seu disco regularmente, aqui está a versão curta: o Linux não precisa de desfragmentação.
Agora imagine que o seu disco rígido é um armário enorme, com milhões de gavetas (obrigado a Roberto Di Cosmo por essa comparação). Cada gaveta pode guardar uma quantidade fixa de dados. Assim, os arquivos que são maiores do que essas gavetas podem suportar, precisam ser divididos. Alguns arquivos são tão grandes que eles precisam de milhares de gavetas. E claro, acessar esses arquivos é muito mais fácil quando as gavetas que ocupam estão próximas uma das outras no armário.
Agora imagine que você seja o dono desse armário, mas você não tem tempo de cuidar dele, e você quer contratar alguém para tomar conta dele para você. Duas pessoas vêm para o emprego, uma mulher e um homem.
* O homem tem a seguinte estratégia: apenas esvazia as gavetas quando um arquivo é removido, divide qualquer novo arquivo em partes menores, do tamanho de uma gaveta, e aleatoriamente guarda cada parte na primeira gaveta vazia disponível. Quando você menciona que isso torna difícil encontrar todas as partes de um determinado arquivo, a resposta é que uma dúzia de garotos devem ser contratados todo fim de semana para reorganizar as coisas.
* A mulher tem uma técnica diferente: tem anotado, num pedaço de papel, as gavetas vazias contíguas. Quando um novo arquivo chega, ela procura em sua lista por uma sequência suficientemente longa de gavetas vazias, e é onde o arquivo é colocado. Deste modo, contanto que haja atividade suficiente, o armário estará sempre arrumado.
Sem dúvida nenhuma, você deve contratar a mulher (vocês sabem disso, as mulheres são muito mais organizadas :)). Bem, o Windows usa o primeiro método; o Linux usa o segundo. Quanto mais você usa o Windows, mais lento fica o acesso a arquivos; quanto mais você usa o Linux, mais rápido ele fica. A escolha é toda sua!
[5] Comentário enviado por maran em 30/10/2007 - 17:04h
valeu ...
bom é mesmo esqueci essa parte de referências e inodes...
bom sobre não ter comando...
o artigo que montei é para você entender a estrutura como age e qual escolher...não adianta eu por um monte de comandos sendo que o publico alvo do artigo é quem nunca teve contato ocm um fylesystem...
bom uma parte masi pratica viria depois de etender como ele funciona...
Te Mais e valeu a todos pelos comentarios, pois assim estarei sempre melhorando...
[7] Comentário enviado por brunaocomanda em 31/10/2007 - 08:30h
Bom artigo...
Queria complementar citando uma diferença muito importante entre EXT3 e ReiserFS: O EXT3 faz um jornaling completo, ou seja, ele "loga" além dos metadados do arquivo, o arquivo em si. Assim, em caso de pane, ele é capaz de recuperar todos os dados gravados até o ultimo momento naquele arquivo. Isso o torna mais lento também. Já o ReiseFS, gera informações somente dos metadados do arquivo (localização, tamanho de bloco e etc), não sendo capaz de recuperar o conteúdo do arquivo!
[9] Comentário enviado por tenchi em 31/10/2007 - 13:07h
Legal o artigo. Bom mesmo.
Mas só achei estranho você sempre falar filesystem.
Não é querendo ser patriota, mas esta palavra tem uma boa tradução pata pt_BR: sistema de arquivos, ora bolas! hauahua
[11] Comentário enviado por adrianoturbo em 01/11/2007 - 08:28h
Muito legal o artigo sobre sistemas de arquivos,só quero acrescentar que agora a Distribuição Linux Ubuntu pode ser instalada no sistema de arquivos NTFS que já um grande avanço .
No mais parabéns pelo artigo técnico.