Um dos aspectos que mais depõem contra a GNU/Linux é a existência de distros de qualidade duvidosa, que geralmente acompanham micros "de loja". Dessa forma o usuário, ao ter notícia de que o micro "vem com Linux", já começa a torcer o nariz. Nós que sabemos das inúmeras qualidades do "S.O. do pinguim" temos uma opinião totalmente diferente. Mas por que isso acontece?
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Por: Sergio Teixeira - Linux User # 499126 em 26/01/2010
Todos aqui sabemos que uma distribuição GNU/Linux (chamada simplesmente de "distro") é basicamente composta de um núcleo chamado kernel e mais os aplicativos (programas), seguidos de tudo quanto seja necessário para que funcionem ou seja, as bibliotecas, addons, e/ou plugins.
O que diferencia uma distro da outra, considerando-se a mesma versão do kernel, é o repertório de aplicativos que vem com cada uma delas. Em tese, portanto, não deveriam existir distros de qualidade inferior, mas apenas diferenciadas basicamente por seus repositórios, que são aquele repertório citado anteriormente.
Acontece que as distros vão ficando desatualizadas em virtude dos avanços tecnológicos, além do que existem algumas distros cujos repositórios são mal resolvidos mesmo. Para um usuário experiente, é relativamente fácil atualizar uma distro. Mas repositórios mal resolvidos são um problema crônico.
Jeito de resolver até que tem, mas isso exige muito trabalho e dedicação além de um certo conhecimento de causa. Para um técnico de TI que é TÉCNICO DE TI (e não um "técnico de TI") isso não deveria ser empecilho algum, porém o usuário leigo quer praticidade, que que tudo funcione bem, e sem complicações (afinal, quem não quer?).
E se existe a opção de o fabricante apresentar o melhor conjunto pelo mesmo preço, então por que não fazê-lo?
Mau testemunho
As distros "meia-boca" dão um péssimo testemunho do que seja realmente "o Linux". Por essa razão, ao invés de cativarem novos adeptos, reforçam os argumentos dos contenciosos que combatem a ferro e fogo não somente a GNU/Linux, mas também o software livre.
É bastante conhecido o fenômeno de as lojas venderem o micro "com Linux" e já oferecerem oficiosamente ao comprador a condição ("jeitinho brasileiro") de instalar um "Windows piratão". Para isso já tem um "técnico" no esquema, que cobra cerca de 60 Reais pelo "serviço"... Mas na verdade existem (poucos) fabricantes de PCs cujas distros são excelentes.
Mesmo assim, esse tal "jeitinho brasileiro" ainda impera. Portanto não importa se a distro é excelente ou não, boa parte dos usuários será instruída pelos vendedores, pelos "técnicos", pelos "amigos-que-entendem-tudo-de-computador" etc a aderir à pirataria.
Simples assim. O esquema já existe, rende para bolsos certos o dinheiro dos incautos, e pronto. E contra esquemas já armados, é difícil argumentar.
O usuário teria de ter ele mesmo a iniciativa de experimentar para somente então ter sua opinião formada: ou aprova, ou não aprova. Nessas circunstâncias, com conhecimento de causa, o usuário poderia dizer com todas as letras "NÃO GOSTEI!...".
Porém, quando o usuário tem conhecimento de causa, a tendência natural é aderir - pelo menos parcialmente - a GNU/Linux. O conhecimento traz em si um poder, e o poder uma responsabilidade.
[1] Comentário enviado por cristianokittie em 26/01/2010 - 05:05h
Muito bom artigo, sempre incentivei o pessoal da minha região a usar Linux já falei com umas 15 pessoas mas só consegui convencer 1 a usar em dual-boot, não sei se já é bom ou se to fraco ainda mais o importante é que já consegui 1, e é uma linda garota ¬¬ hehehe
[2] Comentário enviado por albfneto em 26/01/2010 - 07:58h
E muito bom, novamente, Teixeira, excelente artigo, excelente contribuicao.
Um comentario que quero fazer
Estou sempre em contacto com a galera do Forum Italiano SabayonMania...
`Irônico saber que em Portugal se fala mais do nosso Kurumin do que nós da Caixa Mágica, que na Itália se fale mais de Big Linux ou DreamLinux que nós do Sabayon. `
E curioso que eles conhecem as Distros brasileiras sim, mas tambem dizem que o Brasil e o Paraiso do Software Livre, dizem que nos usamos mais Linux que os Europeus, em porcentagem, que nos temos 3 % dos desktops linux, eo Mundo tem uma media de 1 %
Duvido um pouco dessas porcentagens, pois tenho visto um aumento estrondoso de Linux, de home-pages de Linux, etc...
a alguns anos, uma loja que vendesse um micro com Linux, nao o venderia!
esta caindo aquela visao que Linux e complicadissimo, e so para Nerds e para Hackers!
Veja Eu, nao sou profissional de TI, sou Quimico, mas uso Linux e estou aprendendo Linux! Comecei com Kurumin, um pouco, agora uso qualquer Distro, inclusive Gentoo, e o Gentoo nao e considerado facil, pelo contrario. Entretanto, nao sei escrever uma linha de codigo!
Nao e dificil usar e aprender Linux, e so gostar! Windows tambem! Quem mexeu com DOS, e sei que vc, Teixeira mexeu, sabe que Windows tambem tem comandos, e os comandos de Windows nao sao faceis, soa tao dificeis quanto os de Linux, ate mais dificeis
Acho que em breve, Linux sera como o windows... o Touchscreen esta chegando ao windows seven, logo chegara no linux e ai, meu amigo, para o usuario final, sera so tocar a tela!
Porisso a Microsoft esta preucupada com Linux e com o Google OS!
Quem vai usar um SO pago, caro e pesado, se pode fazer a mesma coisa com SO gratuito, leve e rapido?
Usuario final nao precisa `aprender`Linux, `aprender` Windows, so se ele quiser! ele precisa sim, usar windows e linux, usar o micro.
as distros meia-boca, ou elas se adaptam ao hardware e a configuracao automatica, ou nao vao funcionar bem e acabarao por desaparecer.
Desculpe pela acentuacao. estou atualizando o sistema e estou usando um Fluxbox pelado e muito rapido, mas o teclado nao esta configurado.
[3] Comentário enviado por nicolo em 26/01/2010 - 08:38h
Vendedor que não conhece o que vende é padrão nacional. Quando entrarmos no Renascimento as coisas melhorarão.
O Windows está cronologicamente a frente do Linux e ganhou popularidade na pírataria. Por ser o primeiro a ganhar popularidade tornou-se padrão e referência assim como Gilette é sinônimo de lâmina de barbear. O lInux vem correndo atrás. Em 2002 quando foi lançado o XP o Linux não tinha maturidader para entrar na raia de igual para igual. (Vão me xingar de novo, mas haja kamikaze para configurar RAMDAC e outros palavrões)
A tendência de virar o jogo pode ocorrer porque a Microsoft anda meio parada no tempo. Ela não consegue mais superar (em vendas) a sua criatura, o XP que vai fazer oito aninhos, um milênio em informática.
O hardware está se tornando mais padrão. A floresta de drivers vai ficar próxima de oasis. Isso favorece o Linux que não possui grande apoio dos fabricantes.
O tal touch screen é uma novidade de hardware, não de software, É o tipo da coisa que vai pegar lentamente , como os discos SATA.
Ainda vai demorar muito tempo para os fabricantes criarem coragem e abandonarem o padrão Windows, até porque a MS vende os OEM bem mais em conta, para garantir sua mega fatia de mercado. Padrões trazem segurança à manada.
[4] Comentário enviado por joaopolo em 26/01/2010 - 09:26h
Olá!
Vejo essa questão linux/windows um pouco distante do usuário final (como o colega albfneto falou acima)...
porém, quando se trata de instalar (eu) para o usuário final (minha esposa) prefiro o linux com certeza, pois sei que estou deixando pra ela um ambiente estável e seguro, que não fica solicitando que ela instale coisas o tempo todo.
percebo que o usuário final tem um pouco de trauma de instalar coisas... então, quando estão no win, acabam ou não fazendo (não instalando nada, nem antivirus), ou fazendo em excesso (instalando até coisas do tipo "fotodoseumarido.exe").
creio que com a padronização crescente de hardware o linux vai crescer muito... mas entendo que "linux de loja" na maioria das vezes não está preparado mesmo para o usuário final.
[8] Comentário enviado por jrmessi@gmail.co em 26/01/2010 - 12:21h
Eu acho que (eu disse acho??) a adoção de distros "meia-boca" é parte da estratégia de desqualificar o sistema Linux. Outro dia, na escola onde trabalho, apareceu um computador que usa uma das distros do Linux. Como já uso o Ubuntu há anos, fui ver a tal distro e fiquei assustado pela péssima qualidade do mesmo (comparado com o Ubuntu 9.10)
além do visual tosco. Resultado: no outro dia apareceu o "técnico" e "plantou" o vista no desktop, apesar de eu ter conjecturado que existia distribuições Linux muito mais atraentes e funcionais.
[9] Comentário enviado por albfneto em 26/01/2010 - 15:03h
não sei se é estratégia ou não, mas que algumas distros não são bonitas, não são...
mas em compensação, Mandriva, OpenSUSE, Mint, Succi, Elive, GNewSense, Hymera, DreamLinux e Sabayon eu acho até mais bonitas que os Windows, inclusive o seven.
[10] Comentário enviado por thereverend em 26/01/2010 - 15:39h
Ótimo artigo, parabéns!
Realmente linux deixou de ser o SO complicadíssimo. Um usuario windows-only que cai de para-quédas no pinguim acostuma-se com ele (se quiser) sem muito esforço.
[11] Comentário enviado por thiagofanfoni em 26/01/2010 - 20:39h
Olha Teixeira , serei bem sincero ...
Apesar de acomphar o VoL quase que diariamente , eu não sou de ficar comentando em artigos , porém , você realmente está de parabéns !!!
Sou usuário do Debian dês de 2003 e do Gentoo dês de 2007 , estou brincando com o Funtoo agora (não é muito diferente do Gentoo) ... tenho instalado o Debian e o Ubuntu em máquinas de amigos (técnicos e não técnicos) , tenho o costume de preparar todo o sistema com ferramentas que eu acho que essas pessoas utilizariam e costumo colocar tarefas no cron para a atualização periódica dos mesmos...
Infelizmente, o que você diz ocorre bastante, inclusive em faculdades, tenho colegas que tem aversão a qualquer coisa não-microsoft , e eu acho isso muito triste. Apesar de eu usar única e exclusivamente GNU/Linux em meus computadores , eu gosto de mexer com o Windows Server para brincar com interoperabilidade entre sistemas ...
Acredito que certas opiniões sobre os sistemas GNU/Linux mudarão bastante nos próximos 10 anos ...
Já instalei sistemas GNU/Linux para usuários leigos rodando KDE e quando me diziam que o "Windows" estava diferente , eu afirmava que era um "Windows Corporativo" , por isso era diferente ... tem gente que está usando o sistema a tempos e acredita nisso até hoje, e nunca veio reclamar comigo ..rs...
Obviamente ocorrem alguns problemas nestes sistemas de vez em quando , mas nada que uma conexão SSH não resolva ..rs..
Apesar de tudo , estou escrevendo este comentário em uma máquina de um amigo que estava dando problema e ela está rodando Windows XP SP3 com IE8 , não sou preconceituoso e obviamente que essa máquina vai sair daqui com um Dual Boot ..rs...
[14] Comentário enviado por Teixeira em 27/01/2010 - 03:03h
Agradeço pelos comentários dos colegas.
Hoje em dia podemos contar com distros de excelente qualidade, seja em beleza, em reconhecimento de hardware, leveza e facilidade de instalação..
Não é mais necessário ser um gênio para ter GNU/Linux rodando redondinho em seu desktop (o Stefan Talpalaru ainda anuncia o seu BlueFlops como uma distro para "quem tem um QI de 3 dígitos").
Depois que comecei a "mexer com linux" não parei mais.
O que realmente se estranha é que qualquer novato consegue distros muito melhores que aquelas que vem acompanhando "certos" PCs.
Então realmente vem a idéia de uma "teoria da conspiração", uma "sabotagem mansa"; Parece que alguém deseja realmente "queimar o filme do linux".
Ou que esses fabricantes não estão muito preocupados sequer com o sucesso de seus próprios produtos.
Se não é isso que acontece, pelo menos é o que parece.
Quanto às tais estatísticas, realmente fica difícil saber, pois mesmo sem "inventar" números, os critérios de amostragem serão diferentes.
O certo é que o Brasil é um país muito populoso e que tem produzido muito mais distros GNU/Linux bem sucedidas que outros países.
O Kurumin lá fora continua a fazer sucesso, embora aqui esteja descontinuado.
E já temos distro nacional totalmente no idioma Inglês, com site em Inglês, forum em Inglês, etc. ...
Parece que brasileiro tem vergonha ou raiva de ser brasileiro. Isso é um fenômeno que iniciou-se na década de 60 e parece que ainda não teve solução.
Havia um conjunto musical chamado "Light Reflections" que cantava em inglês (lembram do "Tell me once again"?). Pois é. Eles estavam fazendo um sucesso tremendo, fazendo shows fora do país e tudo mais. Até que foram apresentados pelo Flavio Cavalcanti como um "conjunto nacional".
Já era!...
[15] Comentário enviado por killerbean em 27/01/2010 - 03:04h
Acho que se colocarmos um distro onde funciona tudo, digo tudo mesmo. Se coloca um dvd, roda. Clicar em avi,mp3, mp4, divx, roda. nao importa o programa, sendo que rode. E se tiver uma 'cara' que o usuario se identifique, ele não mudará nunca, afinal ele nao vai querer trocar um ambiente q funciona tudo o que ele precisa.
[16] Comentário enviado por jbribas em 27/01/2010 - 10:54h
Nossa, adorei o artigo e tenho que concordar quando se compra computador com linux vem umas distros que nunca se ouviu falar e ruim trava toda hora, dai o usuário comum pega raiva mesmo, e o que falta é comunicação..
[17] Comentário enviado por hebaja em 27/01/2010 - 10:59h
killerbean
Já existem distros que fazem isso, como a distro brasileira Big Linux e o dvd do Ubuntu customizado que pode ser baixado aqui: http://www.linuxnopc.com.br/lpc/
[18] Comentário enviado por ednilton_so em 27/01/2010 - 13:31h
Olá,
Para mim parece evidente que as empresas estão adotando uma estratégia que, pra elas, traz duas vantagens. Quando elas vendem um computador com um distribuição de Linux do seu João feito no fundo do seu quintal elas diminuem o preço do equipamento e ajudam a difamar o Linux. A verdade é que elas querem promover o Windows mas vendendo o mais barato possível.
Eu sei disso porque comprei um laptop da Semp Toshiba com o Insigne Momentum que veio com uma placa de wireless da (maldita) Realtek. Aí instalei o openSUSE e nada de rede sem fio. Ubuntu 9.04 com rede sem fio instável. Entrei com uma reclamação no site do Reclame Aqui (http://www.reclameaqui.com.br/) e o pessoal da Semp Toshiba teve a cara de pau de dizer que o laptop só tinha sido homologado com o Insigne. Se eu quisesse usar um sistema de 64 bits, só tava homologado o Windows. Vê se pode!!!
Outra forma de ver isso é que você encontra alguns computadores para vender com distribuições respeitadas. Um exemplo disso foi um laptop Acer que eu vi aqui perto de casa com o Ubuntu 9.04 instalado. Fique tão maravilhado que só não comprei por causa da grana (ah maldita pobreza que me persegue!). Também já comprei um computador Firstline com o Mandriva instalado. Como não sou fã do Mandriva coloquei o openSUSE, depois o Debian e depois o Ubuntu nesse PC e tudo rodou as mil maravilhas. Então, isso prova que alguns fabricantes não usam distribuições mais respeitadas porque simplesmente não querem.
E quanto aos vendedores? Tá de piada! É impossível encontrar algum que saiba alguma coisa, não importa o que você vá comprar. No caso desse laptop que eu vi com o Ubuntu, eu estava indo à loja (chamada Computer Store) pra perguntar o preço de um HD, aí vi a área de trabalho do Jaunty, mas passei direto para ver o HD. Quando voltei o laptop estava em espera com a tela preta e vários do lado dele, então não o reconheci qual tinha visto. Uma vendedora chegou perto de mim e educadamente perguntou:
- O que o Sr. deseja?
E eu: - Eu juro que vi um laptop com o Ubuntu aqui. Você pode me dizer qual é?
- Com o quê?!
- Ubuntu!
Ela olhou pra mim como se eu estivesse maluco ou falando outra língua. Deu meia volta e saiu perto de mim. kkkkkkkkkk
Bem, beleza de artigo. Só faltou falar explicitamente o nome dos dois fabricantes de chipsets que odiamos. rsrsrs
[20] Comentário enviado por Lúnix:) em 28/01/2010 - 01:10h
Como vai Teixeira Tudo Bem?
Parabéns pelo artigo e concordo em gênero, número e grau com os argumentos apresentados. Possuo um notebook com memória e espaço em HD satisfatório, mas com aquele chipset malfadado e nada colaborativo da Sis, que adquiri por um preço convidativo e que veio com o Linux cujo nome é Satux Linux. Uma aberração na minha opinião! Um desserviço à comunidade do software livre e que depõe contra o GNU/Linux por ser uma tentativa de lograr o consumidor, induzindo-o a pensar que esta levando algo parecido e que aparentemente funciona como o Windows. Até o usuário tentar instalar algum programa feito para a plataforma do Bill. Ao invés de conscientizar e esclarecer ao usuário que “Linux é Linux e Windows é Windows” a fama deita e faz a cama. E mais pessoas falando que o Linux é uma “mercadoria” como eu tive que ouvir de um amigo que ligou para mim ontem perguntando como instalar o Windows 7 no seu note e detalhe pirata. No Campus Party 2010, há quem diga que a supremacia Windows reinou absoluta e que só 12% usavam Ubuntu ou algum fork dele. Se isso for verdade, com absoluta certeza é reflexo dessas distros meia-boca, embora o que vi pela mídia eram aficionados por gamers apresentando suas máquinas potentes e seus jogos. É muito difícil mudar a mentalidade das pessoas e seus preconceitos, ainda mais num campo desconhecido e uma mídia anti-Linux, é essa impressão que tenho, por que cargas d'água fazem isso eu não sei. Comecei pelo kurumin que me surpreendeu, depois da descontinuidade, fui para o Big Linux que é uma excelente distro de muito bom gosto. E agora uso o Ubuntu, todos descendentes do Debian. Agora imagine se essas máquinas viessem com Ubuntu, a imagem do Linux seria outra. Mas um dia quem sabe o pinguim chega lá, já quebrou tantas barreiras. Acho que é só uma questão de tempo!
[21] Comentário enviado por Teixeira em 28/01/2010 - 01:20h
Temos de considerar que os laptops são máquinas fora do padrão, são diferentes dos desktops, e os fabricantes adotam soluções proprietárias.
Então na maioria das vezes o melhor sistema operacional para aquele desktop será exatamente o que a fábrica instalou (por isso eles falam em "homologação").
Tudo de acordo com o "princípio científico" de que o corcunda sabe como se deita...
Em alguns casos o usuário consegue instalar alguma outra distro que funciona, e quando isso acontece, é uma felicidade só.
Alguns PCs ditos populares ("engana-Lula") vêm com um hardware pessississíssimo, e nada adianta deixar-o-linux ou tirar-o-linux: Estão prestes a pifar a qualquer momento.
São motherboards com BIOS bugadas, fontes genéricas, memórias genéricas, periféricos "de segunda seleção" (ou provenientes do mercado cinza) e outras picaretagens, digo, "recursos técnico-econômicos de gestão globalizada com vistas à inclusão digital" (com essa definição , até eu mesmo fiquei de queixo caído: Acho que já posso trabalhar em uma certa empresa de Washington...)
E quanto aos vendedores, seja de que ramo forem, teriam de ter um mínimo de conhecimento sobre o produto que estão comercializando.
Tenho um compadre que vendia vinhos alemães e, muito embora ele se restringisse a falar pouco e a fechar negócios o mais rápido possível (eram vinhos muito caros), contudo ele sabia TUDO sobre as uvas, as famílias dos produtores, de que margem do Reno são os vinhedos de cada família e quais as características que diferenciam as uvas de um lado e de outro daquele rio.
E muito embora não falasse alemão, ele sabia pronunciar razoavelmente bem os nomes dos produtos e de tudo aquilo que estivesse relacionado com os produtos que ele vendia.
Ele agora, já aposentado, diverte-se como free lancer vendendo... livros!
Realmente há uma diferença enorme quando se compra um PC em loja de departamentos ou em shopping de informática. Mesmo assim, falta o conhecimento referente aos produtos "open source", ninguém sabe o que é compatível com que, nem ao menos se "funciona com linux".
Se isso para nós já é um grande incômodo, para um usuário de primeira viagem é um transtorno tamanho gigante.
[22] Comentário enviado por stremer em 28/01/2010 - 19:03h
Não necessariamente um produto precisa ser "somente hardware" para funcionar no linux... ele pode também ser software dependants, afinal, simplificar o hardware e complicar o software é o que aumenta o custo do projeto mas diminui o custo de produção de cada peça, barateando os equipamentos. Por isso que hoje uma impressora custa quase o mesmo preço de um cartucho. O que precisa é ter drivers com esta inteligência e a padronização é que acaba praticamente resolvendo este problema. Senão acabamos tendo aqueles equipamentos que dependem até de aplicativos feitos em Visual Basic para funcionar.
Uma coisa boa das distros "meia-boca" no caso da venda com computadores novos é que é exigido que se tenha o tal suporte e isso envolve dinheiro... independente dos "esquemas" esse dinheiro não vai para fora do pais...fica aqui dentro... mesmo que seja na mão de um empresário picareta...
Se tivesse uma distro brasileira com a qualidade de um Ubuntu, Red Hat, Suse, etc, a história seria completamente diferente... simplesmente vender com o Ubuntu, se for precisar de suporte (se seguir a lei a risco para ter as isenções), o dinheiro terá que ser mandado para fora, mesmo que abrisse uma filial da canonical (não sei se existe) no brasil.
Talves devesse haver tal incentivo para a venda sem sistema operacional... Liberdade de escolha para quem compra... o problema que as vezes sem sistema sai mais caro do que com a distro meia boca que ainda por cima queima o filme do linux!
[23] Comentário enviado por Teixeira em 30/01/2010 - 18:06h
Concordo contigo, Stremer.
Acho que vale tudo para diminuir custos, inclusive fazer produtos "software dependants".
Apenas que para rodar no Linux esse software deveria ser direcionado ao conjunto hardware/bios e não ao sistema operacional em si.
Existe diferença entre ser "hardware oriented" e "just Windows oriented".
Quando à qualidade, alguns desenvolvedores nacionais (entre os quais incluo o Famelix, originário de Debian e Knoppix, da mesma forma que o Ubuntu) que têm distros customizadas bastante razoáveis (para não dizer com todas as letras que são EXCELENTES).
Tenho sempre em mente que a grande maioria das distros GNU/linux vem sob licença GPL.
Portanto, não precisamos necessariamente mandar divisas para fora do país, porque o fabricante do hardware faria apenas um patrocínio às equipes de desenvolvimento, o qual teria um custo relativamente baixo e mesmo assim seria interessante para a turma que se dedica ao software.
Distros com a qualidade do Ubuntu existem, sim. Algumas são até mesmo BASEADAS nele, que afinal é baseado em Knoppix, baseado em Debian.
[26] Comentário enviado por Vitor Mangra em 30/07/2011 - 18:40h
Apesar de concordar com tudo que o Teixeira disse, acho que o mundo é um lugar mais, digamos, lucrativo para os "técnicos" graças ao Windows.
Se não houvesse o Windows, eu perderia instantaneamente 90% dos meus clientes que vêm aqui com um "computador que deu pau".
Graças às distros "meia boca", os usuários são meio que ludibriados a optar por uma versão pirata da Microsoft e assim, tornam-se clientes frequentes da minha lojinha.
Eu não vejo problema com distribuição sem-vergonha. Pelo contrário. Acho que Linux é Linux e ponto. Se o cara tem um pouco de interesse, pode personalizar a sua distro meia boca e deixá-la tinindo. Essa é a grande sacada do Linux.
A única coisa que eu ODEIO em uma distribuição são aquelas que tentam imitar Windows ou Mac. Isso aí, pra mim, não tem muito sentido. E é bastante odioso.
[27] Comentário enviado por Teixeira em 30/07/2011 - 22:41h
É verdade, Vitor.
Se não fosse o Windows, muitos de nossos "técnicos de hardware" ficariam à míngua e teriam forçosamente de mudar de profissão.
Mas continuo sendo contra as tais distros meia-boca.
Ou se faz direito, ou simplesmente não se faz.
Linux é muito facil de customizar, mudar um fundo de tela, dar um ajuste daqui, um botãozinho ali, e sair por aí dizendo que temos uma "nova" distro...
Então eu sairia por aí anunciando o meu "Teixeirix", você o seu "Mangrix", tudo isso baseado em um kernel do tempo dos dinossauros.
Brincadeiras à parte, é mais ou menos isso que acontece na prática.
[28] Comentário enviado por removido em 22/10/2011 - 16:30h
Olá, Teixeira, um ótimo artigo. O pior é você chegar numa loja, e quando for perguntar sobre linux, o vendedor já diz:
"- Linux é difícil."
E se procura o técnico, na maioria das vezes só se encontra o Técnico de Windows que só sabe instalar windows, mexer com windows, que nada sabe de Linux, e têm a cara de pau de falar que Linux é difícil, complicado, entre outras coisas.
Mas o pior não é isso. O pior é que em muitos cursos de manutenção e montagem de computadores, adivinha qual o Sistema Operacioal que ensinam a instalarem? Se você respondeu Windows acertou. Já se formam sabendo instalar somente windows.
O jeito é irmos divulgando o linux de todas às formas possíveis, inclusive através das redes sociais. No orkut têm a ferramenta Promova. Creio que a Comunidade Linux deve usar tal ferramenta para promover o Linux no Orkut. Se cada usuário Linux fizer isso, pode a curto prazo parecer não estar tendo efeito algum, mas a longo prazo colheremos os frutos desse tipo de iniciativa.