Olá a todos! Esse é meu primeiro tutorial, pelo menos aqui no VOL.
Gostaria de iniciar com exemplos práticos de tabelas de partições, sem me aprofundar muito em questões teóricas. Até porque a galera que usa o sistema
GNU/Linux praticamente esgotou o assunto.
De qualquer forma segue ao final, a título de ilustrar melhor o tópico, uma breve descrição de alguns dos tipos de diretórios e suas principais atribuições, e o por quê escolhi criar partições específicas para estes diretórios, e não outros.
Lembrando que o tamanho das partições é escolha pessoal de acordo com o uso que cada um faz do sistema. Os modelos a seguir foram utilizados em três distribuições diferentes (
Slackware,
Debian e
BackTrack), com três tamanhos de discos mais usuais existentes em máquinas "mais modestas", com 2.0 GB de RAM.
Lembrando que os valores (tamanho do disco) considerados pelo sistema nem sempre serão demonstrados. Para chegar a um valor padrão, basta uma conta simples fazendo uso de regra de três, na maioria das vezes o valor demonstrado no momento da instalação é padrão (160GB, 200GB, 320GB...). Como ocorre, por exemplo no
Ubuntu, e o sistema se encarrega de interpretar o valor real.
Em todo caso, na maioria dos sistemas a divisão é clara.
Obs.: O valor considerado pelo sistema é bastante relativo e varia dentre as distribuições e até mesmo dentre os fabricantes do disco escolhido. Logicamente, em caso de dual-boot, as dimensões escolhidas seriam outras.
Em minha opinião, fica mais fácil criar partições utilizando valores múltiplos de cinco (05/10/20/25/30/35...); ainda existe a possibilidade de criação de uma partição específica para backup, não fiz essa opção na construção da tabela porque uso um HD externo para este fim.
Como já disse antes, em se tratando do tamanho e tipo, a escolha é pessoal e vai depender das necessidades e usos de cada um. Por exemplo, apesar do que possa parecer,
/root e
/home são partições opcionais.
O último exemplo, utilizando um disco de 250 GB:
Algumas considerações
/var: A partição para o diretório
/var não é aconselhável, a não ser no caso de um servidor. Esta partição é especifica para o conteúdo dinâmico do sistema.
Ex.: fila de impressão, e-mail, log etc.
* CUIDADO! Quando se trata de gerenciamento de processos, um tamanho mal calculado poderá sobrecarregar o diretório, acarretando manutenção e por consequência, indisponibilidade do sistema.
/root: O diretório
/root é semelhante ao diretório
/home, porém, (no exemplo) seria utilizado para armazenar apenas arquivos pessoais, profiles e configurações específicas do administrador do sistema. Apesar de opcional, mantê-lo é sempre uma boa escolha, pois os arquivos do superusuário estarão sempre separados dos arquivos pertencentes a usuários comuns.
/boot: O diretório
/boot, acredito que seja do conhecimento de quase todos, contém informações essenciais à inicialização básica do sistema. O gerenciador de inicialização
GRUB armazena seu arquivo de configuração dentro da estrutura deste diretório (subdiretório grub).
Já o gerenciador
LILO, devido à limitação de hardware em alguns micros i328, necessita de uma alocação do
/boot em partição separada, preferencialmente entre os primeiros 1024 cilindros do dispositivo de boot primário. É interessante mantê-la no início da tabela, teremos como resultado, tecnicamente, mais agilidade no boot.
* Importante: Lembre-se de classificá-la como
bootável no momento da criação da tabela.
Antes que alguém pergunte: Por que do espaço "diferenciado" para o diretório /usr? Ora, este diretório mantém a segunda maior árvore de estruturas de subdiretórios do sistema, contém praticamente uma segunda árvore de diretórios inteira, independente da primeira. Seus subdiretórios (bin, include, lib, local, sbin, share, src) organizam informações, como dados de programas, comandos e serviços.
* Atenção: Não confundir! Apesar de alguns destes diretórios supracitados já existirem dentro da raiz (/), estes são completamente diferentes, pois o conteúdo do diretório
/usr (com exceção de
/usr/local), poderá ser compartilhado, pois não é essencial à inicialização básica do sistema.
Para quem trabalha com desenvolvimento Web, que é o meu caso, e utiliza uma infinidade de programas e aplicativos, é prudente manter um espaço razoável para este diretório.
/tmp: O diretório
/tmp funciona como um centralizador de dados temporários, geralmente de uso exclusivo do próprio sistema e principalmente das aplicações. Por ser um diretório de permissões abertas, em que qualquer usuário poderia gravar dados, é recomendável alocá-lo em uma partição separada da raiz (/). Por este motivo, ela faz parte da tabela.
Entretanto, também existe a possibilidade de redefinir suas permissões fazendo o uso do controle de limites no sistema, isso seria suficiente para afastar usuários mal-intencionados.
* Atenção: Alguns diretórios são essenciais à inicialização básica do sistema (exemplo: /sbin, /etc, /lib, /dev...) e, com exceção do diretório
/boot, não poderão ficar em partição diferente da partição em que se encontra o diretório raiz (/).
Todo o exposto serve de base para uma instalação básica, sabemos que o sistema trabalha muito bem com valores bem inferiores (sei que muitos vão entrar em colapso com o tamanho, por exemplo, do diretório /boot), mas para simplificar, como já havia dito, costumo fazer múltiplos de cinco.
O que sobra em Gigas, geralmente fica na última partição, no geral o que excede o habitual costumo realocar, como ficou claro, no diretório raiz (/) em
/usr e em
/home.
As tabelas foram criadas com base em experiências práticas, no caso experiência pessoal, em acordo com, além das citadas ao final, inúmeras referências e leituras das mais diversas. Por favor, postem sugestões e críticas para que eu possa melhorar as tabelas em poste futuro.
Abraços a todos!
Referências
- Techno Edition Editora Ltda; Linux LPI 101 - Fundamentos. 1ªEdição São Paulo 2009
- Techno Edition Editora Ltda; Linux LPI 101 - Implementação e Administração. 1ªEdição São Paulo 2009.
- SIQUEIRA, Luciano Antonio. Certificação LPI-1 3ªEdição São Paulo: Linux New Media do Brasil Ltda, 2009