Ninguém pode negar que o
Linux vem se expandindo por todo o mundo. Como
nem tudo são flores a Microsoft não poderia ficar parada, assim já vê ele
como um forte concorrente com sua política de software livre. No RS, o
governo tem investido forte no software livre, pois isto gera uma grande
economia. Uma vez que quando queremos não precisamos pagar alguém para
"mexer" no código do programa e/ou, ainda, ficar pagando renovação de
licenças de produtos que já existem similares muito bons e que são
"abertos".
O
Banrisul, o Banco do estado do RS, conseguiu uma forte economia
apenas
migrando os caixas eletrônicos que eles utilizam para Linux. O
fato deles não terem migrado internamente para mim é um mistério.
Agora, vamos falar de um projeto daqui do RS chamado
Informática Educativa, que foi o sucessor de um outro que
infelizmente não estou lembrando o nome. O projeto
IE visa ensinar
informática nas escolas. No ano passado, alguns professores receberam
formação em Linux. Essa formação foi constituída de coisas básicas:
- montar/desmontar disquete;
- salvar um documento do Open Office no disquete;
- como criar e salvar um documento do Open Office;
Qual a grande jogada nisso? O projeto feito nas escolas municipais tenta
diminuir o
Analfabetismo Digital, que seria o não conhecimento de
tecnologias. De 42 escolas escritas no projeto, mais da metade já está
utilizando o Conectiva 8 ou 7 (dependendo da máquina) e as que faltam
serem migradas estão em processo de migração. Outras ainda, pedem
requerimento para Dual-Boot, uma vez que existem softwares que não
possuem similares para Linux.
O projeto não visa meramente as crianças que estão na escola, visa, também,
os adultos que estudam durante a noite nessas escolas municipais. Como
não existe utopia, sempre há problemas. Para isto, são contratados
estagiários que são responsáveis pelo "cuidado" do laboratório, mas não
importa se é Windows ou Linux, o estagiário não pode alterar a configuração
da máquina e nem instalar programas. A única coisa que ele tem que fazer
é ao constatar um problema, encaminhar para a
PROCEMPA o que deve
ser resolvido. Outra coisa interessante é que em virtude da má formação
dadas pelas pessoas que formam os professores, os estagiários que teriam a
única responsabilidade de cuidar do laboratório terminam sendo
Professores de Informática da escola.
Quando era estagiário pelo projeto IE não era uma empresa que dava a
formação do professor e sim, as supervisoras de estágios! Imagino que nada
tenha mudado quanto a isso. Deixo aqui algumas perguntas para nós
refletirmos:
- Se uma pessoa usa o Open Office para visualizar imagens ela pode
ensinar outras pessoas?
- Se uma pessoa não conhece a utilidade do HOME do usuário, como
ela pode querer explicar para outras como funciona o Linux?
- Se esta mesma pessoa, ao usar o Open Office, não consegue acessar
um diretório e não sabe o porque disso, ela pode ensinar outras
pessoas?
Está certo que uma pessoa pode sempre aprender, mas no caso acima vocês
achariam correto entregar a senha do root para as pessoas como as citadas
usarem? Mesmo sendo está a senha de uma das estações da rede?