SL no Estado do Ceará: repensando a nossa forma de atuação e engajamento

Este artigo discute as diretrizes do Governo do Estado do Ceará, que determinam a utilização do Software Livre em todo o âmbito estadual no concernente à postura a ser adotada pelos profissionais de TIC deste Estado. São apresentados argumentos que esteiam e consubstanciam uma possível e desejável postura por parte de todos os envolvidos na migração para o SL.

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Por: morvan bliasby em 27/04/2009


O que poderíamos fazer em prol do SL?



Ora, não é forçoso perguntar a qualquer agente do Estado qual o papel do profissional de TIC nesta nova realidade que se nos apresenta; seremos meros usuários do SL, indo à prateleira - diga-se repositório, SVN, sítio da comunidade etc, e pegando o software que nos interessa ora, sem dar à comunidade qualquer tipo de satisfação ou retorno, quer seja através de código, documentação, depuração etc, ou seremos usuários [pro]ativos, que buscam fornecer ao público em geral algum tipo de contrapartida, como se já mencionou, quer seja através de código, depuração, checagem de "bugs", documentação etc?

Não é fácil não parafrasear John F. Kennedy, traçando um paralelo com o famoso aforismo, máxima de "não pergunte o que o seu país pode fazer por você, e sim o que você pode fazer pelo seu país". Ou, específico ao contexto, não pergunte o que o SL pode fazer por você e sim o que podemos e devemos fazer pelo SL - por definição, à humanidade, a verdadeira "detentora" do direito sobre o conhecimento, sobre tudo o que a mente humana há inferido e produzido. Nunca é demais lembrar o grande filósofo existencialista Karl Jaspers, para quem "nós somos à medida que os outros [o] são". Para Jaspers, os homens deveriam procurar SER, e não TER. Esta é a ideia por trás do SL: se todos contribuírem com um pouquinho, toda a coletividade será beneficiada.

O uso passivo, "a la prateleira", do SL por parte do entusiasta de SL ou por parte do técnico encarregado de atribuições que dizem respeito à manutenção e à prospecção de software é algo que corrompe, manieta, deturpa e obnubila a verdadeira natureza do SL: o SL é da e para a comunidade.

Um dos maiores e mais brilhantes programadores em atividade, responsável pelo Manifesto GNU, pelo EMACS, pelo GCC, dentre muitos outros projetos de grande envergadura, o grande entusiasta de SL e disseminador da verdadeira cultura hacker, que, a despeito do senso comum, nada tem a ver com o conceito de cracker. Richard Matthew Stallman, disse, certa vez, em uma de suas múltiplas discussões acerca da ética hacker, que se sentia agredido em seu senso ético só em pensar em descobrir um algoritmo e fechá-lo, para obter algum tipo de vantagem financeira com isso. Ao lançar a pedra fundamental do movimento GNU, na década de 80 do século passado, o grande Stallman estaria introduzindo, em caráter irrevogável, o conceito de CopyLeft. É um dos profissionais e entusiastas de SL mais engajados na atualidade.

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Páginas do artigo
   1. Introdução / Fundamentação Legal
   2. O que poderíamos fazer em prol do SL?
   3. Conclusão e sugestões para aprofundamento do tema
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Comentários
[1] Comentário enviado por pedro-filho em 27/04/2009 - 19:20h

Estou até com orgulho de ser Cearense.
Parabéns governo do estado, primeiro o detran
agora isso o nosso estado esta no rumo certo.

Pedro Filho
www.pedrofilho.com.br


[2] Comentário enviado por removido em 28/04/2009 - 00:37h

Rapaz, o morvan reapareceu depois de um longo e tenebroso inverno!!!...
;-)

[3] Comentário enviado por andersonjackson em 28/04/2009 - 08:26h

Show de bola, Morvan.
Concordo que nós temos realemente o hábito de apenas usar o software, mesmo sendo nós amantes do SL. Vamos cooperar.
Parabéns.

[4] Comentário enviado por elidianemf em 28/04/2009 - 20:33h

Parabéns, Morvan. Muito bem escrito!

Abraços!

[5] Comentário enviado por nicolo em 29/04/2009 - 11:39h

O opensource é política de estado, mas perfunctória. Não há ação prática com efeito.
As universidades dedicam algo ao software livre, na média, mais hospedagem que outra coisa.

O ponto importante é a divulgação. Um linux didático como o kurumin é uma ação com efeito.

Garotos que estão aprendendo informática gostam de desfios.

No mais, o usuário que começou com windows é difícil de mudar. O comodismo faz parte da incultura nacional.

[6] Comentário enviado por removido em 06/05/2009 - 17:47h

Grande Morvan...parabens pelo artigo...

Trabalho no Sine/IDT e foi nos passado essa semana que a gradativa migração para a plataforma livre começou. Vamos
começar com o pacote BrOffice. É incrivel como as pessoas são resistentes às mudanças, nem ao mesmos começaram a utilizar o BrOffice e já o rotularam como genérico do MS-Office.

Eu, como único usuário conhecido do Linux (Debian) onde trabalho, tratei logo de 'evangelizar' meus colegas de trabalho,
tentando desdemonizar o pinguim e passar as noçoes básicas de Software Livre, mas mesmo assim, há muita resistência.

"No mais, o usuário que começou com windows é difícil de mudar. O comodismo faz parte da incultura nacional." ( nicolo )

Cada um que usa SL contribuindo na sua aréa de atuação e conhecimento, conseguiremos reverter essa caricatura que fizeram do LINUX.


Abraços e VIVA A LIBERDADE!!!


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