Sinais em Linux

Você sabia que o comando kill não serve para apenas "matar" um processo? Esta é apenas uma de suas finalidades. Na verdade trata-se de comunicação por sinais, um IPC (InterProcess Communication) muito útil e simples de ser usado. Existem outros sinais que podem ser muito úteis, principalmente em programação C. Os exemplos deste artigo são todos em C.

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Por: Elgio Schlemer em 20/05/2008 | Blog: https://profelgio.duckdns.org/~elgio


Sinais



Sinais são usados quando se deseja enviar uma mensagem para um processo, mas esta mensagem não é um texto, mas sim um código cujo significado é pré determinado. Antes de mais nada, para dar o melhor exemplo possível, quando se executa um kill 7000 está se enviando para o processo 7000 o sinal de código 15 que significa algo como "Caro processo, queria gentilmente terminar a sua execução".

Como o sinal 15 significa terminar, o processo irá terminar a sua execução. Como todos já devem saber, se o "gentil" processo recusar-se a terminar, posso forçar com um kill -9 7000, onde envio para ele o sinal 9 que significa algo como: "Morra!" (uma vez disse em um curso que com sinal 15 eu dou a arma para o processo esperando que ele aperte o gatilho, depois de escrever o seu testamento, fechar suas finanças etc. Com o -9 é um tiro na testa sem aviso).

O fato é que sinais precisam ser devidamente tratados pelas aplicações. Todos eles! Se eu, enquanto programador, não escrever rotinas determinando qual o comportamento que minha aplicação terá ao receber um sinal, o tratamento padrão do Sistema Operacional será usado (que pode não ser muito agradável).

Por exemplo: acredito que muitos já usaram o sinal HUP ou 1, com um comando:

$ kill -HUP 700

ou mesmo:

$ kill -1 7000

O que ele faz? Ele "reinicia" o processo. Na verdade se você fizer um código em C como este, uma simples impressão em um laço infinito:

int main()
{
   int a=0;
   printf("Meu pid eh %i\n", getpid());
   while(1) {
      printf("Valor de a = %i\n", a);
      a++;
      sleep(3);
   }
}

Eu o chamei de sinais1.c e seria legal se você tivesse condições de reproduzir os testes em seu Linux.

Ao compilar e executar ele ele ficou imprimindo linhas com o valor de a de 3 em 3 segundos::

$ ./sinais1
Meu pid eh 8939
Valor de a = 0
Valor de a = 1
(...)

Em um outro terminal eu executei:

$ kill -HUP 8939
(e não será este comando no seu caso. Veja o valor do pid que o próprio programa imprimiu)

Este kill deveria REINICIAR o programa. Você tentou? O que aconteceu?

O fato é que o programa encerrou a sua execução. Sim, eu enviei para ele um sinal que ele, na minha lógica de programação, não está tratando. Isto é, eu não defini uma rotina de tratamento do sinal 1 (HUP). É minha tarefa fazer isto senão a rotina do sistema operacional será usada (que encerra).

Vamos guardar este código pois ele será a base deste artigo. Iremos incrementá-lo.

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Páginas do artigo
   1. Comunicações entre processos
   2. Sinais
   3. Sinais mais importantes
   4. Quando kill não é kill
   5. A chamada de sistema signal
   6. Construindo um "HighLander"
   7. E o tal do SIGALRM?
   8. Conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por elgio em 20/05/2008 - 11:43h

Códigos fontes dos exemplos em C para download neste link:

http://gravatai.ulbra.tche.br/~elgio/disciplinas/?MAT=VOL&DISC=OUTRAS

Estou melhorando os comentários dos mesmos.

[2] Comentário enviado por stremer em 20/05/2008 - 12:17h

Elgio.
Só posso falar uma coisa do seu artigo!
Fantastico, como sempre!

[3] Comentário enviado por itocamargo em 20/05/2008 - 13:26h

Muito bom o seu artigo...
parabéns...

[4] Comentário enviado por f_Candido em 20/05/2008 - 14:51h

Somente duas palavras:
Muito bom.

Parabéns

[5] Comentário enviado por rafasmart em 20/05/2008 - 15:27h

Artigo muito bom, parabéns!

só fiquei com uma dúvida... quando envio o mesmo sinal, mais de uma vez para o morroNao.c, ele não é mais tratado pela função morroNao. por exemplo com kill -20 <PID> aparece a mensagem "o seu mane...", mas se novamente fizer kill -20 <PID>, ele fica em STOP; e semelhantemente é finalizado se fizer kill -15 2 vezes. por que?

[6] Comentário enviado por elgio em 20/05/2008 - 15:49h

Opa!

Este comportamento que tiveste não é assim não!
Na minha execução não importa quantas vezes tu envie e em qual ordem, o morroNao só morre com o sinal 9!

[7] Comentário enviado por elgio em 20/05/2008 - 15:53h

Alias, olha que interessante!

Com o morroNao em uma janela, redimensione ela (a janela).
Veras que o morroNao recebe o sinal 28!

[8] Comentário enviado por rafasmart em 20/05/2008 - 16:06h

será que tem alguma coisa a ver com a minha plataforma?
Ubuntu Gutsy - 64 bits (x86_64)?

[9] Comentário enviado por rafasmart em 20/05/2008 - 16:29h

compilando com a opção p/ i386 ele não morre (exceto pelo sinal 9):

gcc -m386 -o morronao morronao.c

e antes eu estava compilando com as opções
-Wall -ansi -pedantic

[10] Comentário enviado por elgio em 20/05/2008 - 16:39h

Muito estranho!
Seria um BUG?

Testa se isto resolve:
void morroNao(int sinal)
{
signal(sinal, morroNao);

printf("\n\n*** O seu MANE, eu sou imortal ***\n");
printf("*** Nao eh por causa do sinalzinho %i que vou perecer!!\n\n",
sinal);
}

Agora ao chamar a morroNao a mesma se auto redefine.

[11] Comentário enviado por rafasmart em 20/05/2008 - 16:44h

não era plataforma (testei num x86), eram aquelas opções mesmo(-ansi mais especificamente), compilando sem ela funcionou normal (era um alias que eu tinha deixado para sempre compilar em ansi C)

[12] Comentário enviado por rodrigoleme em 20/05/2008 - 19:49h

muito bom!
parabéns!

[13] Comentário enviado por monsores em 20/05/2008 - 21:51h

Artigo excelente!!!
Para mim o 'kill' era apenas um assassino. :-)

[14] Comentário enviado por iagoaugusto em 21/05/2008 - 18:09h

huhuahauahauahaua bom artigo....

[15] Comentário enviado por davis.peixoto em 21/05/2008 - 21:41h

cara, seus artigos são sempre muito bons.

De verdade. Às vezes desanimo de acompanhar o VOL por causa de ler dicas do tipo

"Pessoal, vcs pode usar o comando cd para trocar de diretório, o ls para listá-lo e o clear para limpar a tela. Espero ter ajudado com a introdução ao poderoso shell."

Lembro do artigo que você escreveu sobre SYN Flood, ACK Flood. Aquilo me motivou muito a meter mais as caras em padrões e tudo o mais.

Parabéns pelo artigo e obrigado por proporcionar essa leitura.

[16] Comentário enviado por marcosmiras em 23/05/2008 - 10:16h

Meu...
Excelente!

[17] Comentário enviado por gjr_rj em 30/08/2008 - 01:32h

elgio,

antes de tudo, parabéns. Me esforço para fazer artigos iguais aos seus, quando acho que estou perto, leio um artigo desse e vejo que estou a "anos luz".

[18] Comentário enviado por jefers0n em 25/03/2009 - 20:23h

Elgio, meus parabens. Me ajudou bastante, pois tava tentando entender um pouco mais sobre sinais, ainda falta aprender muita coisa, mas ja me clareou as idéias...Excelente artigo (como sempre).

abraço e até mais.

[19] Comentário enviado por maiconkist em 12/07/2009 - 20:01h

Bastante esclarecedor.


Parabéns.

[20] Comentário enviado por removido em 29/07/2009 - 22:35h

Manda o sinal 35 pro morroNao que ele morre sim ^^

[21] Comentário enviado por elgio em 29/07/2009 - 22:42h

Sim, sinais de tempo real também são do tipo não mascaráveis, assim como o 9.

[22] Comentário enviado por julio_hoffimann em 12/01/2010 - 10:42h

Elgio Schlemer,

Simplesmesnte esclarecedor!!!!
Poupou horas de estudo para um bom entendimento, agora tenho base para ir mais a fundo nesses conceitos. Obrigado!

Parabéns!!

[23] Comentário enviado por ramon.rdm em 23/04/2011 - 21:13h

Excelente seu artigo companheiro!
Ew nunca ri e aprendi tão bem!
Seus exemplos vão direto ao ponto.
Entrei apenas para resolver um problema da universidade e acabei lendo ele todo.
Meus parabéns!
Abraço!

[24] Comentário enviado por tortugo em 26/04/2011 - 22:25h

Elgio,

excelente artigo! Vou colocar um link no meu blog http://johntortugo.wordpress.com/


JT


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