Esta talvez seja uma das consequências mais sutis. Não que o software do Facebook seja livre, claro. Mas não é mais apenas o software que importa, mas o conceito de informação livre, muito mais abrangente.

Os governos não conseguem mais ocultar muitos fatos com a internet à solta. E uma vez que uma pessoa toma conhecimento de um fato, aquilo cai na boca de todos através das redes sociais.

Não é por acaso que ditaduras covardes como a da China e de Cuba temem tanto a internet. Não é por acaso que o (des)Governo do PT tem tentado tanto calar a boca dos blogueiros e dos internautas.

Julian Assange e a Primavera Árabe mostraram aos governos que a censura tornou-se uma impossibilidade real. Que as pessoas podem combinar imensas manifestações e prepará-las sem sair de casa, apenas usando o Facebook ou o Twitter.

Pessoas públicas cujas fotos íntimas caíram na web também notaram que não adianta mais conseguir um mandato para retirar um vídeo ou algumas fotos da web. Porque uma vez que esse vídeo ou essas fotos caiam na mão dos internautas, alguém vai fazer download e tornar a postar, por mais que a Justiça diga o contrário.

Conclusão

Há muito mais do que eu disse aqui. E provavelmente vão me lembrar disso nos comentários, claro. Mas o objetivo deste artigo não é ser uma análise exaustiva do processo. Até porque esse processo teria de ter acabado para ser dissecado e perfeitamente compreendido. E não acabou.

De fato, está apenas começando. Tudo isso que vimos até agora, talvez uma das maiores revoluções da história humana, é apenas o começo.

Fazer esta análise não será um trabalho para mim, que já estou velho. Talvez para o meu filho Dionysio, que nasceu ano passado. É ele quem provavelmente vai viver de forma mais plena as mudanças que começaram quando alguém perguntou pela primeira vez: "Por que tenho de esconder meu software dos outros?"