Após estas etapas, os pacotes selecionados serão instalados no HD. Quando o instalador terminar a cópia dos arquivos, aparecerá um arquivo de log na tela, o usuário deve verificar se a última linha contém: "0 error(s) found" - caso contenha, a cópia dos arquivos foi feita com sucesso.
Caso a instalação tenha sido bem sucedida, aparecerá uma tela semelhante a ilustrada acima
Para prosseguir com a instalação, devemos modificar a raiz do sistema para a partição onde fizemos a instalação.
Antes de fazer o 'chroot', devemos montar algumas partições, para isso pode-se utilizar os códigos abaixo.
# mount --bind /dev /mnt/dev
# mount --bind /tmp /mnt/tmp
# mount -t proc proc /mnt/proc
# mount -t sysfs none /mnt/sys
# chroot /mnt /bin/bash
As montagens efetuadas servem como preparação para o 'chroot'. A raiz do sistema foi modificada para o diretório "/mnt", pois a partição na qual fizemos a instalação foi montada em "/mnt".
Agora já podemos definir a senha de Root, para isso digite o código abaixo
# passwd
Para prosseguir na configuração do sistema, devemos editar alguns scripts e fazer algumas configuração manuais, há dois editores de texto disponíveis no CD de
instalação, o Nano e o Vim.
A primeira a ser abordada nesse artigo é a configuração do "locale". Através desta configuração podemos definir o idioma do nosso sistema.
Supondo uma configuração para o Brasil e que o usuário queira utilizar o sistema em português brasileiro, podemos utilizar os códigos abaixo:
# localedef -i pt_BR -f ISO-8859-1 pt_BR
# localedef -i pt_BR -f ISO-8859-1 pt_BR.ISO-8859-1
# localedef -i pt_BR -f UTF-8 pt_BR.utf8
Caso o usuário deseja usar outro idioma, basta substituir 'pt_BR' pelo local desejado.
A segunda configuração que vamos efetuar é a configuração da rede. O principal arquivo é o "/etc/rc.d/net", mas vale ressaltar que devemos criar uma entrada para esse
arquivo no "/etc/rc.conf".
Por padrão, este arquivo configura somente IP estático para a interface eth0. Há várias formas de se configurar este arquivo, isso varia de acordo com a rede e a
necessidade do usuário, em virtude disso só abordarei a configuração para IP dinâmico. Porém para maiores informações acessem o link abaixo:
Considerando a configuração do "/etc/rc.d/net" para IP dinâmico, poderíamos deixar o script mais ou menos assim:
#!/bin/sh
#
# /etc/rc.d/net: start/stop network
#
case $1 in
start)
# loopback
/sbin/ip addr add 127.0.0.1/8 dev lo broadcast + scope host
/sbin/ip link set lo up
# ethernet, interface eth0, ip dinâmico
/sbin/dhcpcd -t 10 -h $HOSTNAME eth0
;;
stop)
/usr/bin/killall -q /sbin/dhcpcd
/sbin/ip link set lo down
/sbin/ip addr del 127.0.0.1/8 dev lo
;;
restart)
$0 stop
$0 start
;;
*)
echo "usage: $0 [start|stop|restart]"
;;
esac
# End of file
O próximo arquivo que devemos configurar é o "/etc/fstab", é importante criar entradas para a partição de SWAP e para a partição onde está a raiz do sistema.
O arquivo "/etc/fstab" do Crux é da seguinte forma:
#
# /etc/fstab: static file system information
#
# <file system> <dir> <type> <options> <dump> <pass>
#/dev/#REISERFS_ROOT# / reiserfs defaults 0 0
#/dev/#EXT3FS_ROOT# / ext3 defaults 0 1
#/dev/#EXT4FS_ROOT# / ext4 defaults 0 1
Devemos notar que a partição não está indicada. Devemos substituir na linha que contém o tipo de partição, utilizado a partição desejada e descomentar a linha
correspondente.
Por exemplo, neste artigo a partição raiz foi configurada em "/dev/sda2" e tem o formato ext3. Portanto o arquivo ficaria da seguinte forma:
#
# /etc/fstab: static file system information
#
# <file system> <dir> <type> <options> <dump> <pass>
#/dev/#REISERFS_ROOT# / reiserfs defaults 0 0
/dev/sda2 / ext3 defaults 0 1
#/dev/#EXT4FS_ROOT# / ext4 defaults 0 1
Para o esquema de partições ilustrado nesse tutorial, o "fstab" poderia ficar mais ou menos assim:
#
# /etc/fstab: static file system information
#
#<file system> <dir> <type> <options> <dump> <pass>
/dev/sda2 / ext3 defaults 0 1
/dev/sda1 swap swap defaults 0 0
/dev/sda2 /home reiserfs defaults 0 0
/dev/cdrom /cdrom iso9660 ro,user,noauto,unhide 0 0
/dev/dvd /dvd udf ro,user,noauto,unhide 0 0
devpts /dev/pts devpts defaults 0 0
none /sys sysfs defaults 0 0
none /proc proc defaults 0 0
#tmp /tmp tmpfs defaults 0 0
#shm /dev/shm tmpfs defaults 0 0
#usb /proc/bus/usb usbfs defaults 0 0
# End of file
O último arquivo que devemos configurar nesse momento é o "rc.conf".
O arquivo original é da seguinte forma:
#
# /etc/rc.conf: system configuration
#
FONT=default
KEYMAP=us
TIMEZONE=UTC
HOSTNAME=host
SYSLOG=sysklogd
SERVICES=(net crond)
# End of file
Na linha que contém KEYMAP, devemos efetuar a alteração conforme o tipo de teclado utilizado, no meu caso o tipo é o br.
Na linha HOSTNAME devemos colocar o nome que desejamos para o nosso computador na rede. Vale ressaltar que esse hostname deve ser o mesmo indicado no arquivo
"/etc/hosts".
Depois de efetuar todas as configurações acima, devemos compilar o KERNEL para o nosso sistema.
No CD de instalação utilizado neste tutorial, há disponível a versão 2.6.39.4. Não abordarei em detalhes a compilação do Kernel, mas uma possibilidade seria utilizar o
seguinte código:
# cd /usr/src/linux-XXX
Onde XXX representa a versão do Kernel utilizada.
# make menuconfig
# make all
# make modules_install
# cp arch/x86/boot/bzImage /boot/vmlinuz
# cp System.map /boot
Para maiores informações sobre compilação de Kernel
Linux da série 2.6, recomendo a leitura do Artigo abaixo:
Após efetuar o processo de compilação do Kernel, devemos configurar o Boot Loader do sistema. O Crux trabalha, oficialmente com o Lilo, mas é possível utilizar Grub.
Neste artigo abordarei a configuração do Lilo, mas para aqueles que desejam utilizar o Grub, recomendo a leitura do link abaixo
O arquivo de configuração do Lilo, é o "/etc/lilo.conf".
Para o esquema de particionamento deste artigo, uma possibilidade de configuração do arquivo pode ser vista abaixo
#
# /etc/lilo.conf: lilo(8) configuration, see lilo.conf(5)
#
lba32
install=text
boot=/dev/sda
image=/boot/vmlinuz
label=CRUX
root=/dev/sda2
read-only
append="quiet"
# End of file
Na entrada 'boot' indicamos a unidade onde está o nosso sistema.
Na entrada 'image', deve-se indicar o caminho onde está localizada a imagem do Kernel.
Em 'root' indicamos a partição onde está situado o diretório "/root".
Após alterar o arquivo "lilo.conf", deve-se digitar no terminal o comando abaixo
# lilo
Para maiores informações sobre o Lilo, digite no terminal
man lilo
Por fim, ejetamos o CD do Crux e reiniciamos o sistema, se tudo ocorreu bem o sistema deve iniciar normalmente.
Há muitos arquivos importantes que devem ser configurados para um funcionamento satisfatório do sistema, alguns deles já foram abordados neste tutorial.