Um Pouco de Crux Linux

O Crux é uma distribuição Linux otimizada para processadores i686, que tem por objetivo a simplicidade e o minimalismo. Utiliza um sistema de ports para a instalação de pacotes semelhante ao sistema empregado nos *BSD's.

[ Hits: 26.057 ]

Por: Levi Gomes em 31/12/2011 | Blog: http://levilinuxblog.blogspot.com.br/


Continuação...



Após estas etapas, os pacotes selecionados serão instalados no HD. Quando o instalador terminar a cópia dos arquivos, aparecerá um arquivo de log na tela, o usuário deve verificar se a última linha contém: "0 error(s) found" - caso contenha, a cópia dos arquivos foi feita com sucesso.
Linux: Um Pouco de Crux Linux
Caso a instalação tenha sido bem sucedida, aparecerá uma tela semelhante a ilustrada acima

Para prosseguir com a instalação, devemos modificar a raiz do sistema para a partição onde fizemos a instalação.

Antes de fazer o 'chroot', devemos montar algumas partições, para isso pode-se utilizar os códigos abaixo.

# mount --bind /dev /mnt/dev
# mount --bind /tmp /mnt/tmp
# mount -t proc proc /mnt/proc
# mount -t sysfs none /mnt/sys
# chroot /mnt /bin/bash


As montagens efetuadas servem como preparação para o 'chroot'. A raiz do sistema foi modificada para o diretório "/mnt", pois a partição na qual fizemos a instalação foi montada em "/mnt".

Agora já podemos definir a senha de Root, para isso digite o código abaixo

# passwd

Para prosseguir na configuração do sistema, devemos editar alguns scripts e fazer algumas configuração manuais, há dois editores de texto disponíveis no CD de instalação, o Nano e o Vim.

A primeira a ser abordada nesse artigo é a configuração do "locale". Através desta configuração podemos definir o idioma do nosso sistema.

Supondo uma configuração para o Brasil e que o usuário queira utilizar o sistema em português brasileiro,  podemos utilizar os códigos abaixo:

# localedef -i pt_BR -f ISO-8859-1 pt_BR
# localedef -i pt_BR -f ISO-8859-1 pt_BR.ISO-8859-1
# localedef -i pt_BR -f UTF-8 pt_BR.utf8


Caso o usuário deseja usar outro idioma, basta substituir 'pt_BR' pelo local desejado.

A segunda configuração que vamos efetuar é a configuração da rede. O principal arquivo é o "/etc/rc.d/net", mas vale ressaltar que devemos criar uma entrada para esse arquivo no "/etc/rc.conf".

Por padrão, este arquivo configura somente IP estático para a interface eth0. Há várias formas de se configurar este arquivo, isso varia de acordo com a rede e a necessidade do usuário, em virtude disso só abordarei a configuração para IP dinâmico. Porém para maiores informações acessem o link abaixo:   
Considerando a configuração do "/etc/rc.d/net" para IP dinâmico, poderíamos deixar o script mais ou menos assim:

 #!/bin/sh
 #
 # /etc/rc.d/net: start/stop network
 #

 case $1 in
 start)
    # loopback
    /sbin/ip addr add 127.0.0.1/8 dev lo broadcast + scope host
    /sbin/ip link set lo up
    # ethernet, interface eth0, ip dinâmico
    /sbin/dhcpcd -t 10 -h $HOSTNAME eth0
    ;;
 stop)
    /usr/bin/killall -q /sbin/dhcpcd
    /sbin/ip link set lo down
    /sbin/ip addr del 127.0.0.1/8 dev lo
    ;;
 restart)
    $0 stop
    $0 start
    ;;
 *)
    echo "usage: $0 [start|stop|restart]"
    ;;
 esac

 # End of file


O próximo arquivo que devemos configurar é o "/etc/fstab", é importante criar entradas para a partição de SWAP e para a partição onde está a raiz do sistema.

O arquivo  "/etc/fstab" do Crux é da seguinte forma:

#
# /etc/fstab: static file system information
#
# <file system>          <dir>                 <type>       <options>     <dump>    <pass>

#/dev/#REISERFS_ROOT#   /                      reiserfs      defaults       0         0
#/dev/#EXT3FS_ROOT#     /                        ext3        defaults       0         1
#/dev/#EXT4FS_ROOT#     /                        ext4        defaults       0         1


Devemos notar que a partição não está indicada. Devemos substituir na linha que contém o tipo de partição, utilizado a partição desejada e descomentar a linha correspondente.

Por exemplo, neste artigo a partição raiz foi configurada em "/dev/sda2" e tem o formato ext3. Portanto o arquivo ficaria da seguinte forma:

#
# /etc/fstab: static file system information
#
# <file system>          <dir>                 <type>       <options>     <dump>    <pass>
#/dev/#REISERFS_ROOT#   /                      reiserfs      defaults       0         0

/dev/sda2     /                        ext3        defaults       0         1
#/dev/#EXT4FS_ROOT#     /                        ext4        defaults       0         1


Para o esquema de partições ilustrado nesse tutorial, o "fstab" poderia ficar mais ou menos assim:

#
# /etc/fstab: static file system information
#
#<file system>        <dir>     <type>    <options>              <dump> <pass>

/dev/sda2    /         ext3      defaults               0      1
/dev/sda1          swap      swap      defaults               0      0
/dev/sda2  /home     reiserfs  defaults               0      0
/dev/cdrom            /cdrom    iso9660   ro,user,noauto,unhide  0      0
/dev/dvd              /dvd      udf       ro,user,noauto,unhide  0      0
devpts                 /dev/pts  devpts    defaults               0      0
none                   /sys      sysfs     defaults               0      0
none                   /proc     proc      defaults               0      0
#tmp                   /tmp      tmpfs     defaults               0      0
#shm                   /dev/shm  tmpfs     defaults               0      0
#usb                   /proc/bus/usb usbfs defaults               0      0

# End of file


O último arquivo que devemos configurar nesse momento é o "rc.conf".

O arquivo original é da seguinte forma:

#
# /etc/rc.conf: system configuration
#


FONT=default
KEYMAP=us
TIMEZONE=UTC
HOSTNAME=host
SYSLOG=sysklogd
SERVICES=(net crond)

# End of file


Na linha que contém KEYMAP, devemos efetuar a alteração conforme o tipo de teclado utilizado, no meu caso o tipo é o br.

Na linha HOSTNAME devemos colocar o nome que desejamos para o nosso computador na rede. Vale ressaltar que esse hostname deve ser o mesmo indicado no arquivo "/etc/hosts".

Depois de efetuar todas as configurações acima, devemos compilar o KERNEL para o nosso sistema.

No CD de instalação utilizado neste tutorial, há disponível a versão 2.6.39.4. Não abordarei em detalhes a compilação do Kernel, mas uma possibilidade seria utilizar o seguinte código:

# cd /usr/src/linux-XXX

Onde XXX representa a versão do Kernel utilizada.

# make menuconfig
# make all
# make modules_install
# cp arch/x86/boot/bzImage /boot/vmlinuz
# cp System.map /boot


Para maiores informações sobre compilação de Kernel Linux da série 2.6, recomendo a leitura do Artigo abaixo:     
Após efetuar o processo de compilação do Kernel, devemos configurar o Boot Loader do sistema. O Crux trabalha, oficialmente com o Lilo, mas é possível utilizar Grub.

Neste artigo abordarei a configuração do Lilo, mas para aqueles que desejam utilizar o Grub, recomendo a leitura do link abaixo   
O arquivo de configuração do Lilo, é o "/etc/lilo.conf".

Para o esquema de particionamento deste artigo, uma possibilidade de configuração do arquivo pode ser vista abaixo

#
# /etc/lilo.conf: lilo(8) configuration, see lilo.conf(5)
#

lba32
install=text
boot=/dev/sda
image=/boot/vmlinuz
        label=CRUX
        root=/dev/sda2
        read-only
        append="quiet"

# End of file


Na entrada 'boot' indicamos a unidade onde está o nosso sistema.

Na entrada 'image', deve-se indicar o caminho onde está localizada a imagem do Kernel.

Em 'root' indicamos a partição onde está situado o diretório "/root".

Após alterar o arquivo "lilo.conf", deve-se digitar no terminal o comando abaixo

# lilo

Para maiores informações sobre o Lilo, digite no terminal

man lilo

Por fim, ejetamos o CD do Crux e reiniciamos o sistema, se tudo ocorreu bem o sistema deve iniciar normalmente.

Há muitos arquivos importantes que devem ser configurados para um funcionamento satisfatório do sistema, alguns deles já foram abordados neste tutorial.
Página anterior     Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução e Justificativa
   2. Instalação e configuração
   3. Continuação...
   4. Dicas Avulsas
Outros artigos deste autor

E17 no Slackware 13.37

Leitura recomendada

Guia (nem tanto) Introdutório do Linux

Monitorando a saúde do Apache (Prometheus + Grafana)

Zabbix 2.4 no CentOS 6.6

Um tour pelo skin do Viva o Linux para aMSN

Tem Facebook? Então tem Joli OS

  
Comentários
[1] Comentário enviado por azk em 31/12/2011 - 21:38h

Ótimo artigo, levi.
Parabéns pelo trabalho!

[2] Comentário enviado por levi linux em 01/01/2012 - 09:10h

E aí pefark, faz tempo que não lhe via aqui pelo VOL. Que bom que está de volta. Muito obrigado pelo comentário.

[3] Comentário enviado por removido em 01/01/2012 - 16:27h

Eu cd de instalação do cruX eu já tinha,so me faltava a coragem,soube que é um pouco complicado,Levi você está fazendo um otimo trabalho,de mostrar -nos um pouco dessa distro vou instalar beseado em seu artigo!,parabens levi!,10!!!

[4] Comentário enviado por rootgerr em 01/01/2012 - 21:30h

Só uma dica a mais para facilitar a vida dos aventureiros:

Vocês podem substituir isto:

# mount --bind /dev /mnt/dev
# mount --bind /tmp /mnt/tmp
# mount -t proc proc /mnt/proc
# mount -t sysfs none /mnt/sys
# chroot /mnt /bin/bash

Por isto:

#setup-chroot
Que realiza os passos acima automáticamente


Economiza alguma digitação..




[5] Comentário enviado por removido em 01/01/2012 - 21:37h

rsrsrs,

engraçado é que por duas vezes digitei essa montanha de comandos citados pelo rootgerr e só no final vi\ou\me dei conta de que poderia ter simplificado tudo com um único comando, já que a instalação se deu lendo toda a wiki.

bom artigo @levi, certamente no futuro farei uma nova tentativa com o Crux já que esbarrei na falta de acesso a Net na 2ª tentativa e com o desgraçado do LILO na 1ª! kkkkk

intÉ!

[6] Comentário enviado por chimico em 02/01/2012 - 21:00h

Parabéns levi, favoritado e impresso pra instalar

Abraços

[7] Comentário enviado por levi linux em 02/01/2012 - 21:19h

Obrigado a todos pelos comentários. Como muito bem disse o amigo rootgerr os comandos:

# mount --bind /dev /mnt/dev
# mount --bind /tmp /mnt/tmp
# mount -t proc proc /mnt/proc
# mount -t sysfs none /mnt/sys
# chroot /mnt /bin/bash

Podem ser substituídos pelo #setup-chroot.
@ rootgerr, vlw pela dica.
@ edps também tive problemas com o lilo na primeira vez, depois alterei o /etc/lilo.conf e deixei parecido com o que uso no Slackware, aí funcionou tranquilo.

[8] Comentário enviado por chimico em 03/01/2012 - 23:36h

Olá levi, gostaria de saber se na iso oficial contém o wvdial, por que se não houver, eu vi no site que dá para construir uma iso personalizada com os pacotes que quiser.


[9] Comentário enviado por levi linux em 04/01/2012 - 09:02h

Bom dia!
@ chímico

O wvdial está disponível na versão 1.61-3, esse pacotes faz parte da categoria "opt".
Na .iso utilizada nesse artigo ele já vem incluso.

Para fazer o download desse pacote você pode utilizar o comando abaixo:

rsync -aqz crux.nu::ports/crux-2.7/opt/wvdial/ wvdial

Se quiser instalar pode fazer:

# prt-get depinst wvdial

O comando acima checa as dependências e instala o pacote.

Boa sorte!

[10] Comentário enviado por chimico em 15/01/2012 - 13:53h

Obrigado levi, meu interesse no wvdial é o uso de 3G, uma distro que não o tenha como padrão eu nem testo, porque baixando manualmente, sempre dá problemas de dependência, por isso não uso o Arch, ou outras distros que fazem tudo pelo Networkmanager, que comigo nunca funcionou ou funciona quando quer. Esta é a razão por que fico sempre com o Debian e o Slackware.

[11] Comentário enviado por Crux em 20/09/2013 - 07:52h

Espera aí toda vez,que instalo o lilo dar kernel panic,tentarei o grub que é bom :)


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts