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software livre tem aproximadamente três décadas e era, inicialmente, muito desacreditado na época. Poucos especialistas acreditavam no seu sucesso, mas com o passar do tempo, o amadurecimento das tecnologias, o aumento das áreas de aplicação prática, a melhora no modelo de desenvolvimento e a atualização e gerenciamento do software livre, possibilitaram que o mesmo tivesse um crescimento contínuo e estável, suficiente para que seu uso se tornar-se viável nas mais diversas áreas da computação.
Assim, também leva-se em consideração, sua importância no âmbito filosófico e o porque dessa variável ter contribuído para a criação de uma imensa comunidade de membros voluntários, e que até o presente momento, são seus maiores colaboradores.
Hoje, o software livre se expandiu para além do mundo seleto dos experts em informática e passou a ser uma aposta que vem ganhando cada vez mais o mercado e investimentos privados. O software livre parou de ser só uma promessa e mostra-se agora como uma aposta para o futuro. Entretanto, para que se entenda o por que do sucesso do software livre, precisamos conhecer mais um pouco da sua história.
O software antes de 1983
Em meados das décadas de 50 e 60, o software era desenvolvido pela academia e por pesquisadores de grandes corporações, sendo comum na época a distribuição do código fonte por causa da frequente necessidade de adição de novas funcionalidades e correção de bugs. Esta cooperação "primitiva", bastante similar a como funciona o software livre atualmente, era facilmente constatada em vários softwares para o IBM 701, que eram desenvolvidos e mantidos por um grupo de usuários voluntários conhecido como SHARE, e para os computadores da Digital Equipment Corporation, sendo estes desenvolvidos e mantidos também por outro grupo de usuários voluntários, chamado de DECUS(Digital Equipment Computer Users' Society).
Mas o fim da década de 60 trazia consigo uma mudança inevitável:
- Os custos do desenvolvimento de software estavam crescendo bastante, uma grande indústria de software estava competindo para que seus produtos fossem colocados "gratuitamente" pelos fabricantes de hardware nos seus equipamentos (quando se fala "gratuitamente", deve-se ter em mente que o preço do software estava embutido no hardware).
- Os computadores eram arrendados e necessitavam ter um suporte do software, mas que não proporcionavam qualquer receita para os mesmos.
- Já se começava a ver, alguns consumidores que de alguma forma conseguiam suprir melhor suas necessidades e que não queriam pagar pelos custos do software "gratuito" que era embutido no hardware.
Assim, um acontecimento bem interessante em Janeiro de 1969, demonstrou a insatisfação com os softwares embutidos, neste ano, o governo dos Estados Unidos moveu um processo contra a IBM, o governo alegava que a prática de vender hardware com software embutido era anticompetitiva.
Nesta mesma época, já se percebia um crescimento nos softwares que eram vendidos, enquanto que alguns softwares continuavam como eram, livres. Nos anos de 1970 e no início de 1980, começava a percebe-se que a indústria do software estava a tornar comum práticas para impedir que os usuários pudessem estudar e modificar o código, práticas estas que representavam os interesses da indústria do software que, em 1980, conseguiu junto a justiça a extensão da lei de copyright aos programas de computadores.
O rumo que o software estava tomando não estava mais agradando os desenvolvedores da velha guarda.