Olá.
Gostaria de, em primeiro lugar, dizer que este artigo que escrevo não é uma crítica destrutiva, mas sim sugestiva.
Uso
GNU/Linux vinte e quatro horas por dia. Para trabalhar e para coisas mais. Não sou 'muito' de rede social, pois não tenho tempo para conversar sobre futilidades. Nem quando não conhecia computador. Comecei a usar
KDE meio sem querer, quando comprei uma máquina que veio instalada com o
Fenix (diga-se de passagem, na época era como uma derivação qualquer do
Ubuntu Gutsy).
Fiquei por mais de duas semanas esperando um colega meu emprestar-me um CD "crackeado" daquele software, que todo mundo conhece e custa caro. Enquanto isso, fui utilizando o pinguim. Eu que tinha um preconceito besta contra o
Firefox, fui percebendo suas qualidades de navegador e seus complementos de suporte. Fui me apaixonando pelo Sistema Operacional GNU/Linux. Quando meu amigo voltou com a mídia, eu já não queria mais voltar para o Software Proprietário.
Daí, já são cerca de cinco anos utilizando os recursos livres disponibilizados nos repositórios do mundo todo. Já testei o
Kubuntu, meu atual sistema instalado, o
Mepis (Debian),
Knoppix,
Sabayon e o
Debian original.
Dentre estes, tem vários que ainda uso em Live CD, pois cada um tem suas qualidades singulares. Já experimentei o
Megalinux,
SUSE,
BigLinux, HawKpe (que é um CD de manutenção),
Ubuntu,
One OS, e outros mais por aí. E posso afirmar que, destes, os que mais gostei foram o Mepis, o Ubuntu, o Debian e o Knoppix.
Gerenciadores de sessões, já testei quase todos, desde o KDE,
Gnome,
Lxde e até o
Xfce. Fiquei no KDE. Tem muita coisa do Gnome que instalei para usar no kDM, como por exemplo o
Search tool. Gosto muito do sistema e ainda não vi tanta praticidade num sistema, quanto eu vi no GNU/Linux. Parabéns comunidade GNU!
Sei que cada um contribui da maneira que pode e como pode, pois tratando com um sistema livre, não é tão fácil juntar recursos para desenvolver algo, como tem sido até agora nosso querido
Tux.
Ando pelas ruas e ouço pessoas falando de computador, quase sempre dos sistemas da Microsoft; e quando eu falo nos recursos disponíveis no GNU/Linux, me olham com uma cara de: "o quê que este cara está falando?". Quando mostro a alguém o sistema rodando dizem: "Que legal, muito bom, bacana!". Só que não se interessam, e a primeira coisa que falam é : "Deve ser difícil, não?".
Preconceito idiota. Gerado, creio eu, por pessoas que têm medo de mudar. Quase sempre ouço : "Linux é horrível!". "Não gosto. É feio". "Tem que saber de programação para usar". E por aí vai...
Querem saber minha opinião? Eu acho que você instituir um CVT (Centro Vocacional Tecnológico), com cursos de informática para leigos (muito mal ensinados, por sinal) é uma coisa muito boa. Agora, você colocar máquinas com GNU/Linux, bem "furreco", quase sem recursos, num "thinclient", para dar aulas de software pago, chega a ser uma ofensa para a GNU e os usuários de Linux.
Todo mundo sabe que hoje os desktops desenvolvidos pela comunidade são bem completos e com um visual mais moderno. Coisa que, do meu ponto de vista, foi copiado pelos outros. Por exemplo, o visual do KDE.
E quem disse a eles que é difícil lidar com o sistema? Medo de mudar? Preconceito? Não entendo.
Trabalho com eletrônica e, de vez em quando, vem um amigo pedindo para eu trocar o sistema porque não gostou, veio de fábrica assim e eu não conheço, e 'blá blá blá...'
Meu KDE tem tudo que eu preciso. Uso o
Konqueror para fazer quase tudo, desde gerenciar arquivo, ver PDFs, converter imagens, abrir um pacote compactado (seja ele qual for), navegar de vez em quando na Internet, ver filmes e muito mais. Faço tudo isso em um único programa sem ter que mandar abrir num aplicativo externo.
Quando preciso configurar alguma coisa, raramente tenho de recorrer ao
shell e executar comandos. Faço tudo em modo gráfico. Acho isso incrível. Quando comecei a usar o KDE, disseram-me que eu teria que aprender tudo de novo. Mentira.
Agora eu te pergunto: Por quê?
Eu poderia ficar aqui falando sobre o GNU/Linux e suas vantagens, mas todos vocês já conhecem. Acho que o mundo inteiro precisa conhecer também. Mas o que está me incomodando de verdade, é o seguinte:
Comecei usando o KDE 3.5 em uma distribuição usando Ubuntu Gutsy, e até hoje não vi um repositório mais completo e estável do que o Ubuntu Hardy. Usei durante muito tempo o Debian Lenny, também. Para mim os dois melhores. Usava o
Compiz em modo completo dentro do KDE sem problemas de travamento e com pouca memória, cerca de 1 Gigabyte.
O
kaffeine, com uns poucos bugs, me dava tudo que precisava em recurso de mídia de áudio e visual. O
Gwenview lia até MP3, com auxílio do plugin do Xine embutido no player do KDE. O konqueror usava os recursos do Gwenview, do Kaffeine e de outros para exibir arquivos.
Tinha a função
Mouse Over, que eu tanto gostava, principalmente quando precisava visualizar apenas um pedaço do arquivo. Algumas pessoas disseram por aí em alguns fóruns, que isso era chato. Era só desativar, 'ora bolas'. Tiraram tudo isso. O novo Kaffeine não tem a função colocar 'em fila', nem salva automaticamente a lista de arquivos adicionados para leitura. Uso o antigo instalado e trancado para não atualizar no meu
Kubuntu 12.04.
O Compiz do KDE simplesmente não funciona. Já fiz de tudo. Já instalei até PPA's para ver se resolvia o problema, mas sem chance. Meu PC está iniciando pesado, isso por que estou com um
Core i3, numa máquina muito boa e com 4 Gigabytes de memória RAM. Os efeitos do
Plasma são legais, mas passam longe comparados aos do Compiz. Travam muito.
O quê que há velhinho?!!!
O que está acontecendo com os desenvolvedores? Cadê a comunidade? A união? A praticidade? O bonito e rápido?
Estou quase voltando para o KDE 3.5 ou o Gnome2. Todo mundo tem direito de escolha e não se pode reclamar de algo que nos é dado de graça. Lembrem-se de que não estou reclamando de 'barriga cheia' e nem estou detonando ninguém. Esta é apenas uma crítica sugestiva.
Hoje há recursos muito melhores no novo GNU/Linux, sem dúvida. O Kubuntu está mais robusto e melhor gerenciado. Existem programas mais eficientes nos repositórios. Mas estão deixando de lado muita coisa boa também.
Antigamente eu usava o
Gparted para gerenciar minhas partições, hoje no KDE não dá. Tiraram muita coisa dele, como por exemplo, alguns tipos de permissões e gerenciamento. O
Dolphin só se reparte em dois e não em várias janelas como no konqueror. O sistema de pré-visualização do Dolphin não tem auto-play.
O
Rekonq fecha toda hora sozinho. Cadê o
Kbfx e o painel totalmente configurável? Hoje, se eu quiser um painel transparente, tenho que instalar um tema que dê suporte a isso. E as pré-visualizações em
Thumbnails do Konqueror. Era só colocar o mouse em cima de um arquivo de mídia que ele nos mostrava e, no caso de fotos, o que queríamos ver.
Você vai me dizer: o Dolphin faz isso. Só que em barra lateral. E o
Nautilus? O que é aquilo? Não chega nem aos pés do antigo. Se frustração tivesse outro nome, provavelmente seria minha 'xará'.
Se importar com rede social e
Cloud Computing é importante? É. Mas deixar de lado a funcionalidade e a praticidade, não nos fará sair dessa linha perene em que nos encontramos agora.
Estive dando uma olhada nas evoluções dos SOs por aí. Nós não demos um passo acima na escala de usuários. Continuamos iguaizinhos ao ano passado. Convenhamos, para a maioria dos fabricantes, Software Livre não interessa, nem mesmo ao Governo, que não recebe impostos por isso.
Talvez você não concorde e considere tudo isso que eu falei uma bobagem, mas um desktop bem configurado do GNU/Linux 'dá de dez a zero' em qualquer outro que eu já tenha visto. Espero que os desenvolvedores tragam de volta ao KDE 4, tudo aquilo que foi tirado de bom que existia no KDE 3. Ou, que apareça uma 'santa alma' para reconfigurar isto tudo de volta.
Desculpe, mas para quem trabalha, Facebook é só mais um meio de ganhar clientes. Messengers servem apenas para contatar fornecedores e negociar gastando menos, pois telefonia custa caro. E integração na rede, reafirmo que é importante, mas fachada bonita não faz um restaurante famoso, nem embalagem bonita faz um produto bom ou gostoso.
Espero ter sido claro nas minhas palavras, e que não seja mal entendido pelo que expus aqui. Gosto do GNU/Linux mais que qualquer outro Sistema Operacional, e gostaria de envelhecer usando, ensinando e falando bem dele para todo mundo que eu conheço.
PS: Continuarei usando a nova versão até que ela me agrade de verdade, ou voltarei para o antigo KDE 3.5. Sei lá.
Viva a liberdade!
Se você gosta desta liberdade, ofereça-a aos outros também.