Estressado pela ingrata guerra pela evangelização do software livre, onde me deparo com argumentos reciclados dos anos 90 como "Linux é difícil", "tem que compilar programa", "só especialista consegue usar", "não tem driver para dispositivo" e outras heresias, eu desabafo:
A ignorância é uma benção. Esta é uma das mais sábias frases já criadas. Todos os dias vejo ao meu redor um monte citações explícitas ou implícitas a este dito ou mesmo uma boa oportunidade para citá-lo.
Agora mesmo, pesquisando sobre a célebre frase me deparei com um blog impagável,
leiam e saberão do que estou falando. Lembrei também de ouvir uma frase de Homer Simpson (sou fã do seriado): "Deus deve está muito ocupado: criando tufões ou não existindo". Num outro episódio, Lisa, a menina inteligente e contestadora é tomada por uma forte depressão quando conclui que o mundo caminha para o caos. Lisa então toma "Ignoreitall" e passa a ver um mundo de carinhas seridentos.
Com relação ao grau de ignorância, eu vejo três tipos de pessoas:
1) O alienado: É representado aqui pela menina do comentário sobre Maria da Penha, ignora a realidade, prefere ver o mundo pelos olhos dos outros (televisão, moda, amigos). São pessoas felizes e envelhecem lentamente.
2) Parcialmente alienado: Pode ser representado pelo Homer (apenas) da frase acima (normalmente Homer é alienado), pode conhecer a realidade, mas não está nem aí pra ela, conforma-se. Não procura o conhecimento, mas pode adquirí-lo. Quando está diante de uma tomada de decisão, prefere seguir a maioria para não sofrer. Odeia quem toma partido (crentes, ecologistas, esquerdistas, vegetarianos, opensourcers etc).
3) Engajado: É a Lisa sem "Ignoreitall", preocupa-se com o mundo em vive, busca fazer sua parte e faz campanha pra "evangelizar" o próximo. Sente-se feliz por ter descoberto o nirvana, mas vive se defendendo da acusação (quase sempre justa) de ser chato. Vive em busca do conhecimento necessário para defender suas doutrinas, mas torcendo para não descobrir que está errado. Vive pouco e branqueia os cabelos precocemente.
Recentemente descobri que posso ser um engajado parcialmente alienado, basta tomar doses homeopáticas de "Ignoreitall" (cuidado, não abuse), assim posso eventualmente descobrir o nirvana e ao mesmo tempo andar e cagar para quem não me acompanha, e eventualmente rir de sua desgraça, quando caçam o cara em quem ele votou ou quando um vírus destrói o computador deles.
Abaixo o neo-liberalismo!
Salve o planeta!
Open source now!
Viva o Linux!
Opa, hora do remedinho...
Se houvesse justiça (não confundir com Justiça), a iniciativa da reparação deveria partir espontaneamente do própro Faustão, do Gordo, da Globo enfim.
Mas tem gente arrogante que fala m**** e acha que todos devem engulir. E ponto final.
O programa não depende apenas do apresentador, pois tem uma equipe de produção que certamente deveria ter dectado a mancada.
Já aconteceu com o Silvio Santos de ele por brincadeira rasgar uma cédula de dinheiro para pagar um prêmio a dois candidatos que teriam empatado (metade para cada um). A produção tirou o programa imediatamente do ar e o Silvio voltou logo em seguida se retratando, pedindo desculpas aos telespectadores e explicando que rasgar dinheiro é crime, etc. etc.
A coisa funciona - ou deveria funcionar - assim.
Quem se lembra daquela declaração da mãe do Collor (dona de estação de TV conveniada com a Globo) com referência ao saudoso Tião Macalé?
Algo como ter "nojo daquele crioulo desdentado aparecendo na TV"...
Não deu nem sequer em pizza, e ELE foi o único prejudicado.
Aconselhado a não processar a tal mulher, ele acabou perdendo próprio o emprego.
Violação claríssima da Lei Caó e das leis trabalhistas.
Mas a nossa memória é curta, não é?
Felizmente e nossa justiça falha mas a de Deus é infalível.
Dona Maria da Penha não pode estar tão errada assim. É ELA quem está em cadeira de rodas, e merece NO MÍNIMO um pouco de sossego e sobretudo respeito.
PS:
Muito embora a ignorância ingênua seja uma bênção, o excesso de ignorância é uma maldição.