No dia-a-dia, como muitos de nós somos apressados, alguns ocupados e outros nem tanto, e diante dos sucessos e fracassos, tendemos a copiar os sucessos, para evitar reinventar a roda.
Nesse pensamento, fazemos upload de arquivos .conf aqui para o VOL e mantemos alguns conosco, dos quais uns criamos para nosso próprio equipamento e outros baixamos do VOL e de outras fontes, para evitar passarmos por aperreios desnecessários.
Hoje eu formatei meu notebook Amazon, por entender que estava ruim meu esquema de particionamento. Uso esta máquina somente para ler um pouco, digitar alguma coisa ou ver filmes, pois tenho um outro note véio para as batalhas e o fiel desktop. O HD da "coisinha" serve como segundo becape.
O sistema operacional que estava ali era o Ubuntu 9.10 e resolvi apagar tudo e reinstalar, pois o Gparted é muito bom para algumas coisas e péssimo para outras. O que eu não gosto: o redimensionamento e mudança de início e fim de partições. O tempo gasto é maior do que fdiskar e rsyncar tudo de novo, com sucesso duvidoso -- pra não dizer que não dei uma chance, tentei, mas ele deu um segfault e morreu...
Agora entra o cuidado com os arquivos .conf. Não é que estes arquivos venham com malware. Longe disso. É coisa de detalhe, que não está óbvio.
Precisei pegar o xorg.conf no pendrive, pois uso a tal SiS 671/771 Mirage 3 em 1280x800 com VESA, o que só é atingido com o uso de um xorg.conf preparado (está aqui no VOL como xorg.conf-16).
Surpresa! Ao copiar o xorg.conf para /etc/X11 e reiniciar o X, este simplesmente se recusou a iniciar, reclamando que não havia telas etc, me deixando com um console preto e triste. Só que eu já havia usado esse xorg.conf "n" vezes e nunca deu erro. Sabia que ele estava certo.
Abri-o com o nano e olha lá: DOS text.
Pronto! Para quem não sabe, o DOS/Windows cria as linhas de forma diferente do Unix/Linux: eles usam dois caracteres, quais sejam "\r" (carriage return) e "\n" (new line), enquanto o
Linux usa somente o "\n" e o MacOS (hoje com o OsX, a coisa deve ter se "Unixificado") somente o "\r" (que bagunça, né?).
Este caractere a mais, que vem do Windows, nem sempre é perceptível, pois é um caractere "invisível a olho nu". Mas basta o crivo de um editor no Linux para ver os "^M" no texto, que se refere ao caractere oculto que o sistema lê e faz confusão, pois, no meu caso, o X deve ter interpretado como sendo as opções e seções do xorg.conf.
A solução aqui foi editar, apagando manualmente e salvando o arquivo. Prontinho! Funcionou perfeito.
Mas para automatizar a coisa, existem os programas
fromdos e
todos, um para receber arquivos DOS no Linux e outro para enviar o arquivo do Linux para o DOS, pois em um e outro casos, ele se encarrega de quebrar as linhas corretamente.
Ai ficaria:
fromdos < texto.dos > texto.linux
Ignoro a procedência do meu xorg.conf, mas como ele estava na partição FAT16 do meu pendrive, desconfio que baixei-o de algum XP em algum lugar...
A moral da estória: verifiquem seus arquivos texto de configuração antes de reclamar do sistema.
Até a próxima!
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