Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 16/12/2008 - 07:11h
Interessante essa de "RH negativo".
Tenho presenciado ao longo do tempo distorções do tipo:
- Operador de computador "com 2 anos de prática no Windows 95" (esse anúncio saiu em 1997, ano em que finalmente saiu do papel o tal Windows);
- Operadora de telemarketing "com boa aparência";
- Operadora de telemarketing "com disponibilidade para serviços externos";
- Empresa oferecendo vaga para CHEFE DE ESCRITÓRIO, exigindo curso superior completo (até aí tudo bem, mas não importava em que área (administração, direito, engenharia, odontologia, teologia, etc.). Era apenas um capricho de RH-maníaco.
- Motoboy credenciado pelo CREA (Essa é o cúmulo da cara-de-pau):
- Programador nas linguagens tais, tais e tais, e mais com um monte de habilidades específicas, sendo "imprescindível que more em Jacarepaguá" no Rio de Janeiro.
(Esse bairro deve ter entre seus residentes uma verdadeira multidão de tecnólogos, programadores, analistas... No entanto, não concentra tantas empresas assim).
Quer dizer que o local de residência é mais importante que as muitas habilidades do candidato.
Ninguém terá a oportunidade de aprender "tudo", pois terá de "atirar de chumbinho" na direção das tecnologias atuais e futuras.
O futuro da informática tem um certo grau de incertezas.
Quem apostou no Visual Basic ou no Fox Pro, ou mesmo no Access, está vendo seus dias contados.
Não poderá depender disso, porque a própria Microsoft puxou o tapete desses profissionais.
Dessa forma, achar um profissional com certo tipo de treinamento e/ou habilidades específicas vai depender de sorte, coincidência e outros fatores aleatórios.
Nenhuma faculdade pode capacitar seus alunos a saberem de tudo durante todo o tempo, com a profundidade que certas empresas irão requerer.
Aliás, qual faculdade tem em seu currículo oficial o ensino do uso correto de uma simples impressora, ou a programação em PCL ou Yabasic?
No entanto, profissionais com tais habilidades eventualmente serão requeridos em algum lugar da face da Terra.
Certos aprendizados especiais dependerão unicamente da boa-vontade do próprio profissional.
E nesse ponto será interessante a cada um procurar não se especializar tanto em um só assunto, mas ter uma visão panorâmica de tudo o que o mercado de trabalho está requerendo.
Contudo, é bom lembrar que "o homem dos sete instrumentos não toca nenhum deles bem".
Então, o profissional tem de escolher entre ser um "virtuose" de uma só tecnologia ou um "beijaflor" entre tudo que existe no mercado.
Alea jacta est! (A sorte foi lançada!)
(Será que não tem por aí ninguém precisando de colaborador de Linux que saiba um pouquinho de Latim?)
Há uns 40 anos atrás, nos Estados Unidos saiu um anúncio assim:
"Precisa-se de um literato com profundo conhecimento dos clássicos, para redigir anúncios de um novo dentrifrício".