paulo1205
(usa Ubuntu)
Enviado em 31/07/2013 - 15:59h
brunorf escreveu:
marcelomauro, apenas uma correção
Com 8 bits tem-se 256 combinações diferentes, não 128, ou seja, o intervalo possível é de 0 a 255.
Você foi muito bondoso de fazer apenas uma correção. Tirando partes da mensagem que eram simplesmente incompreensíveis (a segunda metade do primeiro parágrafo) e do erro que você já apontou, tudo o que sobra são mais informações incorretas ou imcompletas:
* "por causa do tamanho de uma palavra nos computadores antigos": O ASCII não surgiu por causa de computadores, mas para equipamentos de comunicação mais simples em sua natureza (impressoras, teletipos, telex etc.).
* "computadores antigos que tinham 8 bits": O Z4, primeiro computador comercial, tinha palavras de 32 bits; as do EDVAC tinham 44 bits e as do BINAC tinham 31 bits. Na época em que o ASCII foi criado, os mainframes comumente tinham palavras de 36 bits, e algumas arquiteturas menores usavam 9, 12, 18 ou 24 bits. Computadores de oito bits só se tornaram mais comuns mais recentemente, coisa da década de 1970, depois de já existir o ASCII. O que fez com o tamanho de oito bits (e também de múltiplos de 8, como 16 e 32 bits) ficasse popular foi, em parte -- e por incrível que pareça para quem cresceu com o ASCII já estabelecido --, foi o EDCDIC da IBM, e também a escolha pela AT&T da codificação µLAW de oito bits para fazer a digitalização da telefonia de voz.
* "A escolha das letras obviamente privilegiou o alfabeto latino na versão inglesa, isto é, não havia interesses para caracteres tais como á, è, ã, etc...": Aqui vai uma quase-verdade. Interesse até havia, mas não era uma prioridade. A prioridade era ter um código com a menor quantidade possível de bits, mas suficiente para acomodar todos os símbolos essenciais à comunicação clara e segura (sobretudo militar).
Letras acentuadas de fato não fazem parte do alfabeto da língua inglesa, simplesmente porque não são parte do alfabeto original da língua latina. O Inglês tem, sim, palavras em seu vocabulário culto que devem ser escritas com acentos. Só que, assim como grande parte das línguas europeias modernas que utilizam marcas diacríticas sobre as letras latinas, não se consideram como essencialmente diferentes as letras marcadas das não-marcadas. Tal é o caso do nosso Português, que ensina que o sinal "Ã" é 'a letra "A" marcada com um til', não uma letra distinta de "A". Francês, Italiano e Alemão seguem pelo mesmo caminho, sendo que este último tem inclusive regras muito bem definidas para escrever com grafias alternativas suas palavras contendo marcas diacríticas, se tais marcas não estiverem disponíveis (por exemplo: escrever "ae" quando não se puder escrever "ä"). Além disso, num caso genérico, há muito mais marcas diacríticas do que as que costumamos ver nas línguas da Europa Ocidental, aplicadas sobre uma quantidade muito maior de letras do que simplesmente sobre as vogais e o "N".
E isso pode parecer estranho hoje, mas a verdade é que o ASCII tinha uma forma de acentuar, com os equipamentos da sua época, virtualmente qualquer letra com vários dos acentos mais comuns nas línguas europeias ocidentais: imprimir a letra, e em seguida enviar o caráter BS (
backspace) seguido do acento a ser aplicado. Desse modo, "á" era produzido com "a"+BS+"'", "ñ" com "n"+BS+"~", e "ç" era feito com "c"+BS+",". Quem trabalhou, como eu mesmo trabalhei, com impressoras matriciais ou mesmo máquinas de escrever se lembra muito bem que as aplicações se valiam disso extensivamente (se o resultado era visualmente bom, especialmente com letras maiúsculas, é outra história). Até hoje, aliás, aplicações do Linux como o
man, o
more e o
less usam essa técnica de "caráter+BS+outro caráter" para produzir símbolos especiais, letras sublinhadas, letras em itálico ou letras em negrito.