lcavalheiro escreveu:
E mais uma vez me invocam das profundezas adamantinas dos domínios do Papai do Chão hehehehe
Ok, galera, eu li e reli, e estou vendo que nego está esquecendo da caceta do básico. Vamos nós:
Sobre compilação e SlackBuilds
Então, a gente aprende logo de entrada que para compilar um source basta um
$ ./configure && make
# make install
Legal, mas esse jeito tem dois defeitos. O primeiro é que, ao contrário do que muita gente pensa, ./configure não é um comando do shell, mas um script normalmente providenciado pelo autor do código para ser rodado antes da compilação em si (que é feita pelo
make). Se por alguma razão o ./configure não existir, não adianta seguir essa receita de bolo! O segundo ponto é que instalar desse jeito faz com que os arquivos sejam postos nos lugares certos mas que o programa não seja visto pelos gerenciadores de pacotes do Slackware (o pkgtools e o slackpkg). Então, imagina como vai ser na hora de remover ou atualizar a criança? Nem todo programa é desinstalado corretamente pelo
# make uninstall. Olha o Ubuntu (ie, bolo de fezes) feito.
Um script SlackBuild não apenas compila, ele cria o pacote. Essa é a diferença fundamental. Se você ler o artigo do camarada lordello,
https://www.vivaolinux.com.br/artigo/Criando-pacotes-no-Slackware (sim, o artigo é de 2004 mas é ainda válido e atual), vai ver que a criação de um pacote para o Slackware envolve uma série de passos e detalhes importantes. A função do SlackBuild é cuidar da realização desses passos. Qual é a vantagem disso? Bem, ao se alterar algumas variáveis dentro do script você poderá usá-lo para compilar outras versões do source (vide a dica
https://www.vivaolinux.com.br/dica/Slackware-Duas-formas-de-preguicoso-de-usar-o-SlackBuilds), por exemplo. A vantagem do script SlackBuild sobre a compilação na munheca é a economia de tempo a longo prazo. Parem para ler os sources do Slackware, e vocês verão que há scripts SlackBuilds que o Cara usa desde 2005 pra criar os pacotes.
Coisas demais na instalação full do Slackware
Realmente, tem coisas demais na instalação full do Slackware. A proposta da distro, porém, é entregar ao usuário um sistema pronto para ser cliente ou servidor em 95% dos cenários possíveis pelo menos. Principalmente por conta da parte "servidor" da afirmação anterior, o Slackware vem por padrão com coisas demais. Mas quantas são as distros que você pode instalar e ter um LAMP sem instalar pacotes adicionais? Que eu saiba, só Slackware.
Questão PulseAudio
Ah, o PA... Enquanto o lixo do Poettering estava envolvido com o projeto, não dava pra usar aquela porqueira mesmo. Porém, quando ele saiu do projeto a galera do KDE se sentiu confortável para usar o PA como dependências para alguns de seus pacotes (tipo o bluez, o pacote referenciado pelo coleguinha aí em cima). Como o KDE é ambiente de área de trabalho "padrão" do Slackware, o resultado foi que se tornou necessário enfiar o PA na distro, o que aconteceu oficialmente na versão 14.2. De minha parte eu fiquei feliz: o PA 8 é bem estável e permite coisas legais na parte de áudio, coisas impossíveis de serem feitas com o ALSA puro.
Sobre a versão mais usada
Os grandes nomes da distro a nível mundial (Eric Hameleers, aka AlienBOB; Wily Sudiarto Raharo; Matteo Bernadini; Ryan McQueen; e, pelo o que vocês dizem, eu) usam o Slackware Current. Entretanto, nenhuma versão da distro foi oficialmente descontinuada: por um preço, tio Pat prestará suporte até ao Slack 3.0.
Verdade seja dita, há um saudosismo em cima do Slack 11. Mas particularmente eu sou Slack Current desde 2008 e não saio mais dele.
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Dino®
Vi veri universum vivus vici
Public GPG signature: 0x246A590B
Só Slackware é GNU/Linux e Patrick Volkerding é o seu Profeta
Mensagem do dia: Satã representa conhecimento sem limites e não auto-ilusão hipócrita.
Como sempre, a explicação completa. ;-D