Software livre em universidade

1. Software livre em universidade

Waldevino M. Basilio
wmbasilio

(usa Debian)

Enviado em 14/08/2009 - 16:48h

Boa tarde.
Sou representante dos Técnicos no Conselho Universitário da UFMS e apresentei a proposta de implantação de software livre na Instituição.
Uma professora me fez o questionamento que segue:
"Ao ler o seu e-mail fiquei preocupada e resolvi encaminhar as considerações abaixo:

Gostaria de saber se para a sua proposta levou em conta que os cursos que trabalham com imagem utilizam programas gráficos como Corel Draw, PhotoShop, softwares de CAD para desenho arquitetônico em 2D e 3D e Studio 3D entre outros programas gráficos que não rodam tão bem assim no sistema operacional Linux.
Programas de Windows não rodam no Linux a não ser por emulação, softwares emulados nem sempre rodam e quando rodam, apresentam problemas e oferecem um desempenho muito ruim.
Infelizmente não existem softwares gráficos livres que atendam todas as necessidades dos usuários e que possam ser substituidos totalmente pelos softwares gráficos pagos, entretanto, vejo a possibilidade da UFMS estabelecer algum tipo de convênio com empresas tipo Microsoft que oferecem parcerias para o ensino utilizando seus softwares.
Quanto ao ítem "5) O usuário que quiser utilizar software pago terá toda responsabilidade sobre o mesmo assumindo todos seus encargos e responsabilidades", não vejo bem assim, para a questão cabe cautela, como exemplo coloco o CAD que é utilizado em arquitetura, não cabendo aos professores se responsabilizarem pela aquisição deles, no curso de artes visuais o mesmo ocorre com o Photoshop e o Corel Draw.
Há programas que não podem ser substituidos pois são os mais utilizados profissionalmente,(no mercado de trabalho) entretanto, se for para texto apenas, quem sabe pode ser avaliado.

Att.,

Maria Alice Porto Rossi
Coord. Artes Visuais"

Gostaria de saber o seguinte:
1) procedem os argumentos dela?
2) em caso afirmativo, qual seria a solução?
Desde já agradeço se me responderem.

Waldevino Mateus Basílio
wmbasilio@cptl.ufms.br



  


2. Re: Software livre em universidade

marcio hideo
hideoux

(usa OpenSuSE)

Enviado em 14/08/2009 - 17:17h

Bom, eu tive uma experiência muito chata há anos atrás,quando fazia sistemas de informação numa renomada universidade do paraná...
me propus a organizar e ministrar um curso de linux básico para quem se interessasse com o objetivo de depois organizar um grupo de estudos com os mesmos...
A universidade (que em relação a todo o resto nunca deixou a desejar) não se interessou e não moveu uma palha... Mas deixou que usássemos as máquinas com live-cd. Em consequência, o grupo morreu...
Depois de um tempo eu fui entender: além do convênio que a universidade tem com a microsoft, alguns professores também têm seus "acordos" e favores...

No começo do ano, na instituição de ensino na qual trabalho, recebemos um representante da microsoft com um professor da univerisdade estadual que há aqui na cidade para implantar um curso online da microsoft. o professor "não ganharia nada com isso, seria apenas um trabalho social...".

Pois bem... pode ter certeza de que se essa professora não ganha ainda, quer ganhar com uma possível parceria com as empresas de software... E o papo é sempre esse: "vamos fazer uma parceria"... Não dá para diminuir o interesse desses professores. É muito vantajoso ser usado pelas empresas de software (para as empresas de software essas parcerias é lucro).

Mas voltando às suas pergunta,
Verifique o que o governo do Paraná (e e contrapartida o que o governo de SP) fez. A migração do estado só foi possível mediante decreto (LEI!). Mesmo assim, as universidades continuam gastando fortunas com softwares proprientários!
Ou a migração vem de cima para baixo, ou é quase impossível.

Pense a respeito:
Por que um curso precisa de Photoshop? Quanto custa para a universidade todos os pacotes que usa? Por que ainda não usa GIMP?
Existem pacotes de softwares nacionais muito mais baratos que o AutoCad, com praticamente todas as mesmas funções. Eu já rodei no linux e deu pouquíssimos problemas. Por que o convênio não pode ser feito diretamente com essa empresa nacional, para desenvolver para linux, inclusive para que os alunos da universidade possam aprender na prática a respeito de desenvolvimento de software?
Corel Draw roda em linux, mas por que é necessário ficar preso a esse software caríssimo, se o mais importante é a criatividade do aluno? Há outros softwares vetoriais.

A realidade é que os professores com cabeça antiga ou que ainda sonham em ganhar o seu não querem saber de software livre!

Solução: Ou a ordem vem de cima para baixo, ou você terá de documentar muito bem todas as soluções para a implantação de sistemas livres. Documentação de verdade...

abraço,
hideo


3. Re: Software livre em universidade

Joao
stack_of

(usa Slackware)

Enviado em 14/08/2009 - 20:15h

Uma mudança radical e imediata esta fadada ao desastre. O Linux convive perfeitamente com o Windows, mas a recíproca não é verdadeira. Portanto, uma proposta plausível é começar a utilizar softwares livres (OpenOffice, GIMP), para que os usuários se habituem.
À medida que as dificuldades iniciais são superadas algumas estações de trabalho já podem ser substituidas por Linux sem perder produtividade. A partir desse ponto uma migração definitiva passa a se tornar uma realidade, preservando algumas estações pontuais com Windows para serviços específicos (manipulação de gráficos, som, etc) e substituindo o sistema operacional das máquinas e servidores.


4. Re: Software livre em universidade

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 14/08/2009 - 21:45h

Não é porque gostamos de software livre (SL) que vamos tapar o sol com a peneira.

Uma grande parte do que a Da. Maria Lice disse realmente procede. Alunos de cursos de Artes Visuais, Arquitetura e Engenharia realmente precisam aprender usando software proprietário, Windows e até mesmo Mac.

Mas isso não impede que uma grande parte do custo suportado pela universidade em questão seja cortada pelo uso de SL. Veja-se o exemplo de empresas públicas como o Metrô de São Paulo e o Banco do Brasil.

Concluindo, uma migração gradual e bem pensada vai certamente gerar benefícios para a instituição, inclusive por conta da sobra de recursos para investir em software proprietário onde ele é realmente necessário.






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