Boot Linux - o que acontece quando ligamos o computador

O artigo tem como objetivo principal mostrar as particularidades que envolvem o processo de boot (inicialização) do sistema operacional GNU/Linux.

[ Hits: 70.100 ]

Por: Luiz Vieira em 13/07/2009 | Blog: http://hackproofing.blogspot.com/


Os gerenciadores do boot



O LILO

O LILO é um acrônimo para a expressão inglesa LInux LOader que, em português, significa carregador de Linux. É um bootloader, gestor de arranque ou gerenciador de Sistemas Operacionais. Permite configurar o arranque (Boot) de múltiplos sistemas operativos na mesma máquina (não simultaneamente).

Para isso, instala-se nos primeiros 512 bytes de qualquer dispositivo de armazenamento (MBR), imediatamente antes da tabela de partições. Como tal, é independente do(s) sistema(s) operativo(s) instalado(s) e seus sistemas de arquivos, mas é, obrigatoriamente, escrito em código-máquina, é fortemente dependente da plataforma.

O LILO permite escolher um de dezesseis kernels possíveis, cada um contendo opções específicas.

O GRUB

Em computação, GNU GRUB (ou apenas GRUB) é um multi-carregador de um sistema operacional (multi boot boot-loader) criado pelo projeto GNU. É utilizado, normalmente, quando se deseja que um computador tenha dual booting, ou seja, que o usuário possa escolher ao iniciar a máquina, um sistema operacional (SO) dentre dois ou mais sistemas instalados. Em termos técnicos ele é um programa que pode carregar qualquer arquivo executável com um cabeçalho multi boot nos seus primeiros 8 kB. Este cabeçalho consiste numa sequência de bits com: 32 bits de um "número mágico", 32 bits de flags mais 32 bits de um outro número mágico seguidos pela imagem do arquivo executável.

O GNU GRUB foi desenvolvido a partir de um pacote chamado GRand Unified Bootloader, de onde deriva o acrônimo GRUB. O sistema operacional GNU utiliza o GRUB, assim como muitas distribuições GNU/Linux.

Enquanto os "carregadores" tradicionais mantém uma tabela de blocos no disco rígido, o GRUB pode rastrear o sistema de arquivos. Na sua versão do ano 2005 ele suportava os seguintes sistemas de arquivos:
  • ext2/ext3/ext4;
  • JFS da IBM;
  • Iso9660;
  • o sistema de arquivos do Minix;
  • NTFS;
  • ReiserFS;
  • SGI's XFS;
  • UFS/UFS2;
  • VFAT, assim como os sistemas FAT16 e FAT32 utilizado pelo Microsoft Windows;
  • o sistema nativo VSTa.

O GRUB também suporta a instalação em disquetes.

Outro carregador popular é o SYSLINUX.

Atualmente em desenvolvimento, o GRUB 2 substituiu o GRUB que passou a chamar-se GRUB Legacy (ou, em português, GRUB legado). O desenvolvimento do GRUB 2 pretende fundir as fontes com o projeto PUPA para criar a próxima geração do GNU GRUB.

O GRUB suporta a adição de 14 cores em substituição ao fundo de tela negro. Algumas distribuições que incluem o GRUB utilizam fundos de tela customizados. Os usuários também podem incluir as suas próprias customizações.

O processo de carregamento do sistema operacional, usando o GRUB:

1. o BIOS busca um dispositivo que faça o carregamento do SO (normalmente um disco rígido) e move o controle para o MBR ou Master Boot Record. O MBR é situado nos 512 primeiros bytes do disco;

2. o MBR contém o estágio 1 do GRUB. Dado o pequeno tamanho deste estágio, ele apenas carrega o próximo estágio do GRUB (que pode residir em qualquer locação do disco). O estágio 1 pode carregar o estágio 1.5 ou o estágio 2 diretamente;

3. o estágio 1.5 é localizado nos 30 primeiros Kb do disco imediatamente após o MBR. O estágio 1.5 carrega o estágio 2;

4. o estágio 2 recebe o controle, e mostra ao usuário o menu com as opções de sistemas operacionais instalados no sistema;

5. o GRUB carrega na memória o núcleo (kernel) do SO escolhido (ou o padrão) e passa o controle a este núcleo. (Para sistemas operacionais que o GRUB não suporta totalmente, o controle é passado para outro carregador que continua o processo até carregar o núcleo em memória).

Página anterior     Próxima página

Páginas do artigo
   1. O Boot
   2. Os gerenciadores do boot
   3. Organização do Boot do Linux
   4. O Boot no Linux - Conclusão
Outros artigos deste autor

Armitage: a nova interface gráfica do Metasploit

Instalação do Wonderland Server

Uma pequena introdução ao Assembly para Linux

Linux no Pendrive

Análise de Malware em Forense Computacional

Leitura recomendada

Um tour pelo skin do Viva o Linux para aMSN

Flatpak: usar ou não usar?

Mamãe, quero Arch! (parte 2 - final)

Chakra Linux - Apresentação, instalação e configuração

Apresentando o Linux Mint LXDE Edition

  
Comentários
[1] Comentário enviado por darkhscosta em 15/07/2009 - 22:38h

Muito bom o artigo Luiz. Apesar de não haver entrenós intimidades ou familiaridades, venho com certa liberdade lhe dizer q se trata - dentro de meu leigo conhecimento - de um material de referência muito claro e eficiente, tanto para leigos como também acho que os mais experientes também o podem colocar num "post-it" para eventual consulta.

Parabéns!

[2] Comentário enviado por BrunoEstevao em 03/05/2010 - 11:22h

Opa... Muito legal seu artigo. Simples e explica bem
Valeu,

Bruno Estevao
www.sempihost.com.br

[3] Comentário enviado por nicolo em 27/01/2011 - 07:45h

Apenas curiosidade:
O dicionário americano de etmologia define o termo boot como muito antigo (middle english). Basicamente significa botas ou sapatos curtos em contraste com a s botas longas.
Foi utilizado em 1944 para inicialização de recrutas "boot camp", como gíria para colocar as botas pela primeira vez.
Segundo o dicionário de etmologia (origem das palavras) o termo original pode ter vindo do germânico ou norse (escandinavo antigo), também do grupo germânico.

Quando utilizado em informática o termo já existia.


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts