Hoje, o Software Livre (SL) não pertence apenas a grupos de pessoas, comunidades e nerds, compartilhando códigos e mais códigos. O ambiente do SL é usado por empresas, órgãos públicos, entre muitos outras organizações. Mas teria como ganhar dinheiro utilizando SL?
Empresas que possuem softwares proprietários disponibilizam somente os binários (executáveis) dos programas, sem o código fonte, permitindo acesso apenas à instalação e utilização, sendo impossível estudar, alterar, modificar ou redistribuir o software (ao contrário das licenças do SL).
Quem utiliza aplicativo proprietário, precisa obter a licença para instalação. Alguns fabricantes utilizam uma forma de vender seus produtos chamando-os de freeware. São aplicativos semi livres com restrições e bloqueio de recursos, cujo desbloqueio implica na compra de sua licença.
Quem utiliza software proprietário sem obter a licença para instalação do mesmo está na ilegalidade, o que pode acarretar problemas judicias para o usuário ou a corporação. Já quem paga pela licença, cujo objetivo é arrecadar dinheiro, não compra o software em si, pois sempre que precisar instalar o mesmo aplicativo em outra máquina, terá que comprar mais licenças e assim sucessivamente.
E o Software Livre? Como arrecada dinheiro?
O Software Livre é constituído da colaboração entre usuários, comunidades e empresas. O produto tendo caráter livre, deve se basear nas quatro liberdades da Licença GPL, possibilitando ao usuário:
1º) Executar o programa a qualquer propósito (liberdade 0);
2º) Estudar o programa, tendo acesso ao seu código fonte e modificar o mesmo (liberdade 1);
3º) Redistribuir cópias com as suas modificações (liberdade 2);
4º) Aperfeiçoar o programa e disponibilizar a toda comunidade (liberdade 3).
Para desenvolver um Software Livre, primeiramente pense no modelo de negócio, quais licenças serão adquiridas, como será o envolvimento com a comunidade, seus líderes (uso da meritocracia: quanto mais faz parte do projeto, mais responsabilidade possui), entre outros detalhes importantes.
Entre as principais licenças, podemos citar algumas, como:
- A licença
GPL, que a se constitui das quatro liberdades citadas, mantendo os direitos do autor, mantendo os direitos do usuário e restringindo qualquer mudança na licença conforme ela foi adquirida, visando proteger a liberdade;
- A licença
BSD, utilizada pelas distribuições
FreeBSD,
OpenBSD,
netBSD, dentre outras. Permite a modificação e redistribuição comercial ou proprietária do código, não pretendendo retornar as mudanças para comunidade ou pagar pelo seu uso;
- A licença
Copyright, utilizada em softwares proprietários, onde o usuário paga por licença de uso do software, sem permissão de estudo, cópia ou redistribuição do mesmo.
Se a empresa não faz a parte de desenvolvimento, existem várias outras formas de ganhar dinheiro sem programar! Podendo por exemplo, realizar instalação e configuração de aplicativos, promover cursos e treinamentos em empresas que tenham interesse em Software Livre. O mercado é bem amplo, mobilizando um número muito grande de pessoas, comunidades e empresas. Podemos citar exemplos de empresas de grande porte como
IBM,
Dell,
Red Hat,
Novell, entre muitas e muitas outras, que contribuem com ideias, propaganda, trabalho voluntário e/ou vendendo computadores com
Linux.
Percebemos o Software Livre consolidado e gerando lucros. Pensar em não implementá-lo, será lutar contra o mercado de novas tecnologias e negócios. Adote!
Publicado pelo autor na revista Espírito Livre:
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