É possível ganhar dinheiro com Software Livre?

Hoje, o Software Livre (SL) não pertence apenas a grupos de pessoas, comunidades e nerds, compartilhando códigos e mais códigos. O ambiente do SL é usado por empresas, órgãos públicos, entre muitos outras organizações. Mas teria como ganhar dinheiro utilizando SL?

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Por: Perfil removido em 23/12/2011


É possível ganhar dinheiro com Software Livre?



Hoje, o Software Livre (SL) não pertence apenas a grupos de pessoas, comunidades e nerds, compartilhando códigos e mais códigos. O ambiente do SL é usado por empresas, órgãos públicos, entre muitos outras organizações. Mas teria como ganhar dinheiro utilizando SL?

Empresas que possuem softwares proprietários disponibilizam somente os binários (executáveis) dos programas, sem o código fonte, permitindo acesso apenas à instalação e utilização, sendo impossível estudar, alterar, modificar ou redistribuir o software (ao contrário das licenças do SL).

Quem utiliza aplicativo proprietário, precisa obter a licença para instalação. Alguns fabricantes utilizam uma forma de vender seus produtos chamando-os de freeware. São aplicativos semi livres com restrições e bloqueio de recursos, cujo desbloqueio implica na compra de sua licença.

Quem utiliza software proprietário sem obter a licença para instalação do mesmo está na ilegalidade, o que pode acarretar problemas judicias para o usuário ou a corporação. Já quem paga pela licença, cujo objetivo é arrecadar dinheiro, não compra o software em si, pois sempre que precisar instalar o mesmo aplicativo em outra máquina, terá que comprar mais licenças e assim sucessivamente.

E o Software Livre? Como arrecada dinheiro?

O Software Livre é constituído da colaboração entre usuários, comunidades e empresas. O produto tendo caráter livre, deve se basear nas quatro liberdades da Licença GPL, possibilitando ao usuário:

1º) Executar o programa a qualquer propósito (liberdade 0);
2º) Estudar o programa, tendo acesso ao seu código fonte e modificar o mesmo (liberdade 1);
3º) Redistribuir cópias com as suas modificações (liberdade 2);
4º) Aperfeiçoar o programa e disponibilizar a toda comunidade (liberdade 3).

Para desenvolver um Software Livre, primeiramente pense no modelo de negócio, quais licenças serão adquiridas, como será o envolvimento com a comunidade, seus líderes (uso da meritocracia: quanto mais faz parte do projeto, mais responsabilidade possui), entre outros detalhes importantes.

Entre as principais licenças, podemos citar algumas, como:

- A licença GPL, que a se constitui das quatro liberdades citadas, mantendo os direitos do autor, mantendo os direitos do usuário e restringindo qualquer mudança na licença conforme ela foi adquirida, visando proteger a liberdade;

- A licença BSD, utilizada pelas distribuições FreeBSD, OpenBSD, netBSD, dentre outras. Permite a modificação e redistribuição comercial ou proprietária do código, não pretendendo retornar as mudanças para comunidade ou pagar pelo seu uso;

- A licença Copyright, utilizada em softwares proprietários, onde o usuário paga por licença de uso do software, sem permissão de estudo, cópia ou redistribuição do mesmo.

Se a empresa não faz a parte de desenvolvimento, existem várias outras formas de ganhar dinheiro sem programar! Podendo por exemplo, realizar instalação e configuração de aplicativos, promover cursos e treinamentos em empresas que tenham interesse em Software Livre. O mercado é bem amplo, mobilizando um número muito grande de pessoas, comunidades e empresas. Podemos citar exemplos de empresas de grande porte como IBM, Dell, Red Hat, Novell, entre muitas e muitas outras, que contribuem com ideias, propaganda, trabalho voluntário e/ou vendendo computadores com Linux.

Percebemos o Software Livre consolidado e gerando lucros. Pensar em não implementá-lo, será lutar contra o mercado de novas tecnologias e negócios. Adote!

Publicado pelo autor na revista Espírito Livre: E em seu blog:

   

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Comentários
[1] Comentário enviado por xerxeslins em 23/12/2011 - 11:00h

Legal! Mas só para esclarecer para alguns usuários, não podemos esquecer também que não há nada de errado em vender um software livre. O próprio Stallman, criador da licença GPL, vendia seu software Emacs.

O "livre" se refere a liberdade de copiar, alterar, estudar, etc. Mas em nenhum momento as quatro liberdades citadas no artigo impedem a venda do software.

Resumindo: software livre não é o mesmo que software grátis por definição. Mas é o que se encontra na maioria das vezes.

Um resumo da história do Stallman e a criação da licença livre: http://www.vivaolinux.com.br/artigo/GNU-e-Linux-amigos-para-sempre

Parabéns pelo artigo.

[2] Comentário enviado por eduardoweiland em 23/12/2011 - 11:41h

Muito bom artigo. Só para adicionar mais um detalhes quanto à GPLv3, no preâmbulo (preamble) está escrito:

"When we speak of free software, we are referring to freedom, not price. Our General Public Licenses are designed to make sure that you have the freedom to distribute copies of free software (and charge for them if you wish)"

Traduzindo:
- Quando falamos de software livre, estamos nos referindo a liberdade, não a preço. Nossas Licenças Públicas Gerais são escritas para assegurar que você tenha a liberdade de distribuir cópias de software livre (e cobrar por isso se quiser)

http://www.gnu.org/licenses/gpl-3.0.html

Parabéns pelo artigo!


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