Somente o botão de fechar
Muitos usuários acham estranho que por padrão as janelas só tenham o botão de fechar. Isso é consequência do minimalismo e da simplificação. No entanto há configurações para adicionar os outros botões se o usuário desejar.
Somente o botão de fechar é necessário
Acontece que com Gnome-shell não precisamos do botão de minimizar nem de maximizar/restaurar. Vejamos porquê.
Minimizar serve apenas para esconder o aplicativo deixando-o em execução sem atrapalhar outras atividades. No caso do Gnome 3, clicando com o botão do meio do mouse (ou três dedos no touchpad) na barra de título da janela, a mesma perde o foco, desaparece, mas permanece em execução atrás das outras.
Podemos usar a combinação Alt +Tab para retornar a ela ou pressionar a tecla Super (ou levar o cursor do mouse para o canto superior esquerdo que tem o mesmo efeito da tecla Super) para exibir todas as janelas em execução antes de clicar na janela que foi para o fundo para trazê-la à frente.
Quanto ao botão de maximizar/restaurar, há muito os usuários perceberam, incluindo usuários do Windows, que é mais fácil clicar duas vezes em qualquer lugar na barra de título da janela do que clicar apenas em um lugar específico e restrito para executar a maximização ou restauração.
Sobre os botões de controle das janelas, embora muitos usuários estejam acostumados com os três botões clássicos, a dificuldade que podem sentir ao usarem o Gnome-shell provavelmente está na mesma proporção da falta de familiaridade com esse ambiente. Nesse caso, excluindo a variável familiaridade, o Gnome-shell se destacaria no quesito simplicidade por possuir apenas um botão e permitir aos usuários diversas formas de fazer o que em outros sistemas se faz com três botões.
Atividades
Creio que esse é o maior diferencial do Gnome-shell. Há uma tela onde são exibidas ao mesmo tempo:
- todas as janelas abertas na área de trabalho
- barra de notificações
- aplicativos favoritos
- menu de aplicativos
- buscador de aplicativos
- gerenciador de áreas de trabalho
Essa tela se chama
dash. Há duas formas de exibi-la: pressionando a tecla Super ou levando o cursor do mouse até o canto superior direito.
Dash
No início eu pensei que era muita função para uma única tecla ou gesto de mouse. No Unity há caminhos para acessar os aplicativos em execução (como por exemplo, pressionar a tecla Super ou encostar o cursor do mouse do lado esquerdo da tela), outros caminhos para gerenciar as áreas de trabalho (algum atalho ou enconstar o cursor do mouse do lado esquerdo e na barra de aplicativos que surgir, clicar no ícone) e ainda outros caminhos para acessar todos os aplicativos do sistema (clicando no logo do Ubuntu no canto superior e escolhendo pelo menu ou navegando pelo buscador).
Cada um desses caminhos que leva a um objetivo não se cruza com o os outros caminhos. Ou seja, antes de fazer algo, o usuário precisa escolher o caminho que o levará a seu objetivo.
Seria como se o usuário precisasse pegar algo que está guardado em alguma das várias gavetas em sua sala. Mesmo que as gavetas sejam identificadas, cada uma está em um local diferentes. Para cada item que for pegar, o usuário terá que se dirigir a um lugar diferente.
Quem nunca se atrapalhou um pouquinho no começo para poder acessar a lista de todos os aplicativos do sistema no Unity? Aposto que a maioria não conseguiu fazer isso de primeira.
Pensando bem, a ideia de ter um único caminho que dá acesso a tudo tem suas vantagem. Significa que não importa o que eu vá fazer, só tenho um único caminho: acessar o dash. Seja para abrir outro aplicativo, trocar janelas, procurar aplicativos, mover janelas para outras áreas de trabalho, etc. Exigi-se menos esforço para ir de um ponto a outro se não temos que escolher para onde ir, pois só há um caminho para ir.
É como ter uma gaveta ampla com todos os itens dispostos de forma organizada. Só precisamos acessar essa única gaveta, dar uma olhada em seu interior (que está organizado) e pegar o que queremos. Pode ser que o queremos esteja dentro de uma caixa que está dentro da gaveta, mas pelo menos não teremos que fechar esta gaveta, levantar e ir para outra gaveta para pegar outra coisa.
Obs.: embora o dash seja o caminho principal, existem atalhos configuráveis que podem ser modificados pelo usuário para realizar tarefas de formas alternativas.
Características negativas
Há algumas características que não me agradaram muito no início da minha experiência com
Gnome-shell. Embora hoje eu não me importe mais com elas, resolvi registrá-las para expressar uma opinião imparcial.
Em comparação com Unity o Gnome-shell desperdiça muito espaço da área de trabalho. Isso acontece porque no topo da tela do Unity há somente uma barra que é ao mesmo tempo a barra de menu do aplicativo atual e a barra de informações, o resto é ocupado pelo aplicativo!
Menu Global no Ubuntu
Já no Gnome-shell há duas barras: a barra de informações e a barra de título da janela ocupando um baita espaço na parte superior. O problema ainda se agrava porque a barra de título da janela sozinha é extremamente larga na minha opinião.
Mas se não há remédio para isso, pelo menos podemos amenizar a situação fazendo duas coisas:
1 - Reduzir o tamanho da barra de título:
Execute:
# sed -i "/title_vertical_pad/s/value=\"[0-9]\{1,2\}\"/value=\"0\"/g" /usr/share/themes/Adwaita/metacity-1/metacity-theme-3.xml
Depois tecle Alt + F2 e reinicie o Gnome-shell com o comando "restart".
A fonte dessa dica é:
2 - Alterar a fonte padrão de tamanho 11 para 10:
Tecle Alt + F2 e execute o comando "gnome-tweak-tool" e em Fonts configure para tamanho 10 ou o tamanho que quiser.
Obs.: antes de usar esse comando é necessário instalar o
Gnome Tweak Tool. No Fedora:
sudo yum install gnome-tweak-tool
Outra característica que não gostei no início foi a falta de barra de ferramentas para mostrar os aplicativos em execução. No entanto há extensões que adicionam modificações ao ambiente, incluindo uma barra com as janelas em execução. Veja nesta dica como instalar essas extensões:
Conclusão
Não tive a intensão de esgotar as característcas do Gome-shell. Apenas descrevi um pouco daquelas que para mim são as mais perceptíveis. Só a experiência do usuário poderá comprovar que o novo sistema é eficiente. Esse artigo também é um texto introdutório de apresentação do Gnome-shell, cabe agora ao usuário buscar mais informações a respeito por conta própria.
Lembro ainda que o Gnome-shell está em sua primeira versão. Isso significa que há muitas melhorias a serem feitas.
Mais informações sobre a usabilidade do Gnome-shell pode ser conferida na seguinte página traduzida pelo Google:
Veja mais sobre
Gnome nesta página de apresentação traduzida pelo Google que contém vídeos que mostram algumas funcionalidades:
Descubra os atalhos, comandos e como usar o Gnome 3 de forma mais eficiente nesta página em inglês:
Obrigado.