Fedora Core 7 já está velhinho, estamos perto do lançamento do Fedora 8, mas mesmo assim a distribuição ainda vale a pena.
Objetivo
Esse guia não visa mostrar a superioridade do fedora sobre as outras distribuições, mas assim uma referência para quem tem curiosidade em trocar de distribuição (ou SO) mas não sente segurança.
Contexto histórico
Como toda boa distribuição
Linux, o Fedora tem suas limitações (não acredite em distribuições aclamada perfeitas ou universais), essas limitações justificam a baixa popularidade da distribuição nos tempos atuais.
Em 94 surgiu o Red Hat Linux, a primeira distribuição Linux para não hackers, com uma instalação gráfica e automatizada, logo caiu no gosto de todos os 4 dos 5 usuários Linux na época :). Brincadeiras a parte, Red Hat foi muito popular no seu tempo, tanto que ao se referir ao Linux, revistas especializadas o colocavam como única opção. Com o tempo empresas passaram a ver o Linux com bons olhos, e a Red Hat como toda boa empresa especializou seu Linux para as workstations corporativas. A Red Hat sempre viveu da venda de serviços e suporte, e com essa grana bancou o desenvolvimento do kernel, GNOME, entre várias outras aplicações livres (alias, banca muita gente até hoje).
O problema nessa relação entre a empresa Red Hat e os desenvolvedores é que eles foram pagos para desenvolver sob o ponto de vista do produto que era entregue as empresas que contratavam a Red Hat. Isso significou que apesar do Kernel do Linux ganhar suporte a mais de 256 processadores e 64 GB de RAM, ele ainda não era capaz de tratar aplicações típicas de um desktop com o devido carinho (baixa latência por exemplo).
O tempo foi passando e várias distribuições derivadas do Red Hat ganharam o desktop doméstico (Mandrake, conectiva...), com uma inicialização menos burocrática, painéis de controle simplificados, e um sistema como um todo mais leve marcaram o início da decadência do Red Hat no desktop.
O usuário doméstico nunca foi o foco da Red Hat, e além de não ajudar em nada nos ganhos financeiros da empresa ainda podiam se tornar fonte de ações judiciais. Outro ponto negativo de suportar usuários domésticos ,é a constante demanda por novas versões da distribuição o que não acontece normalmente em empresas. As empresas preferem um ciclo de vida mais longo para seus sistemas operacionais. Só pra se ter uma idéia, o ciclo de vida médio do Red Hat era de 6 meses enquanto o do Debian girava em torno de 18 meses. Para uma empresa a substituição do SO de todo o parque a cada 6 meses gera um custo que eles não estão dispostos a pagar.
Baseado em todos os problemas que o usuário doméstico trazia aos seus negócios em 2003 a Red Hat abandonou os usuários domésticos do Red Hat passando a suportar oficialmente apenas o Red Hat Enterprise Linux. Para cuidar dos órfãos do Red Hat, a empresa criou uma espécie de fundação e banca sua infra estrutura, e essa fundação é quem coordena o desenvolvimento do fedora junto à comunidade.
Ou seja, o fedora é base para o desenvolvimento do Red Hat Enterprise Linux, alguns dizem que ele é seu beta. Ignore esses faladores com rancor no coração, o Fedora é estável, e ao mesmo tempo inclui em sua distribuição as versões mais recentes dos aplicativos. Enquanto normalmente nas distribuições os aplicativos só são upgradeados a cada ciclo, o fedora o faz entre um lançamento e outro. Ou seja, com o passar do tempo sua distribuição sempre estará atualizada com o que há de mais novo, no final do ciclo de vida de uma versão ela será muito parecida com a nova.
Pontos negativos e positivos da distro
Essa característica de ser uma distribuição atual, mas mesmo estável é o que faz com que o fedora ainda tenha alguns poucos usuários, como eu. Já o que afasta os novos usuários é a falta de uma boa campanha marketing, como a que a Novell-SuSE fez em 2004 mandando DVDs de instalação gratuitamente aos interessados ou mesmo como a do *buntu e sua ativa comunidade. Outro ponto negativo do fedora é a sua herança de desktop corporativo que entopem a sua instalação com serviços de rede pesados e inconvenientes que uma máquina doméstica jamais vai usar, o *buntu faz justamente o contrário, tirando tudo que não interessa ao desktop.
Seu sistema de pacotes rpm, na minha opinião, é o melhor do mercado, ele é super flexível permitindo a tradução das infos dos pacotes em inúmeras línguas, e a criação de pacotes multi-distribuições, srpms que permitem a refatoração do pacote com o mínimo de esforço etc... Outro ponto forte do fedora é o yum, um gerenciador de pacotes que corrige as dependências automaticamente, gerencia muito bem ambientes multi-arquitetura (apps 32 e 64 bits lado a lado sem chroots), entre outros recursos bem legais.
Um ponto controverso é o SElinux, que são modificações feitas no sistema para aumentar (e muito) a segurança máquina. Ele impõe restrições de acesso que nem mesmo o root pode burlar, o que é um inconveniente enorme as vezes, por isso vamos sempre ficar com o SElinux desligado durante esse artigo.