Configurando o teclado corretamente no servidor X
O próximo passo já nos deixa bem perto da reta final deste artigo.
Vamos aprender a configurar DIREITO o teclado para
pt_BR@ABNT2 sob o servidor X. Como os amigos sabem, não adianta nada editar o
xorg.conf para configurar o teclado, porque o servidor X ignora as configurações ali presentes e configura o teclado "à moda Bangu".
Para resolver isso, você precisa adotar uma das duas soluções a seguir:
"Matar" o reconhecimento automático de hardware pelo servidor X: Esse é o jeito tradicional e mais
Unix-like. Você diz ao servidor X que simplesmente é para ignorar o que ele acha que tem que fazer e é pra fazer o que você quer que seja feito.
Isso pode atrapalhar na montagem automática de dispositivos, como Pendrive, fones de ouvido USB e etc, mas é o jeito tradicional de fazer a coisa. O crédito desta solução pertence ao finado
Irado, já que esta informação, eu chupinhei diretamente de uma dica que ele postou aqui no VOL e que eu vou transcrever (isto é, copicolar) para facilitar a leitura.
A dica original está neste link:
Experimentei todas as dicas aqui do VOL, além de algumas dezenas das espalhadas pela internet inteira; nenhuma funcionou e eu não conseguia usar o teclado
abnt2/pt_br no X do
Slackware 13 recém instalado.
Depois de muito perambular, encontrei dicas separadas que, fazem com que o teclado funcione, no site do Xorg mesmo, mas estão tão ocultas e, voltando lá, não as encontro mais (princípio alemão/saltense: "Se difícil também dá, não há porque facilitar").
1. Faça tudo como root:
# X -configure
2. Será criado o arquivo
/root/xorg.conf.new, que você pode mover para
/etc/X11/xorg.conf, editando-o a seguir. Acrescente no início do arquivo (acho que pode ser em qualquer lugar):
Section "ServerFlags"
Option "AutoAddDevices" "False"
Option "AllowEmptyInput" "False"
EndSection
3. Depois pesquise o item de Keyboard, editando-o. No original está assim:
Section "InputDevice"
Identifier "Keyboard0"
Driver "kbd"
EndSection
Então, após o "Driver kbd", acrescente estas linhas:
Option "XkbRules" "xorg"
Option "XkbModel" "abnt2"
Option "XkbLayout" "br"
Option "XkbVariant" "abnt2"
Option "XkbOptions" "abnt2"
4. O item completo fica assim:
Section "InputDevice"
Identifier "Keyboard0"
Driver "kbd"
Option "XkbRules" "xorg"
Option "XkbModel" "abnt2"
Option "XkbLayout" "br"
Option "XkbVariant" "abnt2"
Option "XkbOptions" "abnt2"
EndSection
Pronto. Seu teclado abnt2/pt_br (no Slackware 13.0 está funcionando direitinho :). Divirtam-se.
P.S.: Pode ser que funcione para outras distribuições, mas.. é questão de se experimentar!
Valeu, mestre Irado.
Usar o modo GNU/Linux "firulento" para resolver o problema: Como o Irado ressaltou na dica original, algumas configurações no GNU/Linux são feitas visando complicar sem necessidade. Para fazer a configuração do jeito "GNU/Linux like!, é preciso criar um arquivo de configuração em
/etc/xorg.conf.d, contendo as instruções sobre o teclado.
Eu costumo usar este segundo meio porque não mata o reconhecimento automático de Hardware pelo servidor X, o que é inconveniente na hora de plugar mídias removíveis, mas é cômodo para quem tem um fone de ouvido USB como o meu. ;-)
Este método é um pouco mais simples. Como root, rode o comando:
# cp /usr/share/X11/xorg.conf.d/90-keyboard-layout.conf /etc/X11/xorg.conf.d/90-keyboard-layout.conf
E altere as linhas "Option" "XkbLayout", "Option" "XkbVariant" e "Option" "XKBOptions" deste arquivo, para que elas tenham este conteúdo:
Option "XkbLayout" "br"
Option "XkbVariant" "abnt2"
Option "XkbOptions" "abnt2"
Salve o arquivo, e seu teclado já estará em
pt_BR, não importa a interface gráfica que você venha a usar. Caso seu teclado seja padrão americano, simplesmente não altere o arquivo em nada.
Teclado configurado para o X, vamos para a próxima página.
Configurando o SlackPKG
Presente no Slackware desde a versão 13.0, o
slackpkg é uma ferramenta que permite sincronizar a instalação da distro com um espelho da distribuição. Sincronizar é a palavra chave aqui: o
slackpkg irá fazer donwgrades se necessário para que a versão do pacote instalada no computador seja exatamente a mesma daquela encontrada no espelho.
Dito isso, é preciso dizer mais duas coisas sobre o slackpkg:
- Ele não é um gerenciador de pacotes como o apt-get, das distribuições Debian-like. Ele apenas se interessa pelos pacotes que você encontraria no CD de instalação do Slackware;
- Ele não dá acesso a repositórios de terceiros.
Para usar o slackpkg é preciso, antes de mais nada, configurar um espelho. Abra o arquivo
/etc/slackpkg/mirrors com o comando:
# vi /etc/slackpkg/mirrors
Você vai ver uma montanha de linhas comentadas (isto é, iniciando com um "#"), a maioria delas correspondendo a um espelho
existente do Slackware. Outras linhas são simples comentários, então, não nos ocupemos com estas, mas sim com aquelas.
Os espelhos são agrupados de acordo com a versão, isto é, você vai encontrar sob o título
Slackware-14.0 todas os espelhos dessa versão do Slack. Existe ainda o grupo
slackware-current, que são os espelhos que contém os pacotes oficiais mais atuais disponíveis para a distro.
Escolha um espelho de sua preferência e descomente um E APENAS UM. Você pode escolher entre usar um espelho da versão atual da distribuição ou um espelho do slackware-current, contendo pacotes mais atuais, mas você não pode ter mais de um espelho descomentado nesse arquivo. Se você descomentar mais de uma linha, o slackpkg irá chiar, dizendo que só pode trabalhar com um espelho por vez.
Os principais comandos do slackpkg, são:
- slackpkg update → Serve para pegar a lista dos pacotes disponíveis no espelho configurado;
- slackpkg install-new → Serve para instalar os pacotes disponíveis no espelho, mas que ainda não foram instalados no computador;
- slackpkg upgrade-all → Serve para atualizar os pacotes instalados no computador com os pacotes disponíveis no espelho, MESMO QUE ISSO SIGNIFIQUE UM DOWNGRADE;
- slackpkg clean-system → Serve para desinstalar quaisquer pacotes instalados no computador que não estejam listados no espelho selecionado;
- slackpkg blacklist → Envia automaticamente um ou mais pacotes para a blacklist (ver abaixo).
A principal função do quarto comando, é limpar o sistema automaticamente de quaisquer pacotes instalados por fora e que, porventura, estejam causando algum problema.
Além de configurar um espelho, você pode querer configurar uma blacklist, isto é, pacotes que o slackpkg irá ignorar em suas verificações. Para isso, coloque os nomes de todos os pacotes que você pretende que o slackpkg ignore no arquivo
/etc/slackpkg/blacklist.
O bom é que este arquivo aceita expressões regex, então, uma entrada como: [0-9]+SBo
Colocaria na blacklist todos os pacotes que você venha a instalar usando um
SlackBuild.