Uma das maiores preocupações dos ambientalistas tem a ver com o destino que é dado aos produtos industrializados, ao final de seu ciclo de uso considerado normal.
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Por: Sergio Teixeira - Linux User # 499126 em 20/02/2010
Como recuperar os materiais empregados em um HD, ou em um drive de disquetes, CD ou DVD, ou em um monitor de vídeo? Cada fabricante segue caminhos bastante diversos, emprega materiais bastante diferentes, e tem processos de montagem diferenciados, o que dificulta o desmonte desses materiais por parte de terceiros.
Ao desmontar um antigo HD, qual não foi minha surpresa ao me deparar com dois magnetos de 4800 Gauss? Quase tive um acidente sério, pois eles quase pegaram os meus dedos.
Para que se tenha ideia, 4800 Gauss são mais que suficientes para que um magneto possa atrair o outro com facilidade, mesmo através de uma mesa de mármore com um tampo de 5cm de espessura (dá para "fazer mágica" para a família se encantar).
É problemático guardar esses magnetos, porque embora pequenos (uma área de mais ou menos 1,2cm x 1cm cada) o campo por eles gerado é tão forte que desmagnetiza facilmente quaisquer disquetes que estejam colocados a 30cm de distância e, em sentido contrário, magnetiza nossas ferramentas de uma forma indesejável, e também neutraliza os ímãs de geladeira, fazendo com que eles percam o poder de adesão.
4800 Gauss é demais até mesmo para fins de magnetoterapia (média de 700 Gauss).
Como ficaria o acúmulo de apenas 50 magnetos desse tipo, gerando um campo magnético de aproximadamente 240000 Gauss?
Fico imaginando qual seria o campo magnético gerado pela indústria desse tipo de HD...
E um drive desses emprega materiais os mais diversos (vários tipos de metal, vários tipos de plásticos) e são difíceis e demorados de desmontar criteriosamente.
Então, quem os desmonta no dia a dia usa um machado mesmo, e fim de história (O machado é uma ferramenta anti-burocrática)...
O que fazer com um mouse ou com um teclado? Bem, o problema não está em UM mouse ou em UM teclado, mas em MILHARES deles que são descartados periodicamente em todo o mundo.
A qualquer momento, entrarão em contato com partes do solo ou da água que deveriam ser preservados. Ou não?
Então o importante não é o tanto o DESPOLUIR, mas o NÃO-POLUIR (em tese, se ninguém permitir a poluição, não será necessária nenhuma despoluição, exceto em caso de "acidente imprevisível", pois a maioria dos acidentes é perfeitamente previsível).
É necessário portanto tocar no assunto, discutí-lo, encontrar soluções, eleger multiplicadores de ideias, e partir para a ação.
Não é suficiente cada um fazer a SUA parte e a coisa parar por aí. Será suficiente no dia em que MUITOS E MUITOS estiverem, de forma notória, fazendo a sua parte individual.
[4] Comentário enviado por removido em 21/02/2010 - 00:46h
acho que se encaixa completamente no Linux, acho absurdo ter que trocar meu computador funcionando por outro para fazer a mesma coisa que fazia antes, so porque o sistema operacional que uso é muito pesado =/
[5] Comentário enviado por flcoelho em 21/02/2010 - 12:27h
Parabéns pelo artigo. Quero acrescentar que parte do comportamento geral é ditado pelas ações de marketing e pela política industrial, de lançar produtos incompletos no mercado, obrigando os consumidores a investirem freneticamente na substituição de seus equipamentos e aparelhos, que migram rapidamente do lançamento para a obsolecência.
[8] Comentário enviado por Teixeira em 27/02/2010 - 17:42h
Vi recentemente que foram utilizadas garrafas pet para que fosse confeccionado um fio de poliester especial para a elaboração das novas camisas da Seleção Brasileira.
Trata-se de uma solução inteligente e ecologicamente acertada, porém já existem garrafas pet lançadas por aí em tal número que daria para fazer as camisetas de todas as seleções de todos os esportes praticados no mundo inteiro. Ainda assim haveria sobra das pets, que apesar de muito leves são volumosas e não-degradáveis.
lucas1313 e flcoelho, realmente a coisa é absurda e beira a idiotice, pois para editar textos e fazer planilhas com perfeição, e por mais que as suítes de escritório possam ter evoluído, não se perde nada com a utilização de um modesto 486 e uma impressora a laser (daquelas antigas mesmo).
Já naquela época existia o Corel Draw 4.0 cuja versão oficial (legal) funcionava muito bem, sem pesar no PC.
Também se assistia a excelentes videos em outros formatos muito mais leves (por exemplo, o Quick Time), e o Flash estava em sua versão 3.0.
Mas acho que o próprio governo é um grande (ir)responsável nesse ponto, pois a sua maneira de "acompanhar a evolução" na verdade apenas estimula o consumerismo (considerado "a vergonha do marketing").
Na verdade, não apenas "estimula", mas FORÇA o usuário a gastar dinheiro novamente em algo que já estava pago.
Se é por questões de "segurança" (essa história já é muito velha e batida), é apenas porque "certos sistemas" jamais consertaram o que tinham de consertar...
Isso quer dizer que tem pessoas e empresas que ganham dinheiro FABRICANDO lixo!!!
Pensem bem se não é exatamente isso que está acontecendo...
Ou seja, pagamos mais de 1000 reais hoje pelo PC que certamente será lixo amanhã (totalmente obsoleto).
Portanto, esse é o tipo de lixo mais caro do mundo...
[9] Comentário enviado por celioishikawa em 19/03/2010 - 06:05h
O quão forte é o magneto do HD?
É tão forte que dá para MONTAR UM GERADOR DE ELETRICIDADE!
Sim, e um grupo tentou montar um gerador caseiro para instalar num sítio. É bem interessante:
(retirando os magnetos e montando) http://www.youtube.com/watch?v=l-z0lIgBNI4
(instalando o gerador numa cachoeirinha) http://www.youtube.com/watch?v=uWa5vC_KwSI